2. Gênesis 3.22: “Então,
disse o Senhor: Eis que o homem é como um de nós...” (grifo
nosso).
Nota: O uso pronominal da
primeira pessoa do plural do caso reto “nós” indica pluralidade de
pessoas.
3. Gênesis 11.7: “Eia, desçamos e confundamos ali a sua
língua...” (grifo nosso).
Nota: Os verbos “desçamos” e “confundamos” na primeira pessoa do plural
indicam pluralidade de pessoas.
Exame do livro de Apocalipse
Assim como Jesus não é a única pessoa da Trindade tratada em Gênesis, da mesma
forma em Apocalipse, o último livro da Bíblia, temos o Senhor Jesus de modo
proeminente, mas isso não significa que Ele seja a única pessoa de que trata o
livro. Encontramos Cristo, junto ao Pai, recebendo adoração de todos os anjos do
céu: “E olhei, e ouvi a voz de muitos anjos ao redor do trono, e dos animais, e
dos anciãos; e era o número deles milhões de milhões, e milhares de milhares,
que com grande voz diziam: Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber poder,
e riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças. Então
ouvi a toda criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e que está
no mar, e a todas as coisas que neles há, dizer: Ao que está assentado sobre o
trono (Deus, o Pai), e ao Cordeiro (Jesus Cristo, o Filho), sejam dadas ações de
graças, e honra, e glória, e poder para todo o sempre” (Ap 5.11-13 – grifo
nosso).
Podemos, ainda, citar uma referência à pessoa do Espírito Santo: “E do trono
saíam relâmpagos, e trovões, e vozes; e diante do trono ardiam sete lâmpadas de
fogo, as quais são os sete espíritos de Deus” (Ap 4.5 - grifo
nosso).
Devemos observar que a expressão em destaque está-se referindo à plenitude de
operações do Espírito Santo em conexão com as palavras do profeta Isaías: “E
repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o espírito de sabedoria e de
entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento
e de temor do Senhor” (Is 11.2).
Assim, fica evidente de que não há base bíblica para sustentar a declaração do
senhor Carlos Moisés de que a Bíblia “de Gênesis a Apocalipse está falando de
uma única pessoa: Jesus Cristo...”. E, considerando a declaração de Gênesis 1.2,
que diz: “...e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas”, concluímos
que temos sim as três pessoas da Trindade, muito embora o senhor Carlos Moisés
discorde.
Dessa forma, as referências bíblicas citadas, como, por exemplo, Is 1.18, 40.13,
42.8, 43.11-12, 44.6, 25, 45.5-6, 22 e 45.23, não contradizem o nosso modo de
interpretar a Bíblia. Somos monoteístas. Entendemos, porém, que esse Deus único
revelou-se em três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Não
somos triteístas, como é alegado no referido CD.
Pode-se crer na Trindade?
Utilizando-se do mesmo raciocínio das testemunhas de Jeová, o senhor Carlos
Moíses diz: “Onde estaria a palavra trindade aí? Não existe na Bíblia Sagrada,
porque a Bíblia diz que Deus é um...”. E continua em seu discurso: “Ele diz eu
sou. É por isso que não existe uma trindade. Faço uma pergunta: onde está a
trindade, três pessoas em uma só?... Quem que está falando da trindade... Quero
dizer para você que não existe essa palavra na Bíblia Sagrada. Quero dizer que
não há trindade na Bíblia, não há três deuses, não há três pessoas em uma só...
Vou mostrar alguns erros da trindade biblicamente. Nós cremos na manifestação
tripla de um mesmo Deus como Pai, Filho e Espírito Santo, mas não de três
pessoas, nem de três deuses, mas de um Deus só que se manifestou nessas três
formas” (o grifo é nosso).
Negar a unidade composta de Deus simplesmente porque a palavra “trindade” não se
encontra na Bíblia não é nenhum método científico de pesquisa. Pensemos um
pouco: Quem existiu primeiro, as estrelas ou a astronomia, as plantas ou a
botânica, a vida ou a biologia, Deus ou a teologia?. Todavia, os homens, em sua
ignorância, conceberam idéias supersticiosas acerca das estrelas. O resultado
foi a pseudociência da astrologia. Conceberam idéias falsas sobre as plantas,
atribuindo-lhes poderes que não possuíam. Então, o que aconteceu? Passou a
existir a feitiçaria. O ápice desses erros foi a cegueira espiritual dos homens
que os levou a formar conceitos errados sobre Deus e, por conta disso, veio o
paganismo.
Será que o argumento do senhor Carlos Moisés pode provar que a Trindade não é
uma doutrina bíblica? Claro que não. Embora a palavra “trindade” não apareça na
Bíblia, o ensino dessa doutrina, porém, que comprova a existência de três
pessoas distintas em uma só divindade, está implícito na Santa
Escritura.
A doutrina da Trindade não é antibíblica e deve ser aceita. Nos tempos antigos,
esse ensino enfrentou severos ataques, o que forçou a igreja a definir com
exatidão sua fé na Trindade. Esse erro que ressuscita hoje era conhecido como
sabelianismo, doutrina esta que ensinava que o Pai, o Filho e o Espírito Santo
eram apenas aspectos ou manifestações de Deus. A Bíblia nos ensina que o Pai é
Deus, que o Filho é Deus e que o Espírito Santo é Deus, e isso não é triteísmo
(triunidade) nem unicismo (mesma pessoa), mas santíssima Trindade. Rejeitar essa
verdade é aceitar o politeísmo.
O senhor Carlos Moisés cita ainda a palavra “Bíblia” e declara que nela não
existe a doutrina da Trindade. Uma pergunta: “Onde se encontra nas Escrituras a
palavra Bíblia?”. Em nenhum lugar. Então, como ele afirma crer na Bíblia?
Seguindo o seu raciocínio, vejamos a sua alegação: “Nós cremos na manifestação
de pessoas... de Gênesis a Apocalipse, está falando de uma única pessoa: Jesus
Cristo”.
Outra
pergunta: Onde aparece na Bíblia a expressão “manifestação tripla”?. O senhor
Carlos Moisés declara ainda que Deus se manifestou de “três formas”. Mas onde
aparece na Bíblia a expressão em que Deus declara haver se manifestado de “três
formas”? E, por fim, onde lemos na Bíblia: “Nós cremos na manifestação tripla de
um mesmo Deus como Pai, Filho e Espírito Santo, mas não de três pessoas, nem de
três deuses”?.
Na verdade, ele crê “na manifestação tripla de um mesmo Deus como Pai, Filho e
Espírito Santo” e que as palavras “Pai”, “Filho” e “Espírito Santo” se referem,
não a três pessoas, mas, sim, a três “manifestações” de uma só Pessoa, cujo nome
é Jesus. Assim, Jesus seria o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Aqui convém
observar um solene aviso bíblico, exposto pelo apóstolo João: “Quem é o
mentiroso senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Esse mesmo é o anticristo,
esse que nega o Pai e o Filho” (1Jo 2.22).
Qual é a origem desse ensino herético? Certamente não se originou com o
ministério “Voz da verdade”, que integra um grupo de igrejas tidas como
pentecostais unicistas ou modalistas, junto com a igreja Tabernáculo da Fé, de
Willian Marrion Braham, e a igreja Local, de Witness Lee.
Sabélio, um caso bem
antigo
Sabélio é o mais famoso representante do modalismo. Ele viveu em 230 d.C e foi
um ardente defensor dessa doutrina, além de refiná-la. Para ele, Deus assumira
três fases ou manifestações, mas não três pessoas. A doutrina sabeliana acabou
desenvolvendo o patripassionismo, ensino que asseverava que os sofrimentos de
Deus Filho recaía necessariamente sobre o Deus Pai. Sabélio usava a palavra
“pessoa” para cada Pessoa da divindade. Mas, para ele, pessoa tinha o sentido de
máscara ou de manifestações diferentes de uma mesma Pessoa divina. O Pai, o
Filho e o Espírito Santo são nomes de três estágios ou fases diferentes. Deus
era o Pai na criação e na promulgação da lei, Filho na encarnação e Espírito
Santo na regeneração.
História do unicismo
moderno
Essa
doutrina surgiu em uma reunião pentecostal das igrejas Assembléias de Deus
realizada em abril de 1913, em Arroyo Seco, nos arredores de Los Angeles,
Califórnia, em uma cerimônia de batismo. O preletor, R.E. McAlister, disse que
os apóstolos batizavam em nome do Senhor Jesus, e não em nome do Pai, do Filho e
do Espírito Santo. Ao ouvirem isso, as pessoas ficaram atônitas.
McAlister foi notificado de que seu ensino possuía elementos heréticos. Então,
tentou esclarecer sua prédica, mas seu ensino já havia produzido efeito. Um dos
ouvintes era John Sheppe que, após aquela mensagem, passou uma noite em oração,
refletindo sobre a mensagem de McAlister. Depois disso, concluiu que Deus havia
revelado o batismo verdadeiro: somente em nome de Jesus. O australiano Franck J.
Ewart também adotou essa doutrina e, em 15 de abril de 1914, levantou uma tenda
em Belvedere, ainda nos arredores de Los Angeles, onde passou a pregar sobre a
fórmula batismal de Atos 2.38. Comparando a passagem de Atos 2.38 com Mateus
28.19, ele chegou à conclusão de que o nome de Deus seria o nome
Jesus.
Um expoente dessa doutrina
Seguindo essa mesma linha de raciocínio, o cantor e compositor do conjunto “Voz
da verdade” afirma: “Quem é Jesus? Eis a questão. A Bíblia diz: no princípio era
o verbo, ele estava com Deus, e o verbo era Deus. O verbo é Jesus. Ele era e é!
A Bíblia diz: o verbo se fez carne e habitou entre nós, então Deus se fez carne
e habitou entre nós...”.
A Bíblia não declara que Deus (o Pai) se fez carne. Diz que “o Verbo era Deus”
(Jo 1.1) e: “o Verbo (não o Pai) se fez carne, e vimos a sua glória, como a
glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de Deus” (v. 14).
Para esclarecer melhor a distinção de pessoas na divindade, lemos: “Ele (o
Filho) estava com Deus (o Pai)”. O versículo 14 indica: “E o Verbo (não o Pai)
se fez carne, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito (monogenes
– único da espécie) do Pai, cheio de graça e de verdade”. Corroborando com essa
posição, o mesmo escritor declara, em 1 João 4.2: “Todo o espírito que confessa
que Jesus Cristo veio em carne é de Deus”.
O texto é específico ao falar que Jesus Cristo foi que veio em carne. Um dos
textos bíblicos que declaram que o Filho (Jesus) foi enviado por Deus, o Pai, é
Gálatas 4.4: “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido
de mulher, nascido sob a lei”.
Jesus, o Filho, foi enviado. Deus, o Pai, foi quem enviou. Aqui temos duas
Pessoas distintas.
Jesus seria o Espírito
Santo?
Depois
de afirmar que Jesus é o próprio Pai, o senhor Carlos Moisés segue em sua
exposição dizendo: “Eu quero provar que Jesus é o Espírito Santo e falar mais
para vocês: será que o Espírito Santo tem sangue?”. Utilizando-se do livro de
Atos 20.28, que diz: “Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre o qual o
Espírito vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, a qual ele
resgatou com seu próprio sangue”, ele declara: “Para quem sabe português, o
texto está dizendo que o Espírito Santo nos resgatou com seu próprio sangue:
quem morreu por você, meu amigo? Quem verteu o sangue por você a não ser Jesus
Cristo, que morreu pelos nossos pecados?”.
Mas,
onde se lê na Bíblia que o Espírito Santo é o próprio Jesus? Depois da
ressurreição, o Senhor Jesus apareceu a seus discípulos e disse: “Vede as minhas
mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e vede, pois um espírito não
tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho” (Lc 24.39). Como poderíamos
contrariar as palavras de nosso Mestre, que afirmou que um “espírito não tem
carne nem ossos”. Seria coerente afirmar que o Espírito Santo tem sangue? Essa
interpretação é um texto fora do contexto que gerou um pretexto.
Jesus referiu-se ao Espírito Santo como “outro Consolador” (Jo 14.16). A palavra
“outro” utilizada aqui no original grego é allos, que significa “outro da mesma
espécie, da mesma natureza, da mesma qualidade”. No grego, a palavra para
consolador é para kletos, que quer dizer “ajudador”, “alguém chamado para
auxiliar”, “um advogado”. Com isso, Jesus estava afirmando que iria para junto
do Pai, mas permaneceria auxiliando o seu povo por intermédio do Espírito
Santo.
Como podemos ver, o Espírito Santo seria enviado em nome de Jesus, e não que Ele
seria o próprio Jesus. Onde está escrito na Bíblia que o Espírito Santo é o
próprio Jesus? Por outro lado, Atos 20.28 não está falando “que o Espírito Santo
nos resgatou com seu próprio sangue”. Antes, afirma, e faz isso com clareza, que
quem derramou seu sangue para a nossa redenção foi Jesus Cristo, conforme relata
o seguinte texto sagrado: “E da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha,
o primogênito dentre os mortos e o príncipe dos reis da terra. Àquele que nos
amou, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados” (Ap 1.5).
Ora, se foi necessário que Jesus, já glorificado, voltasse ao Pai a fim de que o
Espírito Santo viesse, como realmente aconteceu no dia de Pentecostes, como
afirmar que Jesus é o Espírito Santo? O próprio Jesus disse: “Quem crê em mim,
como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre. E isto disse ele
do Espírito que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo
ainda não fora dado, por ainda Jesus não ter sido glorificado” (Jo
7.38,39).
Pessoas ou títulos?
Quanto a essa questão, o senhor Carlos Moisés assevera: “Você sabe que por duas
ou três testemunhas é confirmada a palavra. Não há na Bíblia uma pessoa batizada
nos títulos: Pai, Filho, Espírito Santo. Todas são batizadas em nome de Jesus, e
é esse que você tem de receber, é o nome do teu noivo”.
Ora, quem não sabe que biblicamente a colação de que por duas ou três
testemunhas é confirmada toda a palavra é correta? Entretanto, o senhor Carlos
Moisés fala que Pai, Filho e Espírito Santo são apenas títulos. De fato, uma
pessoa pode ter mais de um título, mas isso não significa que esses títulos
sejam pessoas. Testemunhas são pessoas, não títulos.
Vejamos alguns versículos:
* “Se eu testifico de mim mesmo, o meu testemunho não é verdadeiro. Há outro que
testifica de mim, e sei que o testemunho que ele dá de mim é verdadeiro” (Jo
5.31-32 – grifo nosso).
* “Mas se na verdade julgo, o meu juízo é verdadeiro, porque não sou eu só, mas
eu e o Pai que me enviou. E na vossa lei está também escrito que o testemunho de
dois homens é verdadeiro. Eu sou o que testifico de mim mesmo, e de mim
testifica também o Pai, que me enviou” (Jo 8.16-18 – grifo nosso).
Porventura não são
duas pessoas que dão testemunho para que esse testemunho seja válido? O Pai
testifica de Jesus. Conseqüentemente, são duas testemunhas ou duas pessoas, e
não dois títulos.
Pela autoridade o nome de Jesus
Tomando por base o texto de Mateus 28.19, que diz: “Portanto, ide e fazei
discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do
Espírito Santo”, o senhor Carlos Moisés interpreta que Jesus “não mandou repetir
as palavras Pai, Filho e Espírito Santo, mas disse em
nome...”.
Ao observarmos a expressão “façamo-nos um nome”, encontramos um verbo no plural,
indicando mais de uma pessoa, seguido pelo substantivo “nome” no singular, que
também indica mais de uma pessoa. Semelhante ocorrência se dá em Mateus 28.19,
quando um nome está indicando igualdade de natureza divina para as três pessoas:
Pai, Filho e Espírito Santo.
Por fim, perguntamos ao ministério “Voz da verdade”: de qual referência se vale
para a realização dos batismos, considerando que os textos citados abaixo não
são uniformes?
Confira:
*Atos 2.38: “...seja batizado em nome de Jesus Cristo...”
*Atos
8.16: “em nome do Senhor Jesus (omitido o nome Cristo)
*Atos 10.48: “...em nome do Senhor...” (omitido o nome Jesus
Cristo)
*Atos
19.5: “E os que ouviram foram batizados em do Senhor Jesus” (omitido
Cristo).
Perguntamos ainda: qual das expressões acima é adotada pelo ministério “Voz da
verdade”?. A fórmula batismal é inalterável?
O
próprio batismo de Jesus nas águas do rio Jordão é uma resposta categórica de
que Mateus 28.19 revela a existência de três pessoas, e não de três títulos,
como aponta o líder unicista.
Analisemos o
texto:
"E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e
viu o Espírito de Deus, descendo como pomba e vindo sobre ele. E eis que uma voz
dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt
3.16-17).
Primeiramente,
temos Jesus saindo das águas. Depois, o Espírito Santo descendo sobre Ele em
forma corpórea de uma pomba. E, por último, temos a voz do Pai, dirigindo-se a
Jesus e chamando-o de “Filho amado”. Surgem, então, indagações inevitáves: Quem
falava do céu? Quem ouvia aqui na terra a voz daquele que falava do céu? Quem
desceu sobre Jesus em forma corpórea de uma pomba?
Diante do exposto, fica claro que os textos de Atos que não mencionam as pessoas
do Pai, do Filho e do Espírito Santo referem-se à idéia de “pela autoridade de
Jesus”, como se lê em Atos 3.16 e 16.18, em que a autoridade de Jesus é
invocada, procedimento ratificado pelos pais da igreja primitiva, conforme
veremos a seguir.
A patrística
“Eu fui numa biblioteca metodista e encontrei alguns argumentos... Até o ano 300
se acreditava que Jesus era o único Deus e só se batizava em nome de Jesus.
Vieram os filósofos, Ário e outros, e começaram a filosofar em nome de Jesus
dizendo: Ele é muito pra ele ser Deus... aí veio o Concílio de Nicéia, no ano
325, o primeiro Concílio, e acharam que o Pai era uma pessoa e o Filho outra...
Eram dois” (grifo nosso).
Interessante. Ir a uma biblioteca e encontrar alguns livros não quer dizer que
este seria o pensamento corrente dos pais apostólicos, principalmente quando não
se faz citação da fonte. O compositor Carlos Moisés pode ter ido a uma
biblioteca Metodista, mas não deve ter feito uma pesquisa científica. Se o
fizesse, encontraria os chamados pais da igreja batizando na fórmula
trinitariana. Citaremos alguns desses patriarcas para desfazer esta
falácia.
IRINEU, cristão cerca do ano 190 A D. declarou:
“Temos recebido o batismo... em nome de Deus, o Pai, em nome de Jesus Cristo, o
Filho de Deus que se encarnou e que morreu e ressuscitou de novo, e em nome do
Espírito Santo de Deus”.1
O DIDAQUÊ ou Ensino dos Doze apóstolos, que apareceu cerca do ano 110 a.D,
declara:
“Agora concernente ao batismo, batizai da forma: depois de dar ensinamentos
primeiramente de todas as coisas, batizai em nome do Pai e do Filho e do
Espírito Santo... O bispo ou presbítero, deve batizar desta maneira, conforme
nos mandou o Senhor, dizendo: ‘Ide fazei discípulos de todas as nações,
batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”.2
JUSTINO MÁRTIR, escrevendo cerca do ano 165 A D., disse:
“São
trazidos (os novos convertidos) a um lugar onde existe água e recebem de nós o
batismo em água, em nome do Pai, Senhor de todo o universo, e de nosso Salvador
Jesus Cristo e do Espírito Santo”.3
Uma pergunta fatal: A quem
foi paga a nossa redenção?
A quem Cristo pagou o
resgate?
Se a doutrina ortodoxa da Trindade for negada (não há distinção entre as Pessoas
da Deidade, conforme quer o modalismo), Cristo teria pago o resgate ou à raça
humana ou a Satanás. Posto que a humanidade está morta em transgressões e em
pecados (Ef 2.1), nenhum ser humano teria o direito de exigir que Cristo lhe
pagasse resgate. Sobraria, portanto, Satanás. Nós, porém, nada devemos a
Satanás. E a idéia de Satanás exigir resgate pela humanidade é blasfêmia, por
causa das implicações. Pelo contrário. O resgate foi pago ao Deus Trino e Uno
para satisfazer as plenas reivindicações da justiça divina contra o pecador
caído. As Escrituras exigem: “andai em amor, como também Cristo vos amou, e se
entregou a si mesmo por nós, em oferta e sacrifício a Deus, em cheiro suave” (Ef
5.2).
Embora
mereçamos o castigo decorrente da justiça de Deus (Rm 6.23), somos, porém,
justificados pela graça mediante a fé em Jesus Cristo, somente. “É o que alguns
tem sido, mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido
justificados em nome do Senhor Jesus, e pelo Espírito do nosso Deus” (1 Co
6.11).
Fica claro que a doutrina essencial da expiação vicária, na qual Cristo carregou
os nossos pecados na sua morte, depende do conceito trinitariano. “O unicismo
subverte o conceito bíblico da morte penal e vicária de Cristo como satisfação
da justiça de Deus e, em última análise, anula a obra da cruz”4 (grifo
nosso).
Notas: