segunda-feira, 29 de julho de 2013

Jovem que não protesta não me agrada’, diz Papa em entrevista


 
Papa Francisco em entrevista exclusiva aos repórteres Gérson Camarotti, da Globonews, e Fellipe Awi, da TV Globo (foto: Reprodução TV)
Papa Francisco em entrevista exclusiva aos repórteres Gérson Camarotti, da Globonews, e Fellipe Awi, da TV Globo (foto: Reprodução TV)
Publicado originalmente no Extra
 
Em entrevista exclusiva aos repórteres Gerson Camarotti, da Globonews, e Felipe Awi, da TV Globo, exibida neste domingo no “Fantástico”, o Papa Francisco afirmou que o jovem que não vai às ruas protestar não lhe agrada, mas alertou para o risco de manipulação. O Pontífice voltou a defender a simplicidade e a necessidade de a Igreja se aproximar dos mais carentes. Falou ainda do combate à corrupção no Vaticano e disse que nem todos que estão na Cúria Romana são “sementes ruins”. No início de julho, o monsenhor Nunzio Scarano foi preso, acusado de levar 20 milhões de euros da Suíça para a Itália.
 
Perguntado se sentiu medo no primeiro dia da visita ao Rio, quando o carro que o levava da Base Aérea do Galeão à Catedral Metropolitana ficou preso no trânsito da Avenida Presidente Vargas, no Centro, e foi cercado por populares, Francisco afirmou que não. E voltou a dizer que a Igreja precisa ser missionária, ao falar sobre a queda do número de católicos no Brasil. Segundo o último Censo do IBGE, há 123,2 milhões de católicos no Brasil, que representam 64,6% da população. No ano 2000, eles representavam 74%. A seguir, os principais trechos da entrevista:
 
Os jovens e os protestos
“Com toda a franqueza lhe digo: não sei bem por que os jovens estão protestando (no Brasil). Esse é o primeiro ponto. Segundo ponto: um jovem que não protesta não me agrada. Porque o jovem tem a ilusão da utopia, e a utopia não é sempre ruim. A utopia é respirar e olhar adiante. O jovem é mais espontâneo, não tem tanta experiência de vida, é verdade. Mas às vezes a experiência nos freia. E ele tem mais energia para defender suas ideias. O jovem é essencialmente um inconformista. E isso é muito lindo! É preciso ouvir os jovens, dar-lhes lugares para se expressar, e cuidar para que não sejam manipulados. Porque há tanta exploração de pessoas, trabalho escravo, há tantos tipos de exploração… Eu me atreveria a dizer uma coisa, sem ofender. Há pessoas que buscam a exploração de jovens. Manipulando essa ilusão, esse inconformismo que existe. E depois arruínam a vida dos jovens. Portanto, cuidado com a manipulação dos jovens. Temos sempre que ouvi-los. Cuidado. Uma mãe, um pai, um filho que não escutam o filho jovem o isolam e geram tristeza em sua alma.”
 
Segurança
“Eu não tenho medo. Sou inconsciente, não tenho medo. Sei que ninguém morre de véspera. Quando for a minha vez, o que Deus permitir assim será. Mas, antes de viajar, fui ver o papamóvel, que seria trazido para cá. Era cercado de vidros. Se você vai estar com alguém a quem ama, amigos com quer se comunicar, você vai fazer essa visita dentro de uma caixa de vidro? Não. Então eu não poderia vir ver este povo, que tem um coração tão grande, por trás de uma caixa de vidro. E nesse automóvel, quando ando pela rua, eu baixo o vidro. Para poder estender a mão, cumprimentar as pessoas. Quer dizer, ou tudo ou nada. Ou a gente faz a viagem como deve ser feita, com comunicação humana, ou não se faz. Comunicação pela metade não faz bem.”
 
Corrupção no Vaticano
“Agora mesmo, temos um escândalo de transferência de 10 ou 20 milhões de dólares de um monsenhor. Belo favor faz esse senhor à Igreja, não é? É preciso reconhecer que ele agiu mal, e a Igreja tem que dar a ele a punição que merece, pois agiu mal. No momento do conclave, antes temos o que chamamos congregações gerais — uma semana de reuniões dos cardeais. Naquela ocasião, falamos claramente dos problemas. Falamos de tudo. Porque estávamos sozinhos e para saber qual era a realidade e traçar o perfil do novo Papa. E dali saíram problemas sérios, derivados em parte de tudo o que vocês conhecem: do Vatileaks e assim por diante. Havia problemas de escândalos. Mas também havia os santos. Esses homens que deram sua vida para trabalhar pela Igreja de maneira silenciosa no Conselho Apostólico.”
 
Perda de fiéis
“Não saberia explicar esse fenômeno. Vou levantar uma hipótese. Para mim, é fundamental a proximidade da Igreja. Porque a Igreja é mãe, e nem você nem eu conhecemos uma mãe por correspondência. A mãe dá carinho, toca, beija, ama. Quando a Igreja, ocupada com mil coisas, se descuida dessa proximidade, se descuida disso e só se comunica com documentos, é como uma mãe que se comunica com seu filho por carta. E essa falta de proximidade, a falta de sacerdotes… Povoados ficam sem sacerdotes. E as pessoas buscam (outras religiões). Elas sentem necessidade do Evangelho.
 
Simplicidade
“O carro que uso aqui (no Brasil) é muito parecido com o que estou usando em Roma. Simples, do jeito que qualquer um pode ter. Sobre isso, penso que temos que dar testemunho de uma certa simplicidade. Eu diria, inclusive, de pobreza. O povo sente seu coração magoado quando nós, as pessoas consagradas, são apegadas a dinheiro. Não é um bom exemplo se um sacerdote tem um último modelo de marca. O nosso povo é simples.”
 
Aposentos papais
“O apartamento papal é grande, mas não é luxuoso. Minha opção por ficar em Santa Marta tem a ver com o meu modo de ser. Não consigo viver só. Não posso viver fechado. Preciso de contato com as pessoas. Então, costumo explicar assim: fiquei em Santa marta por razões psiquiátricas. Para não ter que estar sofrendo dessa solidão que não me faz bem. E também por razão de pobreza, porque não teria que gastar muito dinheiro com o psiquiatra. (…) Mas é para estar com as pessoas. Santa Marta é uma casa de hóspedes em que vivem uns 40 bispos e sacerdotes que trabalham na Santa Sé. E sacerdotes, bispos, cardeais e leigos que se hospedam em Roma ficam lá. Eu como no restaurante comum de todos, café, almoço e jantar. Sempre se encontra gente diferente. Creio que Deus nos pede neste momento maior simplicidade.”
 
Idolatria do dinheiro
“Este mundo atual em que vivemos tinha caído na feroz idolatria do dinheiro. E há uma política mundial muito impregnada pelo protagonismo do dinheiro. Quem manda hoje é o dinheiro. Isso significa uma política mundial economicista, sem qualquer controle ético, um economicismo autossuficiente e que vai arrumando os grupos sociais de acordo com essa conveniência. O que acontece, então? Quando reina este mundo da feroz idolatria do dinheiro, se concentra muito no centro. E as pontas da sociedade, os extremos são muito mal atendidos, não são cuidados e são descartados. Até agora, vimos claramente como se descartam os idosos. Há toda uma filosofia para descartar os idosos. Não servem, não produzem. Os jovens também não produzem muito. É uma carga que precisa ser formada. O que estamos vendo agora é que a outra ponta, a dos jovens, está em vias de ser descartada. O alto percentual de desemprego entre os jovens da Europa é alarmante. Nós vemos um fenômeno de jovens descartados. Então, para sustentar esse modelo político mundial, estamos descartando os extremos. Curiosamente, os que são promessa para o futuro, porque o futuro quem nos vai dar são os jovens, que seguirão adiante, e os idosos, que precisam transferir sabedoria aos jovens. Descartando os dois, o mundo desaba.”
 
Globalização da indiferença
“Hoje, há crianças que não têm o que comer no mundo. Crianças que morrem de fome, de desnutrição, basta ver fotografias de alguns lugares do mundo. Há doentes que não têm acesso a tratamento. Há homens e mulheres que são mendigos e morrem de frio no inverno. Há crianças que não têm educação. Nada disso é notícia. Mas, quando as bolsas de algumas capitais caem 3 ou 4 pontos, isso é tratado como uma grande catástrofe mundial. Esse é o drama do humanismo desumano que estamos vivendo. Por isso, é preciso recuperar os extremos, crianças e jovens. E não cair numa globalização da indiferença, em relação a esses dois extremos que são o futuro da população.”
 
Diálogo com outras religiões
“Temos que fomentar uma cultura do encontro em todo o mundo. Para que cada um sinta a necessidade de dar à humanidade os valores éticos de que ela precisa e defender a realidade humana. Nesse aspecto, creio que é importante que trabalhemos com os demais. Podar o egoísmo, trabalhar com os demais de acordo com os valores de sua própria fé e nos encontrarmos para trabalhar. Se um menino não tem educação ou sente fome, o que nos deve interessar é que ele deixe de ter fome e tenha educação. Se a educação será dada pelos católicos, protestantes, ortodoxos ou judeus, não me importa. A urgência é que não podemos brigar entre nós, ao custo dos outros. Temos de trabalhar pelo próximo e depois conversar e buscar nos entender.”
 
 
 

Por que os evangélicos estão se surpreendendo tanto com o Papa Francisco?

 

Antes de qualquer coisa preciso afirmar que não sou católico e que respeito a opção de fé de quem quer que seja. Afirmo também que possuo sérias divergências com o Catolicismo Romano quanto a aspectos doutrinários e teológicos os quais considero fundamentais. Discordo da veneração dos "Santos", da "mariolatria", da infabilidade papal, do ecumenismo, de sua soteriologia universalista, bem como de sua cristologia miscigenada.

Isto posto, vamos ao artigo:

A vinda do Papa Francisco ao Brasil tem despertado não somente a atenção da população em geral, como também dos evangélicos que  não se cansam de elogiar o bispo de Roma. Basta olharmos as mídias sociais que constataremos isso. Na verdade , tornou-se comum encontramos evangélicos enaltecendo publicamente a postura simples do Papa.

Diante disto resta-nos indagar o por que de tal comportamento, visto que o protestantismo possui inúmeras divergências teológicas com o catolicismo romano.

Na minha opinião a valorização do Papa se deve em parte a insatisfação que os evangélicos tem feito quanto ao comportamento de alguns dos seus líderes, senão vejamos:

1- O papa passa uma imagem de simplicidade, enquanto os "apóstolos" tupiniquins ostentam riquezas.

2- O papa demonstra gostar de gente e de se relacionar com o povo, já os "apóstolos" tupiniquins preferem a ostentação de títulos eclesiásticos, além é claro da nítida e clara separação do restante do povo.

3- Ainda que tenha MUITO dinheiro, mesmo porque a Igreja Católica Romana é milionária, O Papa Francisco ostenta uma vida simples, sem muitas riquezas que se reflete na forma com que vive; já os "apóstolos" tupiniquins, fazem questão de ostentar riqueza, poder e glória.

4- O Papa Francisco demonstrou simplicidade em voar num avião comercial, em carregar sua própria mala, em dormir num mosteiro numa cama de solteiro, em andar em carro comum, em se relacionar com o povo sem protocolos, pompa ou exigências. Já os "Apóstolos" tupiniquins andam de avião particular, exigem hotéis cinco estrelas, além é claro de exigirem uma série de obrigações a todos àqueles que os convidam para pregar o Evangelho de Cristo.

5- O Papa tem falado de Cristo,  os "apóstolos" tupiniquins só falam em dinheiro.

Caro leitor, a falta de compostura por parte de alguns dos líderes evangélicos, além é claro das heresias propagadas por "apóstolos" fraudulentos que teimam em contrapor-se aos ensinos das Escrituras, tem levado aos cristãos protestantes desse imenso país a valorizar pessoas como Francisco, que mesmo tendo uma fé diferente do protestantismo histórico, comporta-se (pelo menos aparentemente) como homens de Deus deveriam se comportar.

Pense nisso!

Renato Vargens
 
 
 

Pastor Silas Malafaia critica discurso de humildade do papa Francisco na JMJ e bate-boca com padre no Twitter; Entenda

Pastor Silas Malafaia critica discurso de humildade do papa Francisco na JMJ e bate-boca com padre no Twitter; Entenda
No reta final da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), no Rio de Janeiro, neste final de semana, o pastor Silas Malafaia publicou diversas críticas à Igreja Católica através de seu perfil no Twitter.
 
Malafaia partiu da notícia de que a denominação liderada pelo papa Francisco estaria se organizando para estancar a perda de fiéis para as igrejas evangélicas no Brasil.
 
“A última está nos jornais de hoje: papa reúne 300 bispos para falar da perda católicos para os evangélicos. Quem esta preocupado? Tenho que [rir] kk Falar a verdade está incomodando? É recalque citar textos da Bíblia? Confrontar idéias virou inveja? Me confronte com a Bíblia ou ideias. A verdade absoluta para nós evangélicos é Jesus e não o papa. Reconhecemos que o papa é apenas o líder de uma religião, nada mais, nada menos. Estou no estado democrático de direito. Sou livre para discordar do que quiser e emitir a opinião que desejar. Se você não gosta, problema seu”, escreveu o pastor.
 
As publicações de Silas Malafaia desagradaram leitores de sua timeline, e o pastor passou a criticar ainda mais os que discordavam de sua opinião: “Tenho que rir, falar a verdade é ter ódio. A verdade é que tem gente que não suporta a verdade, quando ela o confronta. Deixa eu [rir] ahahahahahah Alguns católicos que não sabem discutir ideias estão atacando a minha moral. Querem respeito mas não respeitam os outros. Não estou preocupado se estou ou não agradando. O politicamente correto hoje é concordar com tudo que o papa faz ou fala. Sou livre para discordar. Incrível! As pessoas dizem que querem a democracia mas não suportam o contraditório. Graças a Deus o Brasil não tem religião oficial. Liberdade de expressão para todos dizerem a mesma coisa é ditadura da opinião. Pseudos democráticos aprendam a viver com opiniões contrarias”, retrucou o pastor.
twitter pastor silas malafaia
Em dado momento, Malafaia foi mais incisivo em suas críticas à Igreja Católica e ao discurso de simplicidade do papa Francisco: “Já que estão apelando para calúnia e difamação, não vou usar esse expediente. Segura algumas verdades para calarem a boca. [...] O Vaticano possui uma das maiores reservas de ouro do mundo. Os bilhões de dólares fraudados do banco do Vaticano dirigido por cardeais… milhões e milhões de reais de ofertas e dizimo de católicos enviados para cobrir o rombo do banco. Querem falar de pastores? Calem a boca. Já foram no Vaticano para ver a pobreza que é? Eu já estive lá. Calem a boca para falar de pastor. Conversa fiada de pobreza”, publicou Malafaia, que é defensor da teologia da prosperidade.
 
Nesse ponto, o padre Roger Luis reagiu e lamentou a postura de Silas Malafaia, dizendo que suas palavras incentivavam o confronto: “Querido irmão, infelizmente sua postura é lamentável. Mas a vida continua, o caminho de Cristo é o da Cruz. Deus sonda os corações, deixemos os julgamentos para Ele. O mais importante é que as palavras do Papa alcançaram os corações!”, observou.
twitter padre roger luis
Malafaia respondeu aos tweets do padre com mais ataques: “Não gosta do que falo, porque me acompanha? Cai fora se não gosta do contraditório. Se me acompanha e me acha inescrupuloso, você é pior do que eu. Olha a nossa preocupação: segundo o IBGE, nós, os evangélicos em 2020 serão maioria no Brasil. Como estamos preocupados, deixa eu [rir] kkkkkkk O único país do mundo onde os 3 últimos papas estiveram foi o Brasil. Somos nós que estamos preocupados? Deixa eu rir mais um pouco kkkkkkkkk”, ironizou o pastor.
 
Incomodado com a postura agressiva de Silas Malafaia, Roger Luis voltou a afirmar que o pastor estava adotando uma postura equivocada: “Deveria ser um tempo de unidade para derrubarmos as forças do mal na política abortista, e o que vemos é expressões de divisão! Que bom pastor, o IBGE é o Espírito Santo, agora é ele que define as coisas e não Deus? Faz-me rir irmão! Quem define as coisas no Reino Espiritual não é o IBGE irmão, mas o Espírito Santo, o Deus Todo-Poderoso. Ele nunca erra!”, disse o padre.
 
Depois, sem mencionar diretamente o pastor Silas Malafaia, o padre falou de forma mais abrangente sobre a questão: “Me pergunto se existe diferença no protesto das ‘vadias’ e de alguns que estão criticando a Igreja e o Papa? Percebo que é o mesmo espírito. Saibamos discernir os espíritos, já nos alertava S. João, sobre o discernimento! É hora de diferenciar os lobos e os pastores! Seja sincero! Fiquemos com a mensagem de amor, paz, unidade, conversão, capacidade de lutar contra a corrente, do nosso Pastor, o Papa Francisco. Os incomodados que se convertam, nós vamos incomodar ainda mais com a luz e a força do Evangelho, do perdão, do amor! É um novo tempo!”, afirmou.
 
Por Tiago Chagas, para o Gospel+
 
 

sábado, 27 de julho de 2013

Asaph Borba participa da JMJ e afirma que Jesus “foi entronizado”

  

asaphBorba
O cantor Asaph Borba publicou em sua página no Facebook um texto em que compartilhou sua experiência de ministração durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), evento organizado pela Igreja Católica no Rio de Janeiro, com a presença do papa Francisco.

Evangélico, conhecido como um dos pioneiros do estilo “louvor e adoração” na música gospel nacional, Asaph vinha enfrentando críticas por sua participação no evento católico.

Num texto publicado antes de sua participação, Borba lamenta o sentimento de divisão que muitos evangélicos alimentam em relação aos fiéis católicos: “Mesmo sendo organizado pelo segmento carismático, é latente o quanto a Igreja evangélica brasileira é preconceituosa quanto à ramificação romana. Parece que, se Jesus resolvesse vir para o Rio nesta semana, em que o Papa também está por aqui, o último lugar aonde ele poderia pregar ou cantar seria em um dos eventos católicos. Apostasia, ecumenismo, se vendendo para Roma, desviado e outras, foram críticas à minha pessoa, fruto de leituras feitas por alguns dos meus seguidores, que parecem preferir que as pessoas católicas estejam isoladas do que, recebendo a palavra e ministração de um dos seus comuns, no caso eu”.

A apresentação de Asaph Borba na JMJ aconteceu na última quarta-feira, 24 de julho. Logo após o final do evento, o cantor voltou ao Facebook para compartilhar sua experiência.

“Queridos, hoje pude ver o que Deus pode fazer quando quebramos as barreiras que nos separam não apenas dos católicos, mas das vidas. Só podemos ser influência e bênção para alguém se estivermos próximos. Parece que vivemos uma GIRAD [jihad] evangélica. A transformação do Brasil sem dúvida passa pelos católicos. Hoje Cristo foi entronizado na JMJ – Rio – Sem sombra de dúvida estava no lugar certo fazendo a coisa certa – Exaltando Jesus nosso amado!”, escreveu.

Repercussão e reações
No Twitter, o cantor compartilhou sentimentos e pensamentos a respeito do evento: “JMJ – Lugar de simplicidade e de um sublime mover de Deus, só quem estava pode dizer – Obrigado irmãos o mover do Espírito foi sobrenatural”, afirmou.

Respondendo as críticas de seus seguidores por suas palavras a respeito do evento católico, Asaph expôs um comportamento inadequado de alguns evangélicos: “Por favor, irmãos e cristãos, recebo as críticas, mas não escrevam palavrões para não escandalizar os não crentes!”, pediu.
twitter-asaph-borba
Mais tarde, o cantor voltou ao assunto, e afirmou que “sem dúvida a transformação do Brasil passa pelos católicos”, elogiando a proposta do evento e a postura da ala carismática da Igreja Católica. Fonte: gospel+



 

Papa entra em templo da Assembleia de Deus durante visita à Manguinhos

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A Igreja  Assembleia de Deus em Varginha no complexo de Manguinhos/RJ fica em frente ao campo onde o Papa fez seu discurso para a comunidade, e estava aberta para dar apoio aos peregrinos. O Papa pediu para que os pastores e fieis rezassem junto com ele.

O acesso ao campo onde o Papa Francisco discursou, em Varginha, no Complexo de Manguinhos, na Zona Norte do Rio, fica em frente a um templo da Assembleia de Deus. A proximidade, no entanto, não produziu nenhum tipo de saia justa: o Papa Francisco chamou pastores e fiéis que estavam presentes para rezarem, juntos, um Pai Nosso. A visita de Francisco faz parte da Jornada Mundial da Juventude.

- Estávamos na congregação e recebemos um representante da equipe dele (Francisco). Perguntou se poderia passar aqui. Aceitamos, claro, afinal somos irmãos em Cristo. É uma interação positiva, nós (cristãos) aprendemos sempre que não existe essa diferença e nem deve haver briga. Sem paz com todos, não veremos Deus – disse o pastor Elenilson Ribeiro.

Elenilson guia a igreja com a ajuda do pastor Eliel Magalhães, que fez questão de frisar que a igreja ficou aberta o tempo todo para dar apoio aos fiéis católicos que foram à comunidade ver o Papa Francisco.

- A gente tem o seguinte posicionamento: Jesus Cristo é o senhor. Nosso Pontífice não é o Papa, mas ficamos muito contentes com a visita. Deixamos a igreja aberta para apoiar as pessoas, quem precisasse ir ao banheiro beber uma água – explicou o pastor Eliel Magalhães.



Fonte: gospelhoje.com.br 

 

Vereadora propõe a criação do Carnaval Gospel em Fortaleza

 
Na justificativa, a parlamentar destacou a importância da música gospel como expressiva manifestação cultural
Vereadora do PHS é a propositora da matéria (FOTO: Genilson de Lima)
Vereadora do PHS é a propositora da matéria (FOTO: Genilson de Lima)
Publicado originalmente na Tribuna do Ceará
 
Tramita na Câmara Municipal de Fortaleza, o projeto de lei 186/2013, de autoria da vereadora Germana Soares (PHS), que institui o Carnaval Gospel no município. O projeto encontra-se na Comissão de Legislação, aguardando o parecer do relator, vereador Benigno Júnior (PSC).
 
A matéria estabelece que o Carnaval Gospel seja realizado anualmente durante os festejos carnavalescos. A festa contará com desfile de rua e comemorações em locais públicos da cidade. Para o evento serão convidados músicos e artistas de Igrejas Evangélicas locais e de outros estados.
Importância
 
Na justificativa, a parlamentar destacou a importância da música gospel como expressiva manifestação cultural. “A ideia de promover o Carnaval Gospel de Fortaleza, a exemplo do que já acontece em cidades como o Rio de Janeiro, Londrina, Olinda e Ouro Preto, é oferecer aos cidadãos fortalezenses uma festa de cunho popular diferente, em meio às comemorações do período de carnaval”, frisou.
 
 
 

quinta-feira, 25 de julho de 2013

A Liga: programa da Band mostra rotina e testemunho de um missionário ex-homossexual; Assista na íntegra

A Liga: programa da Band mostra rotina e testemunho de um missionário ex-homossexual; Assista na íntegra
O programa A Liga da última terça-feira, 23 de julho, teve como tema os contrastes culturais do povo brasileiro, que apesar de unido pelo idioma, é separado pelas inúmeras questões culturais que compõem o mosaico do país.
 
O programa mostrou, entre outros opostos, um missionário evangélico que se declara homossexual, e um bacharel em direito que atua como drag queen.
 
O missionário Robson, diz ter sido liberto da homossexualidade através do Evangelho, e é casado há 16 anos, sendo pai de três filhos. “Quando eu andava na rua, me chamavam de gay, mulherzinha, mariquinha e bichona. Hoje não. Passo na rua: ‘Homem de Deus, pregador da Palavra’. Hoje eu sou um ex-gay”.
 
Valder Bastos, o homossexual, segue na contra mão: “Não existe ex-gay. Eu já fui noivo de uma menina… Eu acho que eu sou um ex-hetero”, afirma.
 
Para o missionário, a questão do pecado não é só pelo fato do relacionamento entre duas pessoas do mesmo sexo: “Homossexualidade está ligada diretamente à promiscuidade. Todos os homossexuais quando tem a sua oportunidade de trair, traem”, enfatizou.
 
O travesti rebateu a tese: “Homossexualidade não tem nada a ver com promiscuidade. O Valder é casado, casadíssimo há treze anos”, disse, falando em terceira pessoa.
 
A narrativa do programa tinha como proposta mostrar as opiniões opostas dos diferentes lados da história. Para o travesti Valder, “Deus inclui, não deixa à margem”. Para o missionário Robson, “a Bíblia condena a homossexualidade”.
 
“Eles podem conseguir todas as liberações, de tudo. Casamento gay, leis… Mas o amor intenso da sociedade, nunca eles vão ter”, opinou Robson.
 
Culto
De família evangélica, Valder revelou que tem um irmão pastor, e que frequentava cultos. “Na minha adolescência, eu passei por um momento de ‘será que eu sou, será que eu não sou?’. Tava na descoberta, eu olhava o irmão com desejo. ‘Olha esse pastor, como ele prega, como ele é viril’. E eu, joelho no chão, e [pedia] ‘Senhor, me cura, me cura’. Não me curou”, declarou o drag queen.
 
Enquanto o programa mostrava cenas do missionário Robson contando seu testemunho de libertação da homossexualidade, uma câmera gravava os comentários de Valder, que assistia à mensagem: “Ele é elegante, terno super bem cortado [...] Deus não precisa me libertar, eu sou completamente livre [...] Não é com gritaria que vai me convencer de nada”, resumiu.
 
Valder mencionou que a parte que mais gostava da celebração do culto era o momento de louvor. Enquanto o missionário cantava com os fiéis, a câmera que gravava as reações do drag queen captou suas lágrimas. “Me emociona a fé que as pessoas tem. Ele faz um trabalho de recuperação do ser humano. E não tem absolutamente nada a ver com a sexualidade. A gente pode ter vários gays, inclusive, no púlpito agora. Nossa, vale muito. Então, pra ele, eu tiro a peruca por esse trabalho”, disse.
 
Tensão
O missionário Robson recebeu Valder em sua casa após o culto, e durante o jantar a conversa foi menos amistosa do que a recepção.
 
Olhando para o missionário, o drag queen disse: “O Robson, ele é gay”. Questionando a Valder se, então, ele viveria uma mentira, o rapaz ponderou. “Eu não acredito que você viva uma mentira, porque você fala com verdade no púlpito”.
 
Robson, então, questionou Valder: “É muito difícil pra você crer que eu estou feliz hoje? Você acha que isso é uma coisa impossível de acontecer?”. “Não, não é difícil eu entender que você está feliz. Você se adaptou à situação…” respondeu o drag queen. Robson, neste momento, interrompeu: “Não. Adaptar à situação é mascarar”, afirmou, negando que sua conversão tenha sido de fachada.
 
A conversa se desenrolou e Valder admitiu não crer em milagres que podem libertar uma pessoa da homossexualidade. “Deus que transforma um gay em hetero eu jamais irei [acreditar], porque isso não existe”.
 
Outros testemunhos. E mais tensão
No dia seguinte, o apresentador Thaíde, o drag queen Valder e o missionário Robson foram ao encontro de um rapaz que se apresenta como ex-homossexual, e que afirmou ter tido experiências similares ao de Valder, mas que agora vive outra vida.
 
O debate no grupo seguiu a mesma linha da noite anterior, com Valder defendendo a ideia de que não existe possibilidade de libertação da homossexualidade, e os evangélicos dizendo que suas vidas eram uma prova concreta dessa possibilidade.
 
No final do dia, num jantar na casa de Robson, uma amiga da família testemunhou sobre o tempo em que sofria preconceitos por ser próxima a ele: “Eu sofri preconceito por ser amiga dele. Eu chorei muitas vezes com ele, porque as pessoas não aceitavam eu andar ao lado de uma pessoa que era ex-homossexual. E me garantiam que ele era um gay”, contou.
 
Depois da declaração da pastora, Valder se irritou com as frases de “respeito” e “transformação”, e iniciou um bate-boca com Márcia. “Quem é você pra ter verdade?”, questionou o drag queen.
 
A rotina de Valder
Robson chegou ao estúdio onde o drag queen fazia fotos para uma revista especializada em festas, e admitiu ter ficado chocado quando encontrou Valder vestido com o figurino de travesti.
 
Conversando com o apresentador Cazé, o missionário afirmou que a homossexualidade é uma coisa “doida”, que abrange várias questões internas de cada pessoa, mas negou enxergar Valder como uma pessoa doente: “Não é adoentado. Ele está num estágio, que é o que eu vivi: ‘Eu to vivendo a minha, vida, é problema meu’. Mas no final, não era bem assim”.
 
A mãe de Valder, dona Branca, afirmou ter muito amor pelo filho e compreender a opção dele, mas pontuou que as escolhas feitas por ele vão no sentido contrário ao que ela crê. “Deus não aceita. Essa prática, para Deus, é pecado, porque Deus fez o homem e a mulher, e Ele diz: ‘Uni-vos, e procriai-vos’. Eles não tem como procriar”.
 
Na sequência, dona Branca fez um depoimento íntimo e emocionante: “Há dez anos que eu oro por ele, pra Deus libertar ele”, disse. Nesse momento, o marido de Valder, Carlos, se mostrou incomodado: “A sua fala alimenta o preconceito, afiando uma faca para cortar o pescoço dos homossexuais”. Dona Branca rebateu: “Se eu tivesse preconceito, não tinha vindo morar aqui”.

Assista a íntegra do programa:


Por Tiago Chagas, para o Gospel+

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Revista Cristianismo Hoje traz matéria sobre ‘O engano da Teologia Gay’

 

teologia-gay
O padrão de Deus para o exercício da sexualidade humana é o relacionamento entre um homem e uma mulher no ambiente do casamento. Nesta área, a Bíblia só deixa duas opções para os cristãos: casamento heterossexual e monogâmico ou uma vida celibatária. À luz das Escrituras, relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo são vistas não como opção ou alternativa, mas sim como abominação, pecado e erro, sendo tratada como prática contrária à natureza. Contudo, neste tempo em que vivemos, cresce na sociedade em geral, e em setores religiosos, uma valorização da homossexualidade como comportamento não apenas aceitável, mas supostamente compatível com a vida cristã. Diferentes abordagens teológicas têm sido propostas no sentido de se admitir que homossexuais masculinos e femininos possam ser aceitos como parte da Igreja e expressar livremente sua homoafetividade no ambiente cristão.
 
Existem muitas passagens na Bíblia que se referem ao relacionamento sexual padrão, normal, aceitável e ordenado por Deus, que é o casamento monogâmico heterossexual. Desde o Gênesis, passando pela lei e pela trajetória do povo hebreu, até os evangelhos e as epístolas do Novo Testamento, a tradição bíblica aponta no sentido de que Deus criou homem e mulher com papéis sexuais definidos e complementares do ponto de vista moral, psicológico e físico. Assim, é evidente que não é possível justificar o relacionamento homossexual a partir das Escrituras, e muito menos dar à Bíblia qualquer significado que minimize ou neutralize sua caracterização como ato pecaminoso. Em nenhum momento, a Palavra de Deus justifica ou legitima um estilo homossexual de vida, como os defensores da chamada “teologia inclusiva” têm tentado fazer. Seus argumentos têm pouca ou nenhuma sustentação exegética, teológica ou hermenêutica.
 
A “teologia inclusiva” é uma abordagem segundo a qual, se Deus é amor, aprovaria todas as relações humanas, sejam quais forem, desde que haja este sentimento. Essa linha de pensamento tem propiciado o surgimento de igrejas onde homossexuais, nesta condição, são admitidos como membros e a eles é ensinado que o comportamento gay não é fator impeditivo à vida cristã e à salvação. Assim, desde que haja amor genuíno entre dois homens ou duas mulheres, isso validaria seu comportamento, à luz das Escrituras. A falácia desse pensamento é que a mesma Bíblia que nos ensina que Deus é amor igualmente diz que ele é santo e que sua vontade quanto à sexualidade humana é que ela seja expressa dentro do casamento heterossexual, sendo proibidas as relações homossexuais.
 
Em segundo lugar, a “teologia inclusiva” defende que as condenações encontradas no livro de Levítico se referem somente às relações sexuais praticadas em conexão com os cultos idolátricos e pagãos, como era o caso dos praticados pelas nações ao redor de Israel. Além disso, tais proibições se encontram ao lado de outras regras contra comer sangue ou carne de porco, que já seriam ultrapassadas e, portanto, sem validade para os cristãos. Defendem ainda que a prova de que as proibições das práticas homossexuais eram culturais e cerimoniais é que elas eram punidas com a morte – coisa que não se admite a partir da época do Novo Testamento. É fato que as relações homossexuais aconteciam inclusive – mas não exclusivamente – nos cultos pagãos dos cananeus.
 
Contudo, fica evidente que a condenação da prática homossexual transcende os limites culturais e cerimoniais, pois é repetida claramente no Novo Testamento. Ela faz parte da lei moral de Deus, válida em todas as épocas e para todas as culturas. A morte de Cristo aboliu as leis cerimoniais, como a proibição de se comer determinados alimentos, mas não a lei moral, onde encontramos a vontade eterna do Criador para a sexualidade humana. Quando ao apedrejamento, basta dizer que outros pecados punidos com a morte no Antigo Testamento continuam sendo tratados como pecado no Novo, mesmo que a condenação capital para eles tenha sido abolida – como, por exemplo, o adultério e a desobediência contumaz aos pais.
 
PECADO E DESTRUIÇÃO
 
Os teólogos inclusivos gostam de dizer que Jesus Cristo nunca falou contra o homossexualismo. Em compensação, falou bastante contra a hipocrisia, o adultério, a incredulidade, a avareza e outros pecados tolerados pelos cristãos. Este é o terceiro ponto: sabe-se, todavia, que a razão pela qual Jesus não falou sobre homossexualidade é que ela não representava um problema na sociedade judaica de sua época, que já tinha como padrão o comportamento heterossexual. Não podemos dizer que não havia judeus que eram homossexuais na época de Jesus, mas é seguro afirmar que não assumiam publicamente esta conduta. Portanto, o homossexualismo não era uma realidade social na Palestina na época de Jesus. Todavia, quando a Igreja entrou em contato com o mundo gentílico – sobretudo as culturas grega e romana, onde as práticas homossexuais eram toleradas, embora não totalmente aceitas –, os autores bíblicos, como Paulo, incluíram as mesmas nas listas de pecados contra Deus. Para os cristãos, Paulo e demais autores bíblicos escreveram debaixo da inspiração do Espírito Santo enviado por Jesus Cristo. Portanto, suas palavras são igualmente determinantes para a conduta da Igreja.
 
O quarto ponto equivocado da abordagem que tenta fazer do comportamento gay algo normal e aceitável no âmbito do Cristianismo é a suposição de que o pecado de Sodoma e Gomorra não foi o homossexualismo, mas a falta de hospitalidade para com os hóspedes de Ló. A base para esta afirmação é que se diz, no original hebraico, que os homens de Sodoma queriam “conhecer” os hóspedes de Ló (Gênesis 19.5) e não abusar sexualmente deles, como é traduzido em várias versões, como na Almeida atualizada. Já a Nova versão internacional e aNova tradução na linguagem de hoje dizem que os concidadãos de Ló queriam “ter relações” com os visitantes, enquanto a SBP é ainda mais clara: “Queremos dormir com eles”. Usando-se a regra de interpretação simples de analisar palavras em seus contextos, percebe-se que o termo hebraico usado para dizer que os homens de Sodoma queriam “conhecer” os hóspedes de Ló (yadah) é o mesmo termo que Ló usa para dizer que suas filhas, que ele oferecia como alternativa à tara daqueles homens, eram virgens: “Elas nunca conheceram (yadah) homem”, diz o versículo 8. “Assim, fica evidente que “conhecer”, no contexto da passagem de Gênesis, significa ter relações sexuais. Foi esta a interpretação de Filo, autor judeu do século 1º, em sua obra sobre a vida de Abraão: segundo ele, os homens de Sodoma se acostumaram gradativamente a ser tratados como mulheres.”

Ainda sobre o pecado cometido naquelas cidades bíblicas, que acabaria acarretando sua destruição, a “teologia inclusiva” defende que o profeta Ezequiel claramente diz que o erro daquela gente foi a soberba e a falta de amparo ao pobre e ao necessitado (Ez 16.49). Contudo, muito antes de Ezequiel, o “sodomita” era colocado ao lado da prostituta na lei de Moisés: o rendimento de ambos, fruto de sua imoralidade sexual, não deveria ser recebido como oferta a Deus, conforme Deuteronômio 23.18. Além do mais, quando lemos a declaração do profeta em contexto, percebemos que a soberba e a falta de caridade era apenas um entre os muitos pecados dos sodomitas. Ezequiel menciona as “abominações” dos sodomitas, as quais foram a causa final da sua destruição: “Eis que esta foi a iniquidade de Sodoma, tua irmã: soberba, fartura de pão e próspera tranquilidade teve ela e suas filhas; mas nunca amparou o pobre e o necessitado. Foram arrogantes e fizeram abominações diante de mim; pelo que, em vendo isto, as removi dali” (Ez 16.49-50). Da mesma forma, Pedro, em sua segunda epístolas, refere-se às práticas pecaminosas dos moradores de Sodoma e Gomorra tratando-as como “procedimento libertino”.
 
Um quinto argumento é que haveria alguns casos de amor homossexual na Bíblia, a começar pelo rei Davi, para quem o amor de seu amigo Jônatas era excepcional, “ultrapassando o das mulheres” (II Samuel 1.26). Contudo, qualquer leitor da Bíblia sabe que o maior problema pessoal de Davi era a falta de domínio próprio quanto à sua atração por mulheres. Foi isso que o levou a casar com várias delas e, finalmente, a adulterar com Bate-Seba, a mulher de Urias. Seu amor por Jônatas era aquela amizade intensa que pode existir entre duas pessoas do mesmo sexo e sem qualquer conotação erótica. Alguns defensores da “teologia inclusiva” chegam a categorizar o relacionamento entre Jesus e João como homoafetivo, pois este, sendo o discípulo amado do Filho de Deus, numa ocasião reclinou a sua cabeça no peito do Mestre (João 13.25). Acontece que tal atitude, na cultura oriental, era uma demonstração de amizade varonil – contudo, acaba sendo interpretada como suposta evidência de um relacionamento homoafetivo. Quem pensa assim não consegue enxergar amizade pura e simples entre pessoas do mesmo sexo sem lhe atribuir uma conotação sexual.
 
“TORPEZA”
Há uma sexta tentativa de reinterpretar passagens bíblicas com objetivo de legitimar a homossexualidade. Os propagadores da “teologia gay” dizem que, no texto de Romanos 1.24-27, o apóstolo Paulo estaria apenas repetindo a proibição de Levítico à prática homossexual na forma da prostituição cultual, tanto de homens como de mulheres – proibição esta que não se aplicaria fora do contexto do culto idolátrico e pagão. Todavia, basta que se leia a passagem para ficar claro o que Paulo estava condenando. O apóstolo quis dizer exatamente o que o texto diz: que homens e mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza, e que se inflamaram mutuamente em sua sensualidade – homens com homens e mulheres com mulheres –, “cometendo torpeza” e “recebendo a merecida punição por seus erros”. E ao se referir ao lesbianismo como pecado, Paulo deixa claro que não está tratando apenas da pederastia, como alguns alegam, visto que a mesma só pode acontecer entre homens, mas a todas as relações homossexuais, quer entre homens ou mulheres.

 
É alegado também que, em I Coríntios 6.9, os citados efeminados e sodomitas não seriam homossexuais, mas pessoas de caráter moral fraco (malakoi, pessoa “macia” ou “suave”) e que praticam a imoralidade em geral (arsenokoites, palavra que teria sido inventada por Paulo). Todavia, se este é o sentido, o que significa as referências a impuros e adúlteros, que aparecem na mesma lista? Por que o apóstolo repetiria estes conceitos? Na verdade, efeminado se refere ao que toma a posição passiva no ato homossexual – este é o sentido que a palavra tem na literatura grega da época, em autores como Homero, Filo e Josefo – e sodomita é a referência ao homem que deseja ter coito com outro homem.
 
Há ainda uma sétima justificativa apresentada por aqueles que acham que a homossexualidade é compatível com a fé cristã. Segundo eles, muitas igrejas cristãs históricas, hoje, já aceitam a prática homossexual como normal – tanto que homossexuais praticantes, homens e mulheres, têm sido aceitos não somente como membros mas também como pastores e pastoras. Essas igrejas, igualmente, defendem e aceitam a união civil e o casamento entre pessoa do mesmo sexo. É o caso, por exemplo, da Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos – que nada tem a ver com a Igreja Presbiteriana do Brasil –, da Igreja Episcopal no Canadá e de igrejas em nações européias como Suécia, Noruega e Dinamarca, entre outras confissões. Na maioria dos casos, a aceitação da homossexualidade provocou divisões nestas igrejas, e é preciso observar, também, que só aconteceu depois de um longo processo de rejeição da inspiração, infalibilidade e autoridade da Bíblia. Via de regra, essas denominações adotaram o método histórico-crítico – que, por definição, admite que as Sagradas Escrituras são condicionadas culturalmente e que reflete os erros e os preconceitos da época de seus autores. Desta feita, a aceitação da prática homossexual foi apenas um passo lógico. Outros ainda virão. Todavia, cristãos que recebem a Bíblia como a infalível e inerrante Palavra de Deus não podem aceitar a prática homossexual, a não ser como uma daquelas relações sexuais consideradas como pecaminosas pelo Senhor, como o adultério, a prostituição e a fornicação.
 
Contudo, é um erro pensar que a Bíblia encara a prática homossexual como sendo o pecado mais grave de todos. Na verdade, existe um pecado para o qual não há perdão, mas com certeza não se trata da prática homossexual: é a blasfêmia contra o Espírito Santo, que consiste em atribuir a Satanás o poder pelo qual Jesus Cristo realizou os seus milagres e prodígios aqui neste mundo, mencionado em Marcos 3.22-30. Consequentemente, não está correto usar a Bíblia como base para tratar homossexuais como sendo os piores pecadores dentre todos, que estariam além da possibilidade de salvação e que, portanto, seriam merecedores de ódio e desprezo. É lamentável e triste que isso tenha acontecido no passado e esteja se repetindo no presente. A mensagem da Bíblia é esta: “Todos pecaram e carecem da glória de Deus”, conforme Romanos 3.23. Todos nós precisamos nos arrepender de nossos pecados e nos submetermos a Jesus Cristo, o Salvador, pela fé, para recebermos o perdão e a vida eterna.
 
Lembremos ainda que os autores bíblicos sempre tratam da prática homossexual juntamente com outros pecados. O 20º capítulo de Levítico proíbe não somente as relações entre pessoas do mesmo sexo, como também o adultério, o incesto e a bestialidade. Os sodomitas e efeminados aparecem ao lado dos adúlteros, impuros, ladrões, avarentos e maldizentes, quando o apóstolo Paulo lista aqueles que não herdarão o Reino de Deus (I Coríntios 6.9-10). Porém, da mesma forma que havia nas igrejas cristãos adúlteros e prostitutas que haviam se arrependido e mudado de vida, mediante a fé em Jesus Cristo, havia também efeminados e sodomitas na lista daqueles que foram perdoados e transformados.
 
COMPAIXÃO
 
É fundamental, aqui, fazer uma importante distinção. O que a Bíblia condena é a prática homossexual, e não a tentação a esta prática. Não é pecado ser tentado ao homossexualismo, da mesma forma que não é pecado ser tentado ao adultério ou ao roubo, desde que se resista. As pessoas que sentem atração por outras do mesmo sexo devem lembrar que tal desejo é resultado da desordem moral que entrou na humanidade com a queda de Adão e que, em Cristo Jesus, o segundo Adão, podem receber graça e poder para resistir e vencer, sendo justificados diante de Deus.
 
Existem várias causas identificadas comumente para a atração por pessoas do mesmo sexo, como o abuso sexual sofrido na infância. Muitos gays provêm de famílias disfuncionais ou tiveram experiências negativas com pessoas do sexo oposto. Há aqueles, também, que agem deliberadamente por promiscuidade e têm desejo de chocar os outros. Um outro fator a se levar em conta são as tendências genéticas à homossexualidade, cuja existência não está comprovada até agora e tem sido objeto de intensa polêmica. Todavia, do ponto de vista bíblico, o homossexualismo é o resultado do abandono da glória de Deus, da idolatria e da incredulidade por parte da raça humana, conforme Romanos 1.18-32. Portanto, não é possível para quem crê na Bíblia justificar as práticas homossexuais sob a alegação de compulsão incontrolável e inevitável, muito embora os que sofrem com esse tipo de impulso devam ser objeto de compaixão e ajuda da Igreja cristã.
 

É preciso também repudiar toda manifestação de ódio contra homossexuais, da mesma forma com que o fazemos em relação a qualquer pessoa. Isso jamais nos deveria impedir, todavia, de declarar com sinceridade e respeito nossa convicção bíblica de que a prática homossexual é pecaminosa e que não podemos concordar com ela, nem com leis que a legitimam. Diante da existência de dispositivos legais que permitem que uma pessoa deixe ou transfira seus bens a quem ele queira, ainda em vida, não há necessidade de leis legitimando a união civil de pessoas de mesmo sexo – basta a simples manifestação de vontade, registrada em cartório civil, na forma de testamento ou acordo entre as partes envolvidas. O reconhecimento dos direitos da união homoafetiva valida a prática homossexual e abre a porta para o reconhecimento de um novo conceito de família. No Brasil, o reconhecimento da união civil de pessoas do mesmo sexo para fins de herança e outros benefícios aconteceu ao arrepio do que diz a Constituição: “Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento” (Art. 226, § 3º).

 
Cristãos que recebem a Bíblia como a palavra de Deus não podem ser a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo, uma vez que seria a validação daquilo que as Escrituras, claramente, tratam como pecado. O casamento está no âmbito da autoridade do Estado e os cristãos são orientados pela Palavra de Deus a se submeter às autoridades constituídas; contudo, a mesma Bíblia nos ensina que nossa consciência está submissa, em última instância, à lei de Deus e não às leis humanas – “Importa antes obedecer a Deus que os homens” (Atos 5.29). Se o Estado legitimar aquilo que Deus considera ilegítimo, e vier a obrigar os cristãos a irem contra a sua consciência, eles devem estar prontos a viver, de maneira respeitosa e pacífica em oposição sincera e honesta, qualquer que seja o preço a ser pago.
 
fonte: Cristianismo Hoje

Arqueólogos acreditam ter encontrado a casa do Profeta Eliseu

       
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Durante 16 anos de escavação no sítio arqueológico de Tel Rehov, no Vale do Jordão, um grupo de arqueólogos descobriram uma cidade de 3000 anos de idade. Nela, encontraram um edifício diferente dos demais, que acreditam ter sido a casa do profeta Eliseu.
 
“A casa estava cheia de objetos diferenciados … dois altares de cerâmica usados ​​para queimar incenso”, explicou o arqueólogo Ami Mazar à CBN News.
 
“Encontramos pequenas esculturas de barro e grandes vasos, que provavelmente eram usados ​​para servir comida. Não apenas para uma família típica, mas provavelmente  para uma comunidade maior”, disse ele.
 
Mazar também destacou que a casa tinha uma estrutura distinta das demais. “Normalmente, as casas tinham uma entrada que conduzia a um grande espaço com salas. Porém esta casa foi dividida em duas alas. Elas estavam ligadas uma à outra por corredores e cada uma tinha uma saída para a rua.”
 
Os altares de incenso possivelmente eram usados ​​para se fazer uma oferta a Deus antes de entrar na casa, o que era típico nos tempos dos profetas bíblicos.
Durante as escavações, os arqueólogos descobriram uma sala especial dentro da casa. Ela tinha uma mesa e um banco. Também descobriram um fragmento de cerâmica com o nome de Eliseu sobre ele, datada do século 9 antes de Cristo. Esse seria o indício mais forte que se trata da residência do profeta Eliseu.
 
“Descobrimos uma inscrição escrita com tinta vermelha na cerâmica, mas infelizmente está quebrada”, disse Mazar. ”Mesmo assim é possível ler o nome Eliseu.”
 
Segundo a tradição, o profeta Eliseu nasceu cerca de sete quilômetros do local da escavação, em Avel Mehola e viajou por todo o reino de Israel.
 
Para o arqueólogo Stephen Pfann, as evidências são convincentes. “Existiam apenas seis outras pessoas com o nome Eliseu conhecidas na época. Durante séculos isso permaneceu quase inalterada, podemos acreditar que esse local diferenciado tratava-se da casa de um homem santo cujo nome era Eliseu, provavelmente o conhecido profeta”, asseverou.
 
Fonte: Gospelprime

Emerson Fittipaldi fala sobre conversão no Programa ‘Agora é Tarde’

    
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O bicampeão de Fórmula 1 Emerson Fittipaldi testemunhou sobre sua conversão ao cristianismo durante entrevista ao programa Agora é Tarde, apresentado por Danilo Gentili.
 
Em 1996, quando pilotava pela Fórmula Indy, Emerson sofreu um acidente durante a prova de Michigan, ao tentar ultrapassar o piloto canadense Greg Moore.
 
O ex-piloto contou que na época do acidente, vinha pensando em parar de competir, e havia conversado com o dono da equipe sobre o assunto. Numa entrevista ao portal Terra há três anos, Emerson falou que o acidente tinha sido um “chamado de Deus” para que ele se aposentasse do automobolismo.
 
“Eu estava pensando em parar de competir e, apesar da minha paixão, eu sabia que estava na hora de parar. Falei com o dono da equipe um dia antes e me acidentei na quarta-feira da corrida. E engraçado porque parece ter sido uma previsão do que viria a acontecer. Foi um chamado de Deus dizendo ‘para’”, afirmou o ex-piloto à época.
 
Na entrevista da última quarta-feira, 17 de julho, Emerson voltou a relatar a conversa com o antigo chefe, e tratou o acidente da mesma forma: “[Foi] uma martelada que eu recebi de Deus pra aceitar Cristo na minha vida”, disse.
 
Em seu relato do momento da conversão, Emerson Fittipaldi diz que sua decisão pela conversão ao Evangelho se deu através de um ex-colega de profissão: “[Foi nessa época que] eu aceitei. O Alex Dias Ribeiro, que também é um ex-piloto de Fórmula 1 – correu na minha época – ele é pastor e foi na minha casa, me visitar. Eu tava todo inchado, todo arrebentado. Ele entrou com a Bíblia na mão. Eu falei: você vai me dar a extrema unção? E foi assim que eu realmente conheci a vida cristã e foi espetacular. Mudou minha vida”, testemunhou.
 
Assista no vídeo abaixo, a íntegra da entrevista de Emerson Fittipaldi ao Agora é Tarde. Ele fala sobre a conversão a partir dos 20 minutos:

Acidente de Emerson Fittipaldi na Fórmula Indy, em 1996:

 
 
Fonte: gospelprime.com.br

terça-feira, 23 de julho de 2013

Nova pesquisa mostra que evangélicos chegam a 28% e católicos caem para 57%; Apenas 24% dos pentecostais são contra lei que pune homofobia

Nova pesquisa mostra que evangélicos chegam a 28% e católicos caem para 57%; Apenas 24% dos pentecostais são contra lei que pune homofobia
Em meio aos esforços da Igreja Católica e do papa Francisco para reverter a perda de fiéis no Brasil, pesquisas realizadas pelos institutos Data Popular e Datafolha revelaram que, num âmbito geral, o crescimento dos evangélicos aumentou desde a realização do último Censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010.
 
Os dados coletados pelo Datafolha na pesquisa por amostragem realizada com 3.758 pessoas em 180 municípios mostram que o número de católicos no Brasil caiu de 63% em outubro de 2010 para 57% em junho de 2013. Nesse mesmo período, evangélicos passaram de 24% para 28% da população. O número de espíritas permaneceu inalterado: 3%.
 
A fé dos jovens brasileiros
 
A pesquisa feita pelo Datafolha tem como metodologia entrevistar pessoas com 16 anos ou mais. Entretanto, as informações não enfatizam a faixa etária, enquanto o relatório do Data Popular mostra os dados por grupos etários.
 
No levantamento do Datafolha, o histórico mostra uma queda vertiginosa no número de católicos ao longo dos últimos 20 anos: em 2010, os fiéis romanos eram 63%; em 2007, 64%; já em 1994, 75%.
 
O instituto Data Popular publicou o relatório do levantamento feito junto a 1.501 pessoas em 100 cidades, e descobriu que entre os jovens de 16 e 24 anos, 44,2% são católicos, menos da metade. Os evangélicos somam 37,6%, enquanto adeptos de outras religiões são 6,7% e 11,5% afirmaram não possuir religião.

De acordo com informações do G1, a pesquisa mostra que na faixa etária a partir dos 50 anos, 57,9% se declararam católicos, 27% evangélicos, enquanto 11,1% disseram serem adeptos de outras religiões e apenas 4% não possuem religião.

A mobilização da Igreja Católica para reverter o quadro que se acentua só aconteceu depois que os números foram revelados pela mídia, diz um dos cardeais brasileiros que fizeram parte do último conclave, que elegeu Jorge Mario Bergoglio ao pontificado: “Talvez nós tenhamos nos acomodado e pode ser que o crescimento do movimento neopentecostal tenha nos feito acordar, nos despertar para a nossa verdadeira missão”, afirmou dom Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida.

Retrato social

O retrato social destes números pode ser sentido na sociedade através de diversas formas. Nas ruas, é cada vez maior o número de templos evangélicos, das mais diversas denominações; Na política, a Frente Parlamentar Evangélica (apelidada de bancada evangélica) conta com dezenas de deputados; Na música, é cada vez maior o número de artistas gospel que conseguem espaço nas emissoras de TV; etc.

Um dado relevante sobre a pesquisa do Datafolha se refere aos costumes dos adeptos de cada vertente do cristianismo. Entre os evangélicos, apenas 24% dos pentecostais são contrários à lei que pune a homofobia. 21% dos evangélicos não pentecostais se manifestaram contrários ao PL 122. Já entre os católicos, apenas 16% se manifestaram contra o projeto.

Confira o infográfico da pesquisa feita pelo Instituto Datafolha:
infografico Folha - religiao1
infografico Folha - religiao2
infografico Folha - religiao3

Por Tiago Chagas, para o Gospel+
 
 

segunda-feira, 22 de julho de 2013

‘Papa irá conclamar governos a escutar as ruas’, diz Leonardo Boff

 

 
O teólogo e professor Leonardo Boff (foto: Júlio César Guimarães/UOL)
O teólogo e professor Leonardo Boff (foto: Júlio César Guimarães/UOL)
 
O teólogo, escritor e professor Leonardo Boff,74, deixou de lado o pessimismo com os rumos da Igreja Católica que marcaram suas análises durante os pontificados de João Paulo 2º e Bento 16. Desde a ascensão de Francisco, o teólogo, que foi membro da Ordem dos Frades Menores, os Franciscanos, passou a cultivar esperança com o futuro da Igreja.
 
Boff, que nos próximos dias lançará o livro “Francisco de Assis e Francisco de Roma”, acredita que o novo pontífice colocará a Igreja ao lado dos pobres, aproximando-se do dos preceitos da Teologia da Libertação, movimento que reformulou a atuação da Igreja na América Latina e do qual Boff é um dos maiores expoentes.
 
Em entrevista ao UOL, o teólogo afirmou que Francisco irá, durante a Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro, que começa na próxima segunda-feira (22), “conclamar os governos a escutar as ruas” e indicará “as linhas básicas que darão a tônica de seu pontificado”. Ele também revelou que o pontífice tem ligações estreitas com a tendência argentina da Teologia da Libertação.
 
UOL – Qual é o significado da Jornada Mundial da Juventude para a Igreja Católica?
Leonardo Boff -
A intenção originária, de João Paulo 2º e Bento 16, era dar visibilidade à Igreja Católica. Com o processo de secularização, o sagrado na Igreja ficou restrito às imagens. A outra dimensão é de dar mais visibilidade à Igreja e ao cristianismo. O papa Francisco vai ter uma visão mais aberta. Ele coloca o acento não na Igreja, mas nos povos do mundo. Ele enfatiza que Deus é de todos, não só dos católicos.
 
O papa admite que a Igreja e todos nós estamos confusos sobre o caminho da humanidade, mas temos que cuidar da terra, de um dos outros, caso contrário vamos ao encontro de uma grande catástrofe. Ele procura descobrir como o cristianismo pode ajudar a evitar essa catástrofe.
 
UOL – Como acha que ele lidará caso haja protestos durante a visita ao Rio?
Leonardo Boff -
Ele vai fazer uma conclamação para os governos escutarem as ruas, escutarem os jovens. As causas deles são verdadeiras, e os governos têm de escutá-los. Eles reclamam por mais participação, por uma democracia com o povo. Ele vai desafiar os jovens com seu entusiasmo, seu senso de sonho, utopia. Ele tem uma perspectiva bem diferente do Bento 16, que mantinha um diálogo difícil com a modernidade. Acho que dessa jornada vai ser um desafio para os jovens de inaugurar uma nova fase da Igreja.
 
UOL – O evento pode influir nos rumos da Igreja, impulsionar reformas?
Leonardo Boff -
Antes de iniciar reformas na Cúria Romana, Francisco reformou o próprio papado. Ele é um papa que deixa o palácio, mora onde todos os hóspedes moram, renuncia a títulos de poder, se sente mais Bispo de Roma do que papa e pede para não ser chamado de sua santidade. Com isso, ele quer dizer ‘nós somos irmãos ou irmãs’, ‘estou no meio de vocês’. É uma perspectiva diferente, mais ligada à vida cotidiana dos fieis, à capacidade de perdão e misericórdia. Na Jornada, ele dará as linhas básicas que vão ser a tônica do seu papado. Ele já deu sinais de que defende a abertura de diálogo com judeus e muçulmanos.
 
UOL – O senhor enxerga no papa Francisco ligação com os pressupostos da Teologia da Libertação?
 
Leonardo Boff – As intuições básicas da Teologia da Libertação estão presentes no discurso dele. A primeira frase mais forte que ele disse no dia seguinte à eleição, foi de que ele gostaria de uma Igreja pobre para os pobres. E ele era adepto de uma das vertentes da Teologia da Libertação, que era própria da Argentina, que é a teologia do povo, teologia da cultura popular. A Teologia da Libertação tinha muitas tendências. Na Argentina predominou essa, que vem do justicialismo (movimento político de apoio ao Partido Justicialista, de Juan Domingos Perón).
Francisco sempre se entendeu como um peronista, um justicialista. Uma das polêmicas com a Cristina Kirchner (presidente da Argentina, do Partido Justicialista) foi por ele achar que o governo estava tratando o pobre com filantropia, e não com justiça social. Ele defendia trazer os pobres como participantes, que não há solução para os pobres sem a participação deles. Isso é a Teologia da Libertação. Francisco não usa a palavra Teologia da Libertação, e talvez até seja bom ele como papa não se filiar a teologia nenhuma.
jmj
UOL – Gostaria que o senhor falasse mais sobre essa tendência argentina da Teologia da Libertação que influenciou o papa.
Leonardo Boff –
O formulador dessa teologia é Juan Carlos Scannone, um jesuíta que foi professor do Bergoglio. Ele frequentou as aulas do Scannone e sempre foi entusiasta dessa teologia. Ele foi sozinho para as casas, para as favelas. Não vou dizer que ele é da Teologia da Libertação porque isso não é importante. Mas ele é da libertação. E intuiu essa opção pelos pobres contra a pobreza. É isso que sempre pregamos. E o curioso é que saiu um livro na Itália.
É isso que sempre pregamos. E o curioso é que agora saiu um livro na Itália escrito conjuntamente entre o atual presidente da Congregação da Doutrina da Fé (grupo interno da Igreja que historicamente combatia a Teologia da Libertação), o arcebispo Gerhard Ludwig Müller, e um dos fundadores da Teologia da Libertação, o peruano Gustavo Gutiérrez. O livro se chama “Da parte dos pobres: Teologia da Libertação, Teologia da igreja”. Então há uma mudança muito grande.
 
UOL – Nesse movimento de mudanças, a Igreja incorporou elementos da Teologia da Libertação?
Leonardo Boff –
A Teologia da Libertação sempre esteve presente. Uma coisa é a oposição que tinha o Vaticano, que ouvia muito mais os críticos da Teologia. Outra coisa é a Igreja no Brasil e na América Latina, que vem da linha pastoral. O próprio MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) é criação da Igreja da Libertação, nascido de uma sacristia. O PT (Partido dos Trabalhadores) teve como fundadores as igrejas de base. Aqui a Teologia sempre esteve presente. Ocorre que, como era polêmica, tinha uma certa invisibilidade.
A Teologia está viva. Nasce dessa experiência do grito do oprimido no passado, que virou um clamor hoje em dia. A Europa vive situações da Idade Média. Na Espanha, mais de 30% dos jovens estão desempregados. Na Grécia são 67%. Há muita miséria, sofrimento. Há uma globalização da indiferença. Nossa cultura não sabe mais chorar os mortos, as vítimas. Isso incita uma esperança de uma atmosfera nova da Igreja. Ratzinger condenou mais de 500 teólogos do mundo inteiro. Isso não vai ter mais. Até desconfio que ele (Francisco) vai reabilitar muitos teólogos que foram condenados sem nenhum motivo.
 
UOL – Nesses primeiros meses de pontificado, houve alguma mudança concreta ou foram gestos mais simbólicos?
Leonardo Boff –
Houve mudanças muito profundas. Ele não ora mais no palácio pontífice, ele dispensou todos os aparatos do poder, a começar pelo papamóvel. No Rio, ele rejeitou suíte. Quis um quarto onde todos vão se hospedar. Dispensou a cruz de ouro e joias e manteve a cruz de prata. Ele faz a reforma do pontificado. Essa transformação está desmontando os argumentos que estavam minando a Igreja, que viam a Igreja como um castelo cercado de inimigos, em ruínas. Ele não entende a Igreja assim. A entende como um diálogo aberto, franco, com o mundo. Há uma primavera prometida para a Igreja, depois de um inverno rigoroso
 
UOL – A Jornada pode ajudar a reverter o quadro de diminuição de católicos no Brasil?
Leonardo Boff –
Francisco não tem uma perspectiva proselitista. Ele quer diálogo, que as igrejas se reconheçam mutuamente e juntas deem um testemunho da presença de Jesus. Ele acredita que essas igrejas estão a serviço da humanidade, e não delas mesmas. A figura dele, vindo da América Latina, vai reforçar essa democracia. Espero que ele faça um apelo aos políticos que escutem as ruas e que atendam as demandas. Ele disse que as demandas desses jovens são justas e devem ser ouvidas. São demandas ligadas à vida, em nome de uma democracia mais transparente e participativa.
 
UOL – O senhor acredita que o papa em algum momento irá tocar em temas polêmicos, como a união de pessoas do mesmo sexo, uso de preservativos e aborto?
Leonardo Boff -
Até agora ele não abordou. Acho que ele vai ter uma posição mais clássica, a favor da vida, contra o aborto, com críticas às uniões homoafetivas. Só que tem uma diferença: até agora era proibido discutir esses temas. Ele vai tirar a proibição e permitir a discussão. A partir disso, vai tomar medidas mais pastorais. Ele já fez duras críticas a um padre que não quis batizar uma mãe solteira, dizendo que não existe mãe solteira. Existe mãe.
 
 
Fonte: pavablog.com