domingo, 22 de maio de 2016

Após banir Deus de seus sermões, pastora se declara ateia e vira alvo de processo eclesiástico

Após banir Deus de seus sermões, pastora se declara ateia e vira alvo de processo eclesiástico
A pastora Gretta Vosper, dirigente da West Hill United Church, em Toronto, Canadá, revelou-se ateia em 2013, e agora, um processo eclesiástico poderá pôr fim à sua carreira religiosa.
Gretta revelou que sua apostasia começou há 15 anos, quando resolveu remover as menções à Bíblia de seus sermões. Depois, resolveu banir as referências a Deus, Jesus Cristo, Espírito Santo e todos os seres espirituais mencionados na Bíblia.
Há três anos, ela chegou ao ápice de sua falta de fé. De acordo com informações da BBC, sua decisão de anunciar-se ateia veio depois que ela soube que um grupo de mais de 80 blogueiros de Bangladesh estava sob ameaça de extremistas islâmicos.
A revelação de seu ateísmo, no entanto, causou enorme rebuliço na comunidade cristã local: outros representantes passaram a acusá-la de distorcer a função da religião e questionar sua legitimidade para seguir à frente de uma congregação da Igreja Unida do Canadá.
“Não esperava tamanho impacto, mas não me arrependo de nada do que disse. Tanto Deus quanto a religião são hoje usados por grupos privilegiados, interessados apenas em manter seu status opressor. Eu não quero fazer parte disso”, defende-se.
Agora, um processo eclesiástico poderá terminar com a excomunhão da pastora, levando-a a encerrar sua controversa jornada como ateia à frente de uma igreja. A reportagem da BBC constatou que durante as reuniões comandadas por Gretta no templo da igreja, a palavra amor foi ouvida 43 vezes, mas Deus não foi lembrado uma única vez.
“Não vejo qualquer evidência de que Deus exista, especialmente aquela figura benevolente que tem tudo sob seu controle”, disse ela, que acrescentou dizendo que Deus, talvez, seja apenas uma metáfora sobre as relações que estabelecemos com o mundo. “Com tantas coisas ruins à nossa volta, não posso aceitar o argumento de que qualquer acontecimento é parte da vontade de Deus”.
A postura da pastora, no entanto, também não é unanimidade entre os membros, que criticam suas convicções e decisões congregacionais baseadas em sua falta de fé: “O mais grave é que sequer nossa congregação foi ouvida. A hierarquia mais alta da igreja quer impor seus conceitos sem nenhum diálogo. Vamos organizar protestos até que nós sejamos ouvidos”, comentou o aposentado Steve Watson.
Por Tiago Chagas / via gospelmais.com.br

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