segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Sexo livre e a geração de pais ausentes

Sexo livre e a geração de pais ausentes


Só a visão correta sobre o pecado e o plano de Deus para o casamento e a família poderá quebrar esse ciclo degradante que tem afligido nossa sociedade.


Jovens em um show. (Foto: Anthony DELANOIX / Unsplash)

Kris Vallotton, um eminente líder e escritor da Bethel Church em Redding – Califórnia, EUA – abre um artigo dele [1] com uma declaração importante para a sociedade: “O Senhor está chamando os pais de volta aos lares” e complementa com um alerta para os homens que abandonam seus lares deixando filhos e esposas sem provisão, proteção e sem alguém para promover o destino desses filhos.
Essa não foi apenas uma constatação puramente intelectual de quem se debruçou sobre dados do governo ou estudou o assunto, mas de um sentimento profético que surgiu a partir de uma visão que ele teve e o levou a ensinar sobre a importância da presença e da figura do pai no desenvolvimento sadio da família por todo os EUA.
Vallotton usa o texto de Malaquias 4:6, como referência para mensagem profética que ele tem divulgado pelos EUA. O autor crê que Deus vai restaurar as famílias de um modo sobrenatural por esse tempo: “E ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha, e fira a terra com maldição.
A geração atual (2020) não teve seus pais mortos em guerras, ao contrário, tem pais vivos que arrancaram os corações dos lares e abandonaram suas famílias.
Pais presentes podem dar uma identidade e oferecer um destino aos filhos. A ausência deles, deixa a família desnorteada e a faz fracassar em seu propósito, os filhos ficam confusos quanto ao futuro, ficam expostos pela falta de uma barreira de proteção contra influências externas malignas e a noção de certo e errado vai se esmaecendo, tornando-os vulneráveis a qualquer ideia implantada pelo inimigo de nossas almas na cultura.

O impacto da revolução sexual

Na década de 1960 a Revolução Sexual surgiu propondo mudanças radicais na cultura da época. Era tabu ter filhos fora do casamento. Havia uma pressão positiva para que o jovem não fizesse fora do casamento aquilo que não estava pronto para fazer dentro dele.
Em outras palavras: manter relações sexuais, implica na probabilidade de ter filhos; se o jovem não tivesse condições de assumir a responsabilidade de manter uma família (esposa e filhos) deveria aguardar até o momento em que o pudesse fazer. Isso, de certo modo, movia os jovens para trabalhar e buscar independência econômica precocemente, já que as mulheres também desejavam essa segurança para seu futuro.
A contraparte dessa mudança em 2020 são os homens com mais de 30 anos que não saem de casa, não se casam e vivem numa eterna adolescência, dependentes de pais e mães. Eles estão livres para manter relações sexuais sem compromisso, pois a pressão social compelindo-os a casar está muitíssimo aliviada.
O lema da Revolução Sexual era: “Se você não pode estar com quem ama, ame quem está com você.” Ou seja, esqueça as convenções morais e faça sexo com quem você quiser sem nenhum compromisso. Fato é que foi estabelecida uma circunstância cultural que além de pôr abaixo uma barreira moral que protegia a família e exigia responsabilidade dos homens, acabou deixando o fardo da criação dos filhos, quase que exclusivamente com as mulheres.
Antes de 1960, por trás dessa barreira moral havia clareza sobre o comportamento certo e errado quanto à prática sexual responsável e muito melhor; havia o senso de pecado de quem cometesse tais práticas. Como disse Kris Vallotton: “as pessoas pecavam, sabendo que era pecado”.
A grande mudança que impactou a sociedade foi quando o movimento que conduzia a revolução sexual passou a difundir que “sexo não era algo ruim, mas que se tratava apenas em sentir-se bem fazendo”.
Essa mudança removendo o status da prática sexual fora do casamento como pecado e lançando-a como uma questão cultural a ser superada, foi uma das grandes causas da debandada dos pais dos lares deixando as mulheres criando seus filhos sozinhas.
Passadas décadas após a revolução sexual, convencer um jovem exposto a tais ensinamentos infundidos na cultura ocidental, tornou-se uma tarefa impossível sem ajuda divina.
O pecado foi alçado à categoria de prática cultural antiquada, ultrapassada, que apenas gera um incômodo inicial devido a pressão cultural, mas que resistindo logo passa e o jovem estará liberado para viver sua vida pecaminosa sem remorso algum.

Realidade & narrativa

“Os fatos são coisas teimosas”, como bem disse John Adams. Um documento oficial do governo norte-americano [2] mostra com estatísticas o impacto que a cultura de pais ausentes e uma moral frouxa causou na sociedade.
A despeito da liberação sexual ter chegado num nível que ninguém poderia imaginar, com o advento da internet, redes sociais, mídia impressa oferecendo pornografia em qualquer banca de jornal, doutrinação nas escolas, megaeventos movidos por orgias, o cinema, a literatura, a música etc, a realidade com suas consequências permanece ai para quem tiver coragem de encará-la.
Os dados abaixo são referentes a realidade norte-americana, mas a semelhança com a realidade brasileira não é uma eventualidade. São dados alarmantes o suficiente para concluirmos da importância do papel do pai e sua permanência na constituição e manutenção da família.
  • 70% dos jovens em instituições assistenciais do governo vêm de lares de pais ausentes
  • 63% dos jovens que cometeram suicídio eram de lares de pais ausentes
  • 90% de todos os sem teto e menores abandonados cresceram sem pai
  • 85% de todas as crianças que apresentaram distúrbios comportamentais vieram de lares de pais ausentes
  • 85% de todos os estupradores agiram motivados por raiva deslocada e vieram de lares de pais ausentes
  • 71% de todos os jovens que abandonaram o ensino médio vieram de lares de pais ausentes
O autor aponta um outro dado importante em lares com pais ausentes: filhos criados apenas pelas mães, sem a presença da figura masculina do pai, têm formado uma geração de homens cada vez mais feminizados, hipersensíveis, que apresentam uma propensão cada vez maior para vivenciar confusão de gênero.

Pai de órfãos

A questão de pais ausentes no contexto cristão extrapola o ambiente dos templos e não se resolverá apenas com sociologia, psicologia, trabalho, educação e demais ciências envolvidas.
Ela ultrapassa o mundo natural e passará por cristãos sensíveis ao mover do Espírito Santo que anseia levantar homens e mulheres aptos, orientados pela visão divina para a restauração dos lares.
A solução também passará por mestres capazes de ensinar sobre a paternidade, por pastores que ministrem para homens e mulheres corajosos o suficiente para se comprometerem com um relacionamento segundo as Escrituras e confrontar a cultura vigente.
Só a visão correta sobre o pecado e o plano de Deus para o casamento e a família poderá quebrar esse ciclo degradante que tem afligido nossa sociedade.
Quando a igreja assumir a posição que lhe cabe, pregando e vivendo a verdade do Evangelho, dando clareza do que é certo é que é errado, do que é pecado e do que é cultura, dos planos de Deus para o casamento, ela vai gerar pais presentes, corajosos e apaixonados por suas famílias.
Em todo caso, você que vem de um lar com um pai ausente sempre terá disponível, de braços abertos, o “Pai de Órfãos”, a saber, nosso Deus, para recorrer; como o socorro bem presente e o alívio para os sobrecarregados.
“Pai de órfãos e juiz de viúvas é Deus, no seu lugar santo.” (Salmos 68:5)

PT quer ensinar evangélicos como “ler e interpretar a Bíblia” para voltar ao poder

PT quer ensinar evangélicos como “ler e interpretar a Bíblia” para voltar ao poder

O movimento chamado “lulopetismo”, cunhado para se referir aos seguidores do ex-presidente Lula e seu partido, começa a assumir contornos do comunismo contemporâneo que governa a China atualmente. Em uma carta, a legenda fala que a montagem de núcleos evangélicos nos estados tem como objetivo ajudar esse segmento a “ler e interpretar” a Bíblia Sagrada.
A carta diz que esses núcleos têm por objetivo “contribuir na construção de modos de leitura e de interpretação da Bíblia, a Palavra de Deus, que nos capacitem para atuarmos, conforme a sabedoria do Espírito e os ensinamentos de Cristo, desenvolvendo práticas libertárias, inclusivas e plurais em nossas comunidades de fé e no mundo”. 
A iniciativa do PT em busca de reconquistar os votos dos evangélicos – nas eleições presidenciais 2018, estima-se que Jair Bolsonaro tenha recebido 69% dos votos dos fiéis – se assemelha com a imposta pelo regime chinês presidido por Xi Jinping, que tem alterado características de personagens bíblicos para distorcer o cristianismo e se afeiçoar ao comunismo.
Embora o PT – ainda – não proponha a alteração do conteúdo das Escrituras, a postura pedante de militantes que não comungam da fé em se propor a dizer como um fiel a Jesus Cristo deve ler e interpretar o que diz a Palavra de Deus, tem o mesmo efeito: tornar as mentes dóceis à visão política do partido e sua ideologia.
Segundo informações do portal Gazeta do Povo, o partido já conta com núcleos evangélicos em 18 estados brasileiros, que deverão ser alvo de um esforço de ampliação para outras unidades da federação, a fim de ensinar o público evangélico a “ler e interpretar” seu livro sagrado.
Nas eleições 2018, o programa de governo apresentado pelo partido previa um movimento agressivo contra o que, na visão de seus militantes, caracterizava o “obscurantismo” presente na ala conservadora da sociedade, formada em sua maior parte, por cristãos das duas principais tradições, católicos e evangélicos.
Por vezes, evangélicos foram referidos nos discursos petistas – e de seus aliados, como o PSOL, por exemplo – como “fundamentalistas” que impediam a descriminalização do aborto e das drogas, temas que, conforme previsto no programa de governo, seriam tratados de forma objetiva numa eventual gestã0 de Fernando Haddad, adversário de Bolsonaro derrotado no segundo turno.

Progressismo

Ao longo dos treze anos em que se manteve à frente do Palácio do Planalto, o PT incentivou discussões com vistas à legalização do aborto e drogas, além da famosa cartilha elaborada pelo Ministério da Educação enquanto Haddad era ministro, chamada oficialmente “Escola Sem Homofobia” e tratada popularmente como “kit gay” – projeto agora renegado pelo partido.
Na última campanha presidencial, Haddad assinou seu compromisso com a “Plataforma LGBTI+ Eleições 2018”, que previa implementar uma Política LGBTI+, “em consonância com as deliberações das 1ª, 2ª e 3ª Conferências Estaduais e Nacional LGBT, com as devidas atualizações”.
“No ensino fundamental, serão realizados fortes ajustes na Base Nacional Comum Curricular, em diálogo com a sociedade, para retirar as imposições obscurantistas”, dizia o plano de governo apresentado para o pleito.
Após a derrota na eleição, a presidente do partido, a deputada federal Gleisi Hoffmann chama de “fake news” as notícias que tentam vincular o partido a esses temas e garante que não há conflito entre a pauta do PT e os costumes mais conservadores vivenciados pela população evangélica.
Para Gleisi, nem temas como aborto, legalização de drogas e união homoafetiva e ideologia de gênero colocam o PT em posição oposta aos valores evangélicos: “A pauta de costumes nunca foi a pauta central do partido. Existimos para defender o povo brasileiro, os trabalhadores e as trabalhadoras. Dentro da defesa dos trabalhadores, defendemos os direitos das mulheres, a igualdade, lutamos contra a violência. Mas nunca tivemos, programaticamente, a defesa do aborto dentro do PT, por exemplo”, declarou.
“A questão racial é importante para nós, porque, entre os trabalhadores, são os negros que sofrem mais. E a questão homossexual é questão de respeito às pessoas. Nossas ações não são de incentivo, não há cotas, nossas ações são de respeito. Não admitimos que uma pessoa sofra violência ou preconceito por conta da orientação sexual. E isso os cristãos também têm que combater”, acrescentou, já indicando que o PT pretende dizer o que deve ser o foco do segmento evangélico.
“Os evangélicos criticam que há uma exacerbação deste lado, um incentivo. Nunca fizemos isso, apenas defendemos o direito das pessoas, a diversidade, isso é fundamental”, reiterou Gleisi Hoffmann, negando, por exemplo, a proposta feita pelo programa de governo do partido que previa uma ação chamada Transcidadania, que consistia em um incentivo estatal na forma de “bolsa de estudos a pessoas travestis e transexuais em situação de vulnerabilidade”.
Ao longo de seus mandatos, Dilma Rousseff (PT) abriu espaço e incentivou a discussão em torno da legalização do aborto, mas Gleisi nega: “Nunca tivemos programaticamente a defesa do aborto no PT. Não tem no nosso programa, não tem em decisão do nosso congresso partidário. Tem pessoas dentro do partido que defendem. Assim como tem outras que não defendem. Eu não defendo. Aborto é uma questão de saúde pública e tem que ser tratada nesse limite. O que quero dizer é que não há essa linha democrática. Isso não é fundante para nós, não é linha, mas respeitamos quem defende, como na sociedade brasileira”.

Comunismo

A aproximação do discurso petista com o teor comunista não se resume à intenção do partido em dizer como os evangélicos devem “ler e interpretar” a Bíblia.
Antes de o Supremo Tribunal Federal (STF) barrar a candidatura do condenado Lula – à época preso por corrupção e lavagem de dinheiro num processo julgado em segunda instância -, seu programa de governo adotava tom autoritário, com propostas claras de controle da mídia, reiterado apoio ao aborto e ideologia de gênero, legalização das drogas, nova constituição e intervenção externa na Justiça.
A imprensa livre, um dos maiores incômodos de Lula desde sua primeira passagem pelo Palácio do Planalto já que à época, fez propostas para a criação de um “controle social da mídia”, seria alvo, num eventual governo petista, de “um órgão regulador com composição plural e supervisão da sociedade”, conforme previsto no plano de governo que, posteriormente, foi adotado por Haddad.
A ideia de uma nova Constituição também trouxe o fantasma de uma relativização da liberdade de crença e culto em favor de ideais progressistas. Esse tipo de mudança na legislação realizada em governos de esquerda na Venezuela e Bolívia, por exemplo, serviu para impor a perpetuação da visão de esquerda no poder.
O texto do programa de governo de Lula e Haddad previa, ainda, o fim da divisão existente atualmente no Poder Legislativo: Câmara dos Deputados e Senado. No modelo atual, as duas casas são independentes e servem para que o texto aprovado em uma, seja revisado na outra. A ideia de um Legislativo “unicameral” foi implementada na Venezuela, que hoje vive a ditadura de esquerda iniciada por Hugo Chávez e mantida por Nicolás Maduro.
A desconfiança se justifica em uma afirmação do próprio partido no documento de 2018: “A refundação democrática liderada por Lula implicará mudanças estruturais do Estado e da sociedade para restabelecer o equilíbrio entre os Poderes da República”.
A radicalização da postura, com suavização do discurso caracterizada na atual proposta de “reaproximação dos evangélicos, foi sinalizada na campanha de 2018, ainda na ressaca do impeachment que cassou o mandato de Dilma, já que o PT falava em exercer uma espécie de tutela sobre o povo, com o plano de governo indicando que o partido promoveria a “qualificação da democracia” a partir de programas e ações sociais: “Lula promoverá de maneira inequívoca a universalidade, integralidade e intersetorialidade dos direitos humanos […] a democratização do poder político e qualificação da democracia”.
Na carta de janeiro de 2020, o PT diz que os núcleos evangélicos proporão formas de “ler e interpretar a Bíblia”, e Gleisi já ensaia essa tutela: “O evangelho é tratar os pobres, ter solidariedade, não ter preconceito. Cristo andava com as prostitutas, com os pecadores. ‘Repartir o pão’ – os pobres em primeiro lugar. Se pegar o evangelho, qualquer um vê que é muito mais próximo com o programa do PT do que com o que a direita prega. Cristo nunca estimulou o preconceito ou a violência”, concluiu.
por Tiago Chagas / via gospelmais.com.br


sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

QUEM NÃO SOFREU DECEPÇÕES ATIRE A PRIMEIRA PEDRA


QUEM NÃO SOFREU DECEPÇÕES ATIRE A PRIMEIRA PEDRA

Certamente não existe um ser humano neste planeta que já não tenha passado em algum momento de sua vida por decepção. A decepção, na verdade, é deixar-se surpreender em algum momento na vida, pela atitude, reação ou comportamento de alguém. Quando, por exemplo, uma pessoa age dentro do seu padrão natural, não há surpresa, não há decepção. O problema se torna real quando a atitude parece fora do comportamento natural esperado.

As decepções acontecem em diversas áreas da vida, seja no âmbito familiar ou na sociedade, no meio profissional ou político, todos se decepcionam ou causam decepções. Quantos milhares de brasileiros não estão vivendo momentos extremos de decepção atualmente?

A Bíblia menciona algumas decepções entre pessoas e até mesmo entre pessoas e Deus. Entre pessoas por esperarem delas algo que deixam a desejar, seja por ação ou por se omissão. Pessoas há que se decepcionam até mesmo com Deus, pois inúmeras vezes esperam respostas às suas orações e não obtém a resposta divina como esperavam.

A Bíblia menciona Samuel que era um profeta, sacerdote e juiz que fazia tudo por seu povo. Após tantos serviços prestados, o povo lhe pediu um rei, que não fosse ele, nem seus filhos. "Vê, já estás velho, e teus filhos não andam pelos teus caminhos; constitui-nos, pois, agora, um rei sobre nós, para que nos governe, como o têm todas as nações", (1Sm 8.5).

Paulo teve muitos auxiliares. Alguns deles, como Fígelo e Hermógenes (2Timóteo 1.15), Demas (2Timóteo 4.10) e João Marcos (Atos 15.37) o abandonaram, infligindo muito sofrimento ao apóstolo.

Só se decepciona com as pessoas, quem se relaciona com as pessoas. Quem não quer se decepcionar não deve se relacionar. Todos devemos possuir a devida maturidade para enfrentarmos e administrarmos das situações que nos surgem no dia a dia, afinal lidamos com pessoas que são falhas e imperfeitas. Não nos esqueçamos que decepcionar é da condição e natureza humana. Por esta razão, Deus nos ensina a nos relacionarmos com os homens, mas não a confiar neles. Jeremias pode não ser politicamente correto, mas é correto em todos os outros níveis, ao declarar: "Maldito é o homem que confia nos homens, que faz da humanidade mortal a sua força", (Jr 17.5). Há algo em nós que precisa de cuidado. Parte de nossas frustrações relacionais advém de erros que nós cometemos, não de falhas dos outros para conosco. Devemos ter a visão correta da natureza humana. Não nos esqueçamos que, muitas vezes, somos os agentes causadores da decepção.

Um dos comportamentos produtores de decepção é a expectativa errada acerca dos outros. Esperamos demais das pessoas, esperando delas o que não podem dar. Pais que esperam demais dos seus filhos. Filhos que esperam demais dos seus pais. Jesus sentiu na pele sua decepção para com os homens, quando da cura dos dez leprosos. Daqueles que receberam a cura, somente um voltou para agradecer. Jesus, que conhecia a alma humana, mostrou aos seus discípulos o que é a natureza humana (Lucas 17.17). 

Depois de ter servido por anos ao seu povo, Samuel esperava reconhecimento pelo seu trabalho. Não esperava ser descartado como um velho. Não esperava que seu modo de governar fosse substituído por outro. Samuel se esqueceu do que é a natureza humana.

A decepção sempre causa consequências, seja para o causador, ou para o que sofre. Para o que provoca decepção, quase sempre, não lhe acontece nada. Ele decepciona hoje, amanhã, e segue a sua vida, como se nada tivesse acontecido. Mas dificilmente é o mesmo para o que sofre, afinal dizem que: “quem bate esquece...”. A experiência da decepção pode produzir ódio, ressentimento, esgotamento e outras consequências.

Decepcionado com Jacó, que o enganou, Esaú ficou decepcionado com o irmão, que fugiu de casa (Gênesis 27.41). Esaú passou o resto da vida ressentido, desejando matá-lo. Ele nunca foi feliz, embora tentasse, por lhe ter faltado arrependimento, (Hebreus 12.17).

Equivocadamente decepcionado com Deus, que aceitou o arrependimento de Nínive, Jonas deixou a cidade, fez uma cabana escondida e entrou nela, para não ver ninguém (Jonas 4.5). A decepção de Jonas provocou nele um esgotamento espiritual e relacional. O esgotamento relacional tem a ver com uma espécie de descrença generalizada no ser humano.

Se o preço da decepção é alto, é mais alto ainda o preço do isolamento, da falta de relacionarmos.  Após a ingratidão dos nove leprosos (Lucas 17.17), Jesus continuou a curar. Ele não desistiu de fazer o bem. Paulo apóstolo, teve uma experiência que muito nos ensina. A Bíblia nos diz que João Marcos, o sobrinho de Barnabé (Cl 4.10), foi um dos que o decepcionaram (Atos 15.39), mas, anos depois, pediu a Timóteo: “Traga Marcos com você, porque ele me é útil para o ministério”, (2Tm 4.11). Paulo aceitou o desafio de voltar a confiar em Marcos, tornando-se de novo seu cooperador (Fp 2.4). Aquele que o abandonara era agora um cooperador de grande valor.


Nenhum de nós está isento de sofrer decepções, porém, jamais devemos nos deixar dominar pelas suas consequências. Vivamos normalmente a vida, nos relacionando com as pessoas, afinal não vivemos sozinhos no mundo dependemos uns dos outros.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Morte de comandante do Irã e conflito com os EUA podem afetar os cristãos no Iraque

Morte de comandante do Irã e conflito com os EUA podem afetar os cristãos no Iraque

Irã prometeu vingança contra EUA e Israel após a morte do general Qassem Soleimani, principal figura de inteligência militar do país


Manifestantes protestam no Irã contra a morte do general Qassem Soleimani no Iraque. (Foto: West Asia News Agency/Nazanin Tabatabaee via Reuters)
Manifestantes protestam no Irã contra a morte do general Qassem Soleimani no Iraque. (Foto: West Asia News Agency/Nazanin Tabatabaee via Reuters)

O Irã prometeu uma vingança severa nesta sexta-feira (3), depois que um ataque aéreo dos EUA em Bagdá matou Qassem Soleimani, chefe de uma unidade especial da Guarda Revolucionária do Irã e arquiteto de sua crescente influência militar no Oriente Médio.

O general Soleimani tinha 62 anos e era considerado a segunda figura mais poderosa do Irã, depois do líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei.

O Pentágono disse que a ordem do ataque partiu do presidente Donald Trump, a fim de deter planos de futuros ataques iranianos.

No Twitter, Trump disse que Soleimani “matou e feriu gravemente milhares de americanos por um longo tempo e planejava matar muitos mais”.

O bombardeio, que ocorreu no Aeroporto Internacional de Bagdá, também matou Abu Mahdi al-Muhandis, chefe das Forças de Mobilização Popular do Iraque, milícia apoiada pelo Irã.

Khamenei disse que a morte de Soleimani irá dobrar a resistência contra os EUA e Israel. “Todos os inimigos devem saber que a jihad de resistência continuará com uma motivação dobrada, e uma vitória definitiva aguarda os combatentes na guerra santa”, disse Khamenei em comunicado divulgado pela TV.

Israel colocou seu exército em alerta máximo e, aliados dos EUA na Europa, como Grã-Bretanha, França e Alemanha, manifestaram preocupação com a escalada das tensões.

A embaixada dos EUA em Bagdá pediu a todos os cidadãos americanos que deixassem o Iraque imediatamente. Dezenas de americanos que trabalham para empresas petrolíferas estrangeiras na cidade de Basra, no sul do Iraque, estavam deixando o país.

Os preços do petróleo saltaram mais de US$ 3 por barril devido à preocupação com a interrupção do fornecimento no Oriente Médio


Qassem Soleimani, chefe da Guarda Revolucionária Iraniana, em foto de 2016. (Foto: Gabinete do Líder Supremo Iraniano via AP)

As mortes ocorrem em meio a uma escalada de tensão entre os dois países. Na semana passada, um funcionário americano morreu em um bombardeio com foguetes. Na terça (31), milicianos iraquianos invadiram a embaixada dos EUA em Bagdá. O Pentágono afirmou que Soleimani teria aprovado os ataques à embaixada.

Cristãos em meio aos conflitos
De acordo com a organização International Christian Concern (ICC),  as Forças de Mobilização Popular do Iraque — milícias apoiadas pelos iranianos — ajudaram a derrotar o Estado Islâmico no Iraque, mas têm desenvolvido uma reputação de corrupção e abusos dos direitos humanos.

“Dentro do Iraque, nas Planícies de Nínive, eles tomaram o lugar do Estado Islâmico na perseguição aos cristãos”, informou a ICC.

Claire Evans, gerente regional da ICC para o Oriente Médio, disse a morte dos líderes iranianos pode iniciar “uma nova década” para o Oriente Médio. “As consequências regionais são consideráveis e afetam todos os lugares. Para os cristãos iraquianos que já sentiram o peso da agressão da milícia, as implicações desses ataques provocam um mix de emoções. Muitos aguardam com uma expectativa temerosa para ver o que o futuro aguarda”.

“Eu não estou feliz pelo assassinato de al-Muhandis e Soleimani porque eu sei que toda ação tem reação”, disse uma cristã iraquiana à ICC. “Há resultados políticos para o incidente e tudo ficará no Iraque. Os iraquianos vão sofrer com uma possível guerra entre os EUA e Irã. Espero não perder mais amigos e parentes devido à guerra”.

Outro iraquiano cristão acrescentou: “Isso deveria ter sido feito anos atrás. Eu sei que os EUA esperaram muito tempo para ter uma boa razão para alvejá-los. Os EUA nunca poderiam ter feito isso a menos que eles visassem a embaixada. Mas nós devemos considerar a quantidade de armas que essas milícias têm antes de cometer um grande crime como esse. A milícia vai ficar com raiva e usar suas armas para se vingar, mas haverá mais vítimas e pessoas inocentes mortas”

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO G1, REUTERS E ICC