terça-feira, 20 de setembro de 2016

"As pessoas estão se afastando do governo e buscando a Deus", diz pastor sobre Cuba

"As pessoas estão se afastando do governo e buscando a Deus", diz pastor sobre Cuba

Rev. Mario Felix Lleonart Barroso, que deixou Cuba após ser alvejado pelas autoridades, disse que o governo cubano acompanha de perto os grupos religiosos, para poder controlá-los, mas que também acredita na força da Igreja.

Pastor Mário Felix enfrentou a perseguição religiosa em Cuba. (Foto: MarPorCuba)
Pastor Mário Felix enfrentou a perseguição religiosa em Cuba. (Foto: MarPorCuba)

Em meio a uma repressão crescente sobre as igrejas em Cuba, um pastor proeminente e ativista pela liberdade religiosa, alertou que "sofrer ameaças de violência física também faz parte da vida de um cristão" na ilha caribenha.

Rev. Mario Felix Lleonart Barroso, que deixou Cuba após ser alvejado pelas autoridades, disse à missão 'International Christian Concern' (ICC) que o governo cubano acompanha de perto os grupos religiosos, para poder controlá-los.

O Escritório de Assuntos Religiosos (ORA) "deveria mediar e agir como uma ponte entre as igrejas, as pessoas e o governo", disse ele.

"Mas se você já viveu em Cuba ou sabe alguma coisa sobre a maneira como as coisas acontecem 'lá dentro', você sabe que o 'ORA' é nada mais que um braço do governo, estabelecido para suprimir as liberdades religiosas e os direitos dos cidadãos cubanos. É apenas mais uma das formas do governo ter seus olhos e ouvidos em todos os lugares", acrescentou.

A Constituição garante a liberdade religiosa em Cuba, mas a 'Christian Solidarity Worldwide' (CSW), baseada no Reino Unido, alertou que o tratamento dado pelo governo aos grupos religiosos se deteriorou significativamente no último ano. A organização acusou as autoridades de alvejar propriedades da igreja "para apertar o controle sobre as atividades e a composição dos grupos religiosos e, assim, eliminar o potencial de qualquer agitação social".

Entre janeiro e julho de 2016, a CSW registrados 1.606 violações da liberdade religiosa, incluindo a demolição e o confisco de igrejas e detenções arbitrárias.

Os líderes religiosos também tiveram seus pertences pessoais confiscados, e mais de 1.000 igrejas ainda são considerados "ilegais", estando sob ameaça de serem confiscadas no futuro.

Barroso disse que o fechamento de igrejas e o despejo dos membros é algo "bastante ruim", mas advertiu que há também "o problema de destruir ou até mesmo queimar objetos do interior dos templos... isso sem mencionar, a ameaça de violência física, já inerente à vida de um cristão em Cuba".

O pastor Mario Felix foi preso em março, poucas horas antes do presidente dos EUA, Barack Obama chegar a Cuba para uma visita oficial de Estado. Sua esposa foi colocada sob prisão domiciliar e trancada dentro de sua própria casa, com as duas filhas pequenas do casal.

"Foi um daqueles momentos que você nunca esquece", disse Barroso à ICC. "Saber que sua filha está assistindo a algo assim é uma experiência dolorosa. É difícil para uma mente tão jovem, entender que o fato de expressar suas crenças e sua opinião pode levá-la à prisão".

"Você pensa consigo mesmo: defender o que é certo pode acabar sendo o fim da minha vida". Apesar dos problemas, no entanto, o pastor Barroso disse à 'ICC' que ele permanece esperançoso sobre o futuro da Igreja em Cuba.

"A razão pela qual o governo às vezes tenta silenciar a Igreja ou fechar templos é porque ele está preocupado com o número de pessoas que estão se afastando do Estado [governo] e olhando para Deus, procurando respostas e esperança", disse ele.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO CHRISTIAN TODAY

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