sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Apesar da perseguição, Igreja na China continua em crescimento



Apesar da perseguição, Igreja na China continua em crescimento
Quando Xi Jinping e Li Keqiang assumirem oficialmente como presidente e primeiro-ministro da China, respectivamente, em março do próximo ano, o que muda para milhões de cristãos que fazem parte do movimento da igreja doméstica no país? Esta questão, a qual muitos têm levantado, não pode ser ignorada pelo novo sistema político chinês.

Apesar de os nomes dos novos líderes chineses terem sido anunciados oficialmente este mês, esse processo, na verdade, começou há cinco anos, quando Xi e Li foram ungidos como os sucessores de Hu Jintao e Wen Jiabao, nessa ordem. Todos os anos em decorrência serviram de preparação para que, no tempo determinado, eles possam assumir os postos da liderança do segundo país mais poderoso do mundo.

Há pouco espaço para qualquer mudança significativa repentina na política da China. O que mais se espera de uma nova liderança é que mantenha a continuidade, já que todas as alterações políticas essenciais - com planejamento de longo prazo - são tomadas por consenso, e, portanto, nenhum indivíduo tem o poder de tomar uma decisão importante isoladamente.

No que diz respeito à liberdade religiosa, é provável que a atitude do governo chinês quanto ao crescimento "sem controle" de igrejas casa se mantenha inalterada nos próximos anos. O movimento é composto por igrejas "não-oficiais" que operam fora das áreas controladas pelo governo, como o Movimento Patriótico das Três Autonomias e o Conselho Cristão da China.

Isso explica porque a Igreja Shouwang - que começou como um estudo bíblico caseiro, em 1993, cresceu e tornou-se uma das maiores congregações casa em 2007 - está sendo perseguida pelas autoridades. A igreja possui um piso na Torre de Tecnologia e Daheng Science na área noroeste de Beijing Zhongguancun (distrito tecnológico da China), mas as autoridades impediram o uso da propriedade para cultos. A igreja tem se reunido em um parque por mais de um ano, apesar de esporádica prisão e detenção de seus membros durante os serviços.

No início deste mês, sete cristãos de uma igreja doméstica na província de Henan foram acusados de participar de atividades de "Shouters" ("Gritadores", tradução livre), um grupo fundado em 1960, nos Estados Unidos, que foi proibido, em 1980, pelo governo chinês, de cultuar a Deus, segundo a organização China Aid ("Ajuda à China", tradução livre).

Autoridades se opõem até mesmo às igrejas oficiais que procuram resistir aos movimentos do governo. Recentemente foi negada a permissão para um protesto público contra o despejo planejado, supostamente ilegal, e a demolição de uma propriedade da igreja pelos desenvolvedores imobiliários, de acordo com informação da China Aid em 26 de novembro.

Ryan Morgan, gerente regional para o Sudeste Asiático do International Christian Concern, disse: "Nossa única escolha é adorar de forma ilegal e enfrentar a ameaça de assédio, detenção, tortura e prisão. Dezenas de milhões de cristãos na China sofrem com isso hoje. No entanto, as igrejas chinesas parecem ser fortes o suficiente para continuarem a crescer tanto em número quanto em profundidade espiritual em face à perseguição."


Fonte: Portas Abertas

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