quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Pastor que mergulhou Bíblia em óleo se justifica: “ato profético”

Pastor que mergulhou Bíblia em óleo se justifica: “ato profético”

Líder chama críticos de fariseus e diz que continuará a fazer tais atos
Um vídeo postado no Facebook, rapidamente foi multiplicado e comentado exaustivamente nos últimos dias. Com apenas um minuto e meio, o material não mostra o rosto dos pastores, apenas registra um “ritual” que gerou polêmica nas redes sociais.
O narrador avisa que eles são da igreja Templo dos Anjos, localizada em Passo Fundo (RS). Uma Bíblia que ficou vários dias “embebida” em óleo puro de oliva, vindo de Israel, é “espremida” em um reservatório. Esse “óleo sagrado” será usado em uma corrente de final de ano, promovida pela igreja, chamado “projeto de vida 2016”.
Agora, o autor do vídeo, pastor Ismael Nascimento, veio a público se defender e justificar a ação. Ele chamou de “ato profético”, alegando que sabe o que está fazendo e que continuará fazendo. Na tentativa de avalizar o ritual, afirma que sua igreja está cheia.
Em oito minutos e meio ele desfia uma série de narrativas bíblicas, procurando mostrar que muitas das ações de Jesus fugiam do convencional. Também compara seus críticos a fariseus e saduceus.
O pastor cita nominalmente páginas de internet que divulgaram seu vídeo como heresia. Ele afirma que “em respeito ao povo cristão” precisa mostrar que a imersão da Bíblia no óleo tem razão de ser.
Mostrando-se incomodado com as críticas, ele acusa seus críticos de praticar um “crime” quando fazem denúncias nas redes sociais. Em tom de ameaça, insinua que todos os que o criticam estão praticando “blasfêmia contra o Espírito Santo”, ressaltando que esse é “o único pecado que não tem perdão”.
Passa então a citar versículos que falam que um crente não pode julgar. Diz: “antes de tirar a flecha do olho do seu irmão, tira o arco que está no teu”, numa citação atrapalhada de Mateus 7:5.
De maneira sutil, compara-se a Jesus que foi perseguido e condenado à cruz pelos líderes religiosos da época. Em tom ameaçador, nega que ele e os demais pastores que promovem esses “atos proféticos” ou preguem o que não está na Bíblia sejam hereges. Tentando inverter a lógica, diz que o escândalo vem de quem os expõe e não dos que praticam tais coisas.
Apela para a lei brasileira, que garante liberdade de culto, como justificativa para que ele e os outros pastores que são adeptos dessas práticas, possam fazer o que bem entenderem dentro dos templos.
Aproveitou para dizer que ninguém pode criticar os líderes evangélicos, citando nominalmente Silas Malafaia, Agenor Duque, Valdemiro Santiago, Edir Macedo, este último chamado de “exemplo”.
Desafia os donos das páginas e todos os que o criticam a abrirem igrejas, distribuírem Bíblias, fazerem caridade e batizarem pessoas “tanto quanto” ele faz. Convida seus detratores a vir até sua igreja e participar da corrente, pois “garante” que Deus irás abençoá-los se praticarem o que ele ensina. Por fim, ironiza a situação, alegando que o vídeo teve cerca de 500 mil visualizações e tudo que foi dito contra apenas o fortalece.
Faltou apenas ao pastor que ensina que o óleo extraído da Bíblia “tem promessas”, o que acontece com as maldições citadas nas mesmas Escrituras. Ou ainda, arrazoar sobre por que sua igreja leva o nome de “Templo dos Anjos”, o que não é aconselhado em Colossenses 2:18. Por fim, poderia esclarecer de maneira definitiva o que é um “ato profético”, algo que não é ensinado na revelação bíblica.
Assista:

Por Jarbas Aragão / via gospelprime.com.br

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