quinta-feira, 21 de maio de 2015

Pastores da Assembleia de Deus são investigados por escândalo envolvendo agiotagem

Pastores da Assembleia de Deus são investigados por escândalo envolvendo agiotagem
Dois pastores da Assembleia de Deus estão envolvidos em um escândalo político que envolve agiotagem, corrupção e ameaças de morte. Ronan Feitosa de Lima e Gilmar Olarte são alvos de uma investigação do Ministério Público.
O caso foi exposto em rede nacional no último domingo, no programa Fantástico, da TV Globo. Lima e Olarte são pastores da Assembleia de Deus Nova Aliança, e o segundo é o atual prefeito de Campo Grande (MS).
De acordo com investigações, o escândalo teria tido início na campanha eleitoral de 2012, quando Olarte (PP) era candidato a vice na chapa de Alcides Bernal (PP), que terminou cassado em março de 2014.
O pastor Lima, que era assessor da prefeitura de Campo Grande e trabalhou na campanha de Olarte, é a pessoa acusada de pegar cheques de pessoas interessadas em ajudar a eleger o prefeito como vice, em troca de vantagens na administração municipal.
“Ele pegava folhas de cheque em branco. Essas folhas de cheque normalmente eram trocadas junto a agiotas, mediante pagamento de juros. E aos titulares desses cheques, ele prometia que eles iriam ser beneficiados com cargos públicos e contratos com a administração”, explica o promotor Marcos Alex Vera de Oliveira.
Os cheques em branco, somados, dariam aproximadamente R$ 1 milhão, segundo apurado pela reportagem dos jornalistas Maurício Ferraz e Rodrigo Vaz. Quando os cheques eram descontados, alguns não tinham fundos, e outros, sim. Dessa forma, o prejuízo começou a incomodar as duas partes envolvidas pelos pastores: os agiotas e os apoiadores que haviam emprestado as folhas em branco.
“Nós temos muita tranquilidade em relação a esse assunto. Infelizmente o moço, ele se enrolou com cheques trocados em agiotas e aí depois deu problema. Ele era assessor da prefeitura. Quando eu assumi, ele foi exonerado”, defendeu-se o pastor e prefeito.
Diversas vítimas e um agiota confirmaram que quem fazia o contato era o pastor Ronan Feitosa de Lima, em nome de Gilmar Olarte. Uma gravação de uma ligação de um dos agiotas ao prefeito mostra que, quando Olarte assumiu a prefeitura, prometeu resolver a situação.
Porém, Olarte nega, e diz que sua fala seria no sentido de acalmar os ânimos, porque já haviam acontecido ameaças de morte.
“Durante a investigação se percebe claramente que o prefeito se compromete a pagar esses valores a esses credores. E que isso não é uma postura de uma pessoa que não se beneficiou de recursos”, explica o promotor de Justiça.
O prefeito, no entanto, nega: “Não, eu não disse que ia pagar dívida. Eu disse que ‘tenha calma, vamos ver se dá para resolver’ por causa das ameaças de morte que a gente sabia para o ex-assessor”, diz. O pastor Ronan Feitosa de Lima não quis gravar entrevista.
Por Tiago Chagas / via gospelmais.com.br

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