sábado, 6 de dezembro de 2014

Congresso de Missão Integral na Igreja da Lagoinha: Um tiro na verdadeira caridade


Num culto na Igreja Batista da Lagoinha em Belo Horizonte, o pregador, virando-se para Ana Paula Valadão, diz:
“Desafio você a doar sua enorme fortuna para os pobres, para que eles tenham comida, saúde, educação, emprego e lazer. Aliás, desafio você a dar 90 por cento de tudo o que você ganha para os pobres.”
Depois, virando-se para os outros cantores famosos da Lagoinha, o pregador faz o mesmo desafio, encorajando-os a ajudar os pobres com os próprios bolsos, não só com palavras.
Embora a estrela máxima do recente Congresso de Missão Integral na Igreja da Lagoinha tivesse sido o Rev. Antonio Carlos Costa, não foi ele quem fez o desafio. Aliás, ninguém fez tal desafio — que é apenas minha imaginação do que um “profeta” de Teologia de Missão Integral (TMI) deveria fazer.
Rev. Antonio Carlos Costa no Congresso de Missão Integral na Igreja da Lagoinha
Os defensores da TMI ganham muito bem. O caso do teólogo presbiteriano Alexandre Brasil, que recebe 15 mil reais por mês do governo do PT, é só um exemplo da vida boa dos teólogos da TMI. Claro que isso nem chega aos pés do que deve ganhar Ana Paula Valadão.
O que o Rev. Antonio Carlos Costa (ACC) pregou, em 2 de novembro de 2014, no Congresso de Missão Integral na Igreja da Lagoinha? Ele pregou muito sobre compaixão, dando apoio ao bolsa-família do governo.
A postura dele entra em conflito com o livro “Libertando as Nações,” que era amplamente promovido anos atrás pela Igreja da Lagoinha.
Esse livro, escrito por Stephen K. McDowell e Mark A. Beliles, diz que “A Bíblia revela desde tempos antigos as responsabilidades de cada indivíduo. Essas incluem: adoração, trabalho e caridade,” deixando claro que a função do governo é proteção das famílias e punição dos criminosos, não caridade.
ACC argumentou, em sua pregação, que a “seara é grande, mas poucos os trabalhadores.” Ele sugeriu que a igreja precisa ouvir o desabafo de Deus e ter compaixão, pendendo especialmente para o lado da caridade material. Ele disse que “essa é a maior necessidade da igreja.” Nesse contexto, ele convocou a igreja a se preocupar com as necessidades dos favelados de comida, emprego, saúde e lazer.
O problema dele foi focar principalmente na pobreza material. O favelado sem comida, saúde, educação, emprego e lazer é mais perdido do que o europeu rico que há muito tempo abandonou as tradições cristãs? Se dar comida, saúde, educação, emprego e lazer ajudasse na salvação, o europeu seria hoje a criatura mais “salva” do universo.
Em contrariedade às propostas de salvação material e estatal de ACC, “Libertando as Nações” mostra que o caminho para a “salvação” de um país é o governo adotar, entre outras medidas, os seguintes passos:
Deixar de financiar todos os interesses especiais, saúde e assistencialismo (alguns desses aspectos podem ser feitos gradualmente, conforme outros assumam a responsabilidade).
Fechar escolas públicas e o Ministério da Educação (isso ocorrerá gradualmente, à medida que os pais, as igrejas e o setor privado assumam sua responsabilidade).
Caridade não é função do Estado. É do indivíduo e da igreja.
Como indivíduos, tanto ACC quanto Ana Paula Valadão têm a responsabilidade cristã de doar suas riquezas aos pobres, especialmente se esse é o chamado que eles e suas igrejas sentem de Deus.
ACC é pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, que é, desde pelo menos a década de 1950, uma das denominações protestantes mais afetadas pela TMI, sendo foco de seus principais expoentes, inclusive Caio Fábio, que outrora foi o maior líder presbiteriano do Brasil.
ACC é também fundador e presidente da Rio de Paz, uma ONG desarmamentista que prega o desarmamento da população como solução para acabar com a criminalidade e trazer e paz.
Sobre desarmamento, “Libertando as Nações” diz: “Qualquer tentativa de proibir um indivíduo de possuir armas é antibíblico e é uma tentativa pagã de centralizar o poder.”
A solução para acabar com a violência armada é oração e armar os bons cidadãos. Assim Israel protege, por exemplo, seus cidadãos. Os criminosos usam armas pesadas? O governo tem a obrigação de proteger e defender a liberdade e os direitos dos cidadãos portarem rifles e outras armas para defesa. A única resposta para a violência armada é a defesa armada.
Como pode então ACC pregar o desarmamento da população num país de violência armada generalizada como o Brasil? “Libertando as Nações” chama esse desarmamento de “antibíblico.” Eu chamo também de cruel irresponsabilidade.
Portanto, no evento antibíblico Congresso de Missão Integral na Igreja da Lagoinha, o Rev. Antonio Carlos Costa, representando sua ONG antibíblica Rio de Paz, pregou uma mensagem antibíblica de caridade estatal apoiada por cristãos.
Se a Igreja Batista da Lagoinha lesse e praticasse “Libertando as Nações,” não se envolveria em ensinos antibíblicos.
“Libertando as Nações” diz que a responsabilidade das famílias é:
Ser frutíferos e multiplicar-se; ter filhos.
Assumir a responsabilidade de educar seus filhos através da educação escolar em casa e ensinos suplementares através de escolas privadas.
Sobre os indivíduos, “Libertando as Nações” diz que eles precisam:
Frequentar regularmente a igreja e apoiá-la com seus recursos e esforços na proclamação do Evangelho a seus amigos incrédulos.
Buscar um bom trabalho e trabalhar conscienciosamente para expressar o Reino de Deus em tal lugar.
Contribuir com parte de seu salário para indivíduos necessitados.
Obter armas para autodefesa, se necessário.
Orar por um avivamento e um governo justo.
ACC e Ana Paula Valadão precisam praticar a caridade individual, que é bíblica, e parar de defender a “caridade” estatal. Caso contrário, estarão dando tiro na verdadeira caridade e na própria Bíblia.
Se a Igreja Batista da Lagoinha quer se envolver com a Teologia da Missão Integral para praticar “caridade” para os pobres, deveria começar fazendo conforme o que Jesus disse ao jovem rico: “Dê todas as suas riquezas aos pobres e Me siga.”
 

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