quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Kivitz e Murilo Couto: Alguém vai para o inferno?


Ano após ano no Natal Roberto Carlos, durante os seus shows transmitidos pela TV aberta, diz: “São tantas emoções”. Mesmo não sendo um admirador do “rei”, tenho que concordar com ele, pois no Natal desse ano de 2014 fiquei com os meus sentimentos a flor da pele. Claro que não estou tratando do enjoativo Especial Roberto Carlos, mas do programa, The Noite, apresentado por Danilo Gentili, que convidou para a sua ceia de Natal o pastor Ed René Kivitz e dois padres para discutirem o significado do Natal.
 
O momento em que fiquei mais “emocionado” foi quando Murilo Couto, comediante do programa, questionou a partir do minuto 28:11, o seguinte: “Eu vou para o inferno por não acreditar em nada?”.[1]Kivitz com sua maestria, semelhante a de seu mentor Brian McLaren[2], não revelou o que pensa e nem mesmo respondeu a pergunta, não diretamente. Fez como fazem os teólogos liberais que não querem sair do armário. Falou, falou e não respondeu a pergunta.
 
Você talvez esteja pensando: “Isso é normal, a final de contas ele estava se sentindo intimidado com os holofotes e tantas câmeras”. Pois bem, eu concordaria com você se não soubesse que ele é um dos pastores mais bem preparados e um dos maiores comunicadores que temos no Brasil. Em outras palavras, ele é uma pessoa que jamais  se sentiria acuada em situações como essa.
 
Mesmo sendo um homem preparado e um grande comunicador, esse pastor batista, é um universalista. Ou seja, o inferno para ele não existe e Cristo morreu para que todos, eu disse todos, sejam salvos.[3]Ele sabia muito bem o que estava fazendo, ao não ser direto e objetivo, pois expor o seu pensamento na TV aberta o colocaria no alvo das críticas como aconteceu no passado.
 
Em uma de suas pregações, por exemplo, Kivitz diz que antes acreditava que apenas os cristãos seriam salvos, mas que agora acredita que o Espirito de Deus está em toda a humanidade, que os seres humanos anseiam por Deus e que  isso efetivamente vem de Jesus.[4] Afirma também que ficaremos surpresos quando chegarmos ao céu e percebermos lá toda a humanidade, isto é,  crentes, incrédulos, pessoas que nunca acreditavam em Cristo, juntas louvando ao Senhor. Para ele as pessoas perguntarão as outras como chegaram ali? E todos dirão, foi Jesus.
 
O pastor da Igreja Batista de Água Branca disse também, em sua página pessoal, o seguinte:
“Pessoalmente, das três principais opções: calvinismo, arminianismo e universalismo, tenho simpatia pela última. Mas não me atrevo a dizer que essa teologia é a correta e a única que pode ser sustentada biblicamente, até porque na história do pensamento cristão sempre foi a menos popular”.[5]
 
Parece piada, mas é justamente esse o pensamento de um dos maiores ícones “gospel” da atualidade, pastor que se negou a responder a mais básica pergunta do Cristianismo. Espero que Murilo Couto encontre um cristão mais objetivo e que acredite no que a Bíblia ensina. Um cristão que simplesmente diga:
 
“Jesus nasceu, por isso celebramos o Natal. Porém não nasceu para ser celebrado e sim para salvar. Jesus é o Cristo que nasceu para morrer no lugar de todo aquele que nele crê, a fim de que esses salvos não pereçam no inferno, mas tenham vida eterna”.
 
Quem se sentiria ofendido com essa mensagem de salvação, satanás? Sei que alguns não gostarão, como também sei que não é politicamente correto falar mal do “rei” Roberto Carlos, assim como também não é “permissivo” falar do “ungido” do fã clube do Kivitz. Porém, como disse um amigo meu: “Se os discípulos do Ed René Kivitz não querem encarar a verdade, fale para aqueles que estão buscando a verdade.
 
Escrevo então a fim de alertar, não os fãs do Roberto Carlos ou de Kivitz, mas aqueles que as vezes se iludem com bons comunicadores como Rob Bell, Brian McLaren e Kivitz, pois querem crescer espiritualmente. Saibam que existem muitos outros bons comunicadores como John Piper, Augustus Nicodemus, Tim Keller, Luiz Sayão, Matt Chandler, Jonas Madureira, Paul Washer, Russell Shedd e tantos outros que, ao contrário dos universalistas, pregam o puro e simples evangelho sem jamais minimizar o sacrifício de Cristo na Cruz.
 
Notas
 
[2]Faço essa afirmação, pois quando lemos um livro e escrevemos o prefacio, do mesmo, estamos concordando com os pensamentos do artor, certo? Ed René Kivitz escreveu o prefacio do livro de Brian McLaren traduzido como “Uma Ortodoxia Generosa”. Não recomendo a leitura deste livro sem que você antes faça a leitura do livro de D. A. Carson, “Igreja Emergente”, publicado pela Vida Nova.
 
[3] O universalismo é a crença de que todos serão salvos e o inferno não existe. Foi promovido por autores como Gerrard Winstanley, Richard Coppin e George de Benneville no século 17: portanto, não é novo. Na América do Norte, os que aderiram a essa linha teológica passaram a ser chamados de universalistas. Há até uma Igreja Universalista, que abriga tais ensinos. George Knight tornou-se o maior defensor do universalismo sob influência dos escritos de Friedrich Schleiermarcher e George MacDonald. Ver em: http://www.cristianismohoje.com.br/artigos/especial/doutrina-que-garante-a-salvacao-de-todos-ganha-adeptos-mas-contraria-frontalmente-as-escrituras?fb_action_ids=10200415719543688&fb_action_types=og.likes&fb_source=aggregation&fb_aggregation_id=288381481237582
 
 
 
 
Por Alessandro Brito /via gospelprime.com.br

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