sábado, 14 de novembro de 2015

Terror em Paris: série de atentados do Estado Islâmico mata mais de 120 na capital francesa

Terror em Paris: série de atentados do Estado Islâmico mata mais de 120 na capital francesa
Uma noite de terror em Paris. Seis ataques terroristas na sexta-feira, 13 de novembro, realizados de forma coordenada em diferentes pontos da capital francesa, entre 21h20 e 22h30 (horário local), resultaram na morte, até agora, de 128 pessoas.
O maior número de mortes está concentrado na casa de shows Bataclan, onde acontecia uma apresentação de uma banda de rock e três terroristas dispararam contra o público, matando pelo menos 70 pessoas e ferindo outras dezenas.
Um vídeo publicado pelo jornal Le Monde, e reproduzido pela Globo News neste sábado, 14 de novembro, mostrou pessoas desesperadas e feridas saindo pela lateral da casa de shows ou saltando de janelas nos andares superiores.
Testemunhas dos ataques no Bataclan afirmaram à rádio France Info que os terroristas dispararam contra o público gritando “Alá Akbar” (“Alá é grande”, traduzindo para português), termo comum entre religiosos muçulmanos.
“Eu e minha mãe conseguimos fugir do Bataclan […], evitamos os disparos, havia muita gente por todas as partes no solo. Uns indivíduos chegaram, começaram a disparar na entrada. Dispararam contra a multidão gritando ‘Alá Akbar’, acho que com espingardas”, disse o jovem chamado Louis.
Em outro ponto da cidade, mais ao norte, no Stade de France, onde era realizada uma partida amistosa entre França e Alemanha, três explosões nos arredores do estádio fizeram com que o serviço de inteligência e segurança do presidente François Hollande o retirassem do local, às pressas. Durante o jogo, puderam ser ouvidas duas das explosões, realizadas por homens-bomba, porém os torcedores não foram informados sobre os acontecimentos antes do apito final, para evitar pânico.
Tiroteios em outros pontos da cidade também deixaram pessoas mortas e feridas em estado grave. Dois brasileiros que estavam no restaurante Le Petit Cambodge, no 11º distrito de Paris, que foi alvo de ataques, foram feridos. Eles jantavam quando foram atingidos por disparos. O Ministério das Relações Exteriores afirmou que ainda não teve autorização para revelar suas identidades.
O total de pessoas internadas na manhã deste sábado, correndo sério risco de morte, era de 99. O presidente da França declarou, em rede nacional, estado de emergência em toda a França, e que as fronteiras do país estavam fechadas. Hollande também anunciou que 1.500 soldados estavam a caminho de Paris para ajudar na segurança.

Estado Islâmico

A diretora do SITE Intelligence Group, dedicado ao monitoramento do terrorismo, Rita Katz, publicou em seu perfil no Twitter que há informações de que o Estado Islâmico é o mandante dos ataques em Paris, como retaliação ao envolvimento da França em bombardeios contra o núcleo do grupo na Síria.
Neste sábado, 14 de novembro, o Estado Islâmico assumiu a autoria dos atentados. Ontem, em mensagens divulgadas em seus canais, os terroristas comemoraram os ataques: “Lembrem-se, lembrem-se do dia 14 de novembro #Paris. Eles nunca vão esquecer esse dia, assim como o 11 de Setembro para os americanos”, dizia uma das mensagens.
Na outra, os extremistas islâmicos afirmavam que “a França envia suas aeronaves com bombas para a Síria diariamente e mata crianças e idosos, hoje está bebendo do próprio veneno”.
Segundo informações do G1, Katz revelou que os adeptos do Estado Islâmico estão celebrando os ataques na França e teriam feito novas ameaças, como “Esse é apenas o começo. Esperem até os istishhadis (suicidas) chegarem em seus carros”; “França: à medida que você mata você está sendo morta”; e “Nós estamos chegando, França”.
Hollande considerou que o ataque era uma “declaração de guerra”, e que esse ato será respondido de maneira equivalente, pelos países aliados.

Repúdio

A presidente brasileira, Dilma Rousseff, afirmou através de sua conta no Twitter que estava consternada com os ataques. “Consternada pela barbárie terrorista, expresso meu repúdio à violência e manifesto minha solidariedade ao povo e ao governo francês”, escreveu a presidente, que meses atrás pediu diálogo com os terroristas do Estado Islâmico, durante a Assembleia-Geral da ONU.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, também usou seu Twitter para divulgar uma mensagem: “Estou chocado pelos eventos em Paris nesta noite. Nossos pensamentos e orações estão com os franceses. Faremos o que for possível para ajudar”.
O presidente Barack Obama classificou a situação como “ultrajante”, e disse que os Estados Unidos farão o que for possível para ajudar a França a encontrar os responsáveis: “Faremos o que for necessário pra trabalhar com os franceses e as nações ao redor do mundo para buscar justiça […] Não quero especular no momento quem é o responsável até que sejamos informados pelas autoridades francesas que a situação está sob controle”, afirmou, considerando que o atentado foi “um ataque contra toda a humanidade”: “Aqueles que acham que podem aterrorizar o povo da França e os valores que eles representam, estão errados”, acrescentou.

Resposta

Agências internacionais relatam que os atentados em Paris são a resposta do Estado Islâmico a duas derrotas recentes: a morte do terrorista conhecido como Jihadi John em ataques realizados pelos Estados Unidos, e a explosão, quatro dias atrás, de um centro de distribuição de petróleo do Estado Islâmico na Síria, perto da cidade de Deir Ezzor.
Segundo o portal Uol, analistas consideram que “os ataques terroristas em Paris nesta sexta-feira podem ser retaliação de extremistas islâmicos”. Os bombardeios franceses na Síria foram uma importante derrota para o Estado Islâmico, que tem na venda de petróleo uma importante fonte de receita.

U2

A banda de rock U2 cancelou o show que estava marcado para este sábado em Paris e que seria transmitido ao vivo pela televisão: “Assistimos em choque aos eventos em Paris e nossos corações estão com as vítimas e suas famílias […] Oramos para que todos os nossos fãs em Paris estejam seguros”, disse a banda em comunicado.
Por Tiago Chagas / via gospelamais.com.br

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