terça-feira, 5 de novembro de 2019

SUFICIËNCIA DO EVANGELHO DE CRISTO




SUFICIËNCIA DO EVANGELHO DE CRISTO
(Atos 14.1).

Introdução. Paulo e Barnabé, como de costume, entram numa sinagoga judaica, e lá “… falaram de tal modo, que creu uma grande multidão...”. Nos chama atenção na leitura deste capítulo, as mais variadas consequências da pregação dos apóstolos, tais como: divisão, perseguição, incitação de ânimos, apedrejamento e toda sorte de confusão. Outros resultados: arrependimento (v.1), sinais, prodígios e maravilhas (vv. 3,8-10). E algo interessante também é que a multidão ao ver esses acontecimentos queria idolatrar os homens de Deus, (11-13). Os apóstolos, então recusaram tal atitude e repreenderam a todos dizendo que eram homens comuns, sujeitos as mesmas fraquezas, que eles deveriam converter-se ao Deus vivo. Bem diferente da pregação de muitos hoje.

Algumas lições podem ser aplicadas aos nossos dias, visto que o verdadeiro evangelho é imutável, eficaz e como tal, ainda produz resultados preciosos:

Primeiro. O evangelho produz mudança de vida. “… falaram de tal modo...”, (v.1). Existe enorme carência de pregação de temas, como arrependimento, novo nascimento, regeneração, santificação, etc. tais assuntos, não atraem público às igrejas. As pessoas não querem comprometimento com Deus e sim viver suas vidas desfrutando das paixões e vaidades carnais, que só afrontam e entristecem ao Criador. Assim, como os pregadores estão preocupados em atrair multidões, eles pregam o que as pessoas querem e gostam de ouvir e não o que necessitam que é a salvação. O verdadeiro evangelho deve ser pregado de tal modo que convença os pecadores de seu estado e os conduza a buscar a salvação de Deus.

Segundo. O evangelho produz perturbação, divisão, (vv.2,4). Parece que estamos pregando hoje um evangelho “light”, bem diferente do evangelho que Jesus pregou. Jesus causava perturbação nos seus ouvintes. Certa vez ele proferiu um sermão tão duro que muitos dos discípulos ficaram escandalizados e alguns o abandonaram: Muitos, pois, dos seus discípulos, ouvindo isto, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir?”... Por causa disso muitos dos seus discípulos voltaram para trás e não andaram mais com ele. Perguntou então Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos? (Jo 6.60,61,66-69). Estamos carentes de pregadores que não se contaminem, nem se conformem com o sistema deste mundo (Rm 12.2), que não se vendam pelas migalhas e oferendas, que não negociem seus princípios, sua integridade e caráter por um horário, ou aparição, ou ainda por uma entrevista na mídia. Estamos necessitando de pregadores que causem revolução no inferno, que as hostes espirituais da maldade se sintam incomodadas e perturbadas. Este é o verdadeiro evangelho que os apóstolos pregaram e revolucionaram o mundo, (At 17.8; 19.23-29).

Terceiro. O evangelho produz milagres, sinais e prodígios, (vv.3,8-10). Quantas vezes somos indagados acerca da escassez de milagres nos dias de hoje. Será que Deus mudou? Os milagres não são mais para os nossos dias? Claro que não, Deus não mudou, (Hb 13.8). O que mudou foi a motivação do homem, o seu amor e temor a Deus  Faltam homens espirituais e de fé em Deus. O que vemos são pessoas egoístas, amantes de si mesmas indiferentes a dor e sofrimento do próximo. 

Quarto. O evangelho produz fascínio, (vv.11,13). É impressionante o sentimento, a reação da multidão ao ouvir o evangelho propagado pelos apóstolos. Geralmente a multidão não é tendente a pensar, a analisar. Muitos se ajuntam e nem sabem a razão, (At 19.32). Ao ouvir e ver os sinais operados através da instrumentalidade dos homens de Deus, o povo logo quis faze-los deuses. O ser humano é assim mesmo. Não foi diferente quando Moisés subiu ao Monte para receber as tábuas da Lei e quando o povo viu que ele demorava, trataram de construir um bezerro de ouro para adorar. Ai está o grande perigo, pois muitas vezes o inimigo sabendo dessa fraqueza do homem procura induzi-lo a essa prática, a fim de desviar o foco da adoração ao verdadeiro Deus. O ser humano é facilmente atraído pelo oculto, pelo sobrenatural, pelas manifestações místicas. Hoje, multidões são atraídas pelos astros de tv, cinema e do esporte. Mas, no meio evangélico não é diferente. Milhares de crentes idolatram e pagam absurdos para assistirem shows de cantores gospel, outros nutrem verdadeira paixão por líderes e astros e até desembolsam elevadas quantias para doarem aos tele evangelistas. São pessoas vítimas desse fascínio desenfreado e sentimento religioso mal orientado.

Quinto. O evangelho produz a rejeição da fama e louvor a si próprio, (vv.14,15). Todos gostam de receber elogios, de reconhecimento, da fama, do louvor. É comum o ser humano buscar o engrandecimento pessoal. Essa febre tem atacado milhares e milhares de pastores, de cantores em todo o mundo em todas as épocas. Mesmo com inúmeras recomendações bíblicas de adorar e honrar somente a Deus o homem não se cansa de buscar a fama e a glória para si. O primeiro foi Satanás e foi lançado do céu, (Lc 10.18). A Bíblia menciona Herodes que foi ferido e comido pelos bichos porque não deu glória a Deus, (At 12.23). Quantos homens se dizendo servos de Deus, impõem a seus liderados, submissão irrestrita, muitos chegam até mesmo ao constrangimento de ordenar quando da sua chegada ao recinto, que todos se levantem a fim de receber o “homem de Deus”. Paulo e Barnabé recusaram receber louvor da multidão.

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