quinta-feira, 31 de maio de 2012

As sete razões para não chamar músicos de igreja de levitas

 
Levitas do passado (risos)

Sei que esse assunto já foi batido e rebatido várias vezes, por isso é possível que esse texto não apresente nenhuma novidade para alguns irmãos. Entretanto, gostaria de compilar aqui algumas das melhores razões para não usarmos a expressão levita para designar as pessoas que tocam e cantam no “período de louvor”. E mesmo que você não use o termo, proponho que leia pelo prazer de ver a história da salvação se desenrolando na figura do sacerdote.

 
Com isso, desejo não apenas levar irmãos a repensarem esse costume, mas também mostrar que a teologia por trás do sacerdócio levítico é muito mais bela, ampla e grandiosa do que parece. Quero deixar claro (antes que alguém objete) que uma igreja pode usar essa expressão e ainda realizar cultos de adoração verdadeira, e que ninguém será condenado pelo uso do termo. Entretanto, não há nenhuma boa razão para cometer esse erro deliberadamente. E, creio, qualquer desvio do ensino bíblico, mesmo os que parecem mais simples, podem ser portas para distorções perigosas. Por isso, sugiro que líderes e pastores levem em consideração o que está exposto aqui.
 

1) Nem todos os levitas eram músicos

 
A Bíblia relata, é verdade, que existiam levitas envolvidos com a música no antigo Israel. Vemos corais e bandas formados por membros da tribo de Levi e voltados exclusivamente para esse ministério. Entretanto, também lemos sobre levitas que cuidavam de outras atividades cultuais, como o sacrifício, e aqueles que se envolviam em tarefas administrativas e operacionais.
 
 
Sei que alguns defensores da expressão “levita” sabem disso. (Por exemplo, o polêmico concurso “Promessas” admite isso em seu site oficial). Ainda assim, preferiu-se ignorar todas as outras funções associadas ao ministério levítico e concentrar-se apenas nessa. Por quê?

Alguns entendem que é por estrelismo dos músicos, mas prefiro pensar que há um motivo mais profundo – a valorização medieval de funções “sagradas” em detrimento de funções “seculares”. Varrer o chão, organizar culto, carregar coisas – qualquer um faz. Adorar, somente os crentes. Há um fundo de verdade aí, mas também há uma ignorância quanto ao chamado geral de Deus para humanidade. Tanto o administrador quanto o zelador podem glorificar a Deus em suas respectivas funções. Isso não é um culto público, mas é um culto.

Assim, alguém responsável por assuntos cotidianos como arrumar cortinas do templo poderia “ser tão adorador” quanto Asafe, o compositor. E um músico no culto público pode estar profanando o nome de Deus – se seu alvo não for a glória do Criador.

2) O chamado levítico originalmente envolvia toda a humanidade

 
Um dos assuntos mais interessantes da Bíblia é a teologia do local de adoração. Quando Adão e Eva foram criados, eles receberam um chamado de glorificar a Deus por meio do casamento e da procriação, do domínio sobre a natureza e do descanso no sétimo dia. E eles foram colocados em um Jardim, onde poderiam adorar o Criador e exercer a função de guardar e cuidar do Éden.


Algo que passa despercebido pela maioria dos cristãos é que Moisés e outros autores bíblicos repetiram certas expressões e símbolos sobre o Jardim do Éden quando falavam sobre o tabernáculo e o templo. Ou seja, o Éden era um “templo” que deveria ser guardado pelos primeiros levitas – Adão e Eva. O termo “lavrar e guardar” (Gn 2.15) é a mesmo usado para as funções dos levitas em Números 3.7-8, 8.26 e 18.5-6. O chamado de adoração e cuidado com o “templo” é um chamado geral, dado a nossos primeiros pais, assim como o casamento, a família, o trabalho e o descanso.

“Se o Éden é visto como um santuário ideal, então talvez Adão deva ser descrito como um Levita arquetípico” (Gordon J. Wenham)1

3) O levita tinha um papel de mediador, assumido por Cristo

Como ungidos do Senhor, os levitas tinham um papel de mediar a Aliança entre Yahweh e o povo de Israel. Eles não eram simplesmente pessoas que “ministravam a adoração” para a congregação. Muitos veem o povo realizando sacrifícios e entendem que aquilo era o paralelo de nossos momentos de louvor hoje. Há certa relação, mas os sacerdotes faziam muito mais.

Como mediadores, eles exerciam o papel de representar Deus para o povo e representar o povo para Deus. É por isso que esse era um cargo de extrema importância e perigo. Se o levita chegasse contaminado na presença de Deus, ele estava dizendo que a nação estava em pecado. Se ele chegasse maculado na presença de Israel, era uma blasfêmia – “Deus” estava corrompido. Eles não estavam simplesmente realizando cultos, eles tornavam o culto possível.
 
Hoje, esse papel é cumprido perfeitamente por nosso sacerdote e cordeiro Jesus. Como perfeito Deus e perfeito homem, ele pode posicionar-se como representante de Yahweh diante do povo e representante da igreja diante de Deus. Como afirma o Apóstolo, “há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem” (1 Tm 2.5). Assim, o ministro de louvor hoje é meramente alguém dependente do verdadeiro mediador, aquele que torna o culto possível, o Senhor Jesus.


4) Jesus não é representante do sacerdócio levítico


Entretanto, apesar de sacerdote, Jesus não pode ser considerado um levita. Um motivo para isso é biológico – ele não é descendente de Levi, mas de Judá. Como ele poderia assumir a função sacerdotal? O segundo motivo é teológico. O autor de Hebreus ensina que Jesus é sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque (Hb 5.10).
 
O Salmo 110 (não sem motivo o texto do Antigo Testamento mais citado no Novo) nos fala de um rei-sacerdote que se assenta no trono de Davi. De fato,o próprio Davi cumpriu certas funções sacerdotais sem ser realmente um levita. Como isso seria possível? Isso acontece porque esse sacerdote é da mesma ordem de um misterioso personagem de Gênesis 14, um rei de Salém (note as sílabas finais de uma tal Jerusalém) chamado Melquisedeque.

Esse personagem, por estar envolto em tanto mistério, é considerado uma figura de Cristo. Ele era “sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus” (Hb 7.3) e tanto rei de justiça, quanto de paz (7.2). Assim,valorizar demais o sacerdócio levítico pode nos levar a renegar uma ordem superior, a de Melquisedeque, por quem vem a perfeição (Hb 7.11).

5) A Nova Aliança, da qual fazemos parte, tornou o sacerdócio levítico caduco

O autor de Hebreus vai mais além e diz que o sacerdócio da ordem de Arão foi revogado. Diante da superioridade de um sacerdote que é eterno (Hb 7.24), mediador de uma Aliança superior (Hb 8.6), ele conclui que o sistema anterior era fraco e não podia aperfeiçoar (7.18,19).
 
Usando o relato sobre Abraão e Melquisedeque, o autor de Hebreus mostra que, quando o Patriarca entregou seus dízimos ao Rei de Salém, estava ali comprovado que o sacerdócio levítico era inferior ao sacerdócio de Jesus. Como assim? Ele explica que a tribo de Levi era responsável pelo recolhimento do dízimo no antigo Israel. Mas o que vemos em Gênesis? Um antepassado dos levitas entregando as ofertas e sendo abençoado por outro sacerdote! Levi, ainda nos lombos de Abraão (7.10), colocou-se debaixo da autoridade de Melquisedeque. Como sabemos, somente o maior abençoa o menor (7.7).
 
Assim, depois dessa interpretação pouco usual (mas inspirada), o autor de Hebreus conclui – a Nova Aliança envelheceu a primeira, que está velha e prestes a acabar (8.13). Assim, fazer referência a essa instituição em cultos neotestamentários é exaltar as sombras que passaram, que não aperfeiçoam (10.1) e são fundadas no que é terrestre e passageiro (8.2).

6) Em Cristo, todos somos sacerdotes

Unidos a Cristo, somos tratados como portadores de sua perfeita vida de obediência e, assim, podemos ser considerados sacerdotes. Um dos chamados de Israel era ser um reino de sacerdotes (Êx 19.6) – justamente a posição que Adão falhou em cumprir. O apóstolo Pedro aplica essa expressão à igreja e afirma que somos sacerdócio real (1 Pe 2.9).
 
Da mesma forma que a humanidade foi chamada, no primeiro Adão, para guardar o Éden, a nova humanidade, no último Adão, é chamada a ministrar na Nova Criação. Todos os crentes são chamados a adorar e oferecer sacrifícios (Rm 12.1), não apenas uma classe especial de pessoas. É isso que chamamos de sacerdócio universal dos crentes.

 

7) Cria uma divisão entre crentes “levitas” e “não-levitas”

 
A última razão é mais prática que teológica. Em muitas igrejas, essa separação entre “ministros de louvor” e a congregação gera uma perigosa classificação de espiritualidade. É claro que pessoas que se colocam à frente da congregação (e, de certa forma, ensinam e lideram o rebanho) devem tomar um cuidado especial em relação a suas atitudes e serão responsabilizados mais rigorosamente.

Entretanto, isso não coloca necessariamente os cantores e músicos em algum tipo de posição diferente, como alguém mais consagrado, um foco maior de ataques do inimigo, imune à críticas, etc. Tanto pastores, quanto músicos e “leigos” são aceitos por Deus por meio da fé em Cristo, porque ele viveu e morreu de forma perfeita por nós. Diante de Deus, todos têm 100% de aprovação.

Ao mesmo tempo em que músicos e cantores devem estar atentos para que não caiam, eles precisam se lembrar de que a cruz nivela tudo – somos todos merecedores da ira eterna, somos todos considerados perfeitos por Deus. Em Cristo, não em Levi, todos somos templo,sacrifício e sacerdotes. Se Deus nos uniu assim, quem somos nós para separar?

Em Cristo, não em Levi, todos somos templo, sacrifício e sacerdotes. Se Deus nos uniu assim, quem somos para separar?

 
Fonte:Genizah

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Mercado bilionário da música gospel volta a ser tema em revista de circulação nacional

Mercado bilionário da música gospel volta a ser tema em revista de circulação nacional
A música cristã voltou a ser tema em revista de circulação nacional. Depois de matéria na revista Veja da última semana, que falou sobre o Festival Promessas e de como a “música gospel” movimenta um mercado anual de R$ 1,5 bilhão, a revista IstoÉ falou sobre a vida de cantores e cantoras que se dividem entre a fama e a vida religiosa.

Retratando a vida de celebridades como o padre Fábio de Melo e a pastora Aline Barros, reportagem afirma que “nomes como Aline Barros, Ana Paula Valadão e Regis Danese são verdadeiras potências capazes de arrastar centenas de milhares de pessoas a shows, cruzar barreiras religiosas e vender milhões de discos e DVDs”.

A revista destacou também que “para os evangélicos, pirataria é roubo e roubo é pecado”, frase dita por Regis Danese, e afirma que essa visão faz com que as perdas para a pirataria de gravadoras especializadas nesse mercado não passam de 15% do faturamento, enquanto para as outras o percentual pode chegar a até 60%.

Com entrevistas de cinco grandes nomes da música religiosa (os padres Fábio de Melo Marcelo Rossi, Aline Barros, Regis Danese e Ana Paula Valadão), a matéria destacou detalhes das vidas desses artistas e falou de como eles conciliam a vida religiosa com a badalação de serem celebridades.

O padre Fábio de Melo divide seu tempo entre a vida reclusa em um sítio no interior de São Paulo e seus mais 100 shows anuais, além de pelo menos um lançamento de CD ou DVD por ano. O padre Marcelo Rossi também é destacado, com suas vendas estrondosas, como seu último livro, que já vendeu 8 milhões de cópias.

Entre os evangélicos, a IstoÉ destacou a pastora, cantora e escritora Aline Barros. Considerada um fenômeno no mercado fonográfico, ela já vendeu cerca de seis milhões de cópias e ganhou quatro Grammys latinos. Outro expoente feminino no mercado gospel destacado é Ana Paula Valadão, vocalista da banda Diante do Trono, que existe há 15 anos e já vendeu mais de dez milhões de discos. As duas cantoras afirmam dividir seu tempo entre os palcos e cultos e o cuidado com a família e os filhos.

Conhecido nacionalmente por causa de seu mega sucesso “Faz um Milagre em Mim”, Regis Danese foi lembrado pela revista por sua música ser considerada pela indústria fonográfica evangélica como a responsável por romper importantes barreiras, sendo tocada em rádios laicas e regravadas por inúmeros artistas. Ex-integrante do grupo de pagode Só Pra Contrariar, Regis tenta conciliar a vida com a família com as 8 apresentações que costuma fazer por mês, ele conta que já chegou a fazer 3 shows por noite.

“Divididos entre religião e carreira, família e viagens, missas e shows, esses campeões de vendas se desdobram para equilibrar o divino e o mundano no dia a dia”, definiu a revista.

Fonte: Gospel+

segunda-feira, 28 de maio de 2012

7 seitas muito estranhas!




Crimes, ocultismo, lendas, mortes, drogas... Conheça as 7 seitas mais estranhas do mundo:


7.Ordem do Templo Solar


O grupo foi criado em 1984 por Luc Jouret, um belga e neo-nazista. O grupo seria cristão e também conhecido como a segunda vinda de Cristo e os Cavaleiros Templários. Alega-se que uma criança foi sacrificada por pensarem ser o anticristo em 1994, dias depois ele e dúzias de seguidores cometeram suicídio. Os franceses hoje consideram a organização criminosa.


6.Comunidades de Bhagwan Shree Rajneesh


O místico indiano Bhagwan Shree Rajneesh fundou diversas cidades ocultistas no Oregon, EUA, durate os anos 1980, estranhamente cheias de carros da marca Rolls Royce. Bhagwan supostamente envenenou centenas de pessoas em Dalles, Oregon, com a bactérias Salmonella, em 1984, para colocar as eleições locais em favor da seita.



5.Davidianos


Considerado um dos maiores dissientes da igreja Adventista do Sétimo Dia, os Davidianos são famosos pela revolta de 1993 no seu complexo Waco, no Texas, EUA, que acabou com a vida de 76 pessoas. O evento resultou mais ou menos no desaparecimento do que muitos consideravam uma seita, que acreditava no apocalipse iminente.

4.Família Manson


Charles Manson, que aprendeu a tocar guitarra na prisão, formou a sua “família” de criminosos em 1968. Charles pensavam que uma guerra de raças entre brancos e negros iria eclodir em 1969. Quando isso não ocorreu ele enviou seus seguidores em uma série de assassinatos para “mostrar aos negros como se fazia”, mas as vítimas eram as pessoas que não o haviam ajudado em sua carreira musical.

3.Heaven’s Gate


Os seguidores da seita Heaven’s Gate, liderados por Marshall Applewhite, pensavam que a Terra e tudo que há nela seria “reciclado” e acreditavam que poderiam pegar uma carona no cometa Hale-Bopp, em março de 1997, o que os permitiria sobreviver. Os 39 membros, incluindo Marshall, envenenaram a si mesmos em turnos em uma mansão na Califórnia, vestindo tênis da Nule e tarjas ao redor do braço que diziam “Equipe de Desembarque Heaven’s Gate”.



2.Aum Shinrikyo


Fundada em algum ponto da década de 1980, Aum Shinrikyo é famosa pelos ataques ao metrô de Tóquio com o gás sarin em 1995, matando 12 e ferindo mais de 5 mil pessoas. As crenças da seita são frequentemente descritas como uma mistura de aspectos destrutivos de várias religiões. Vários seguidores acreditavam que iriam desenvolver super-poderes e outros saboreavam a chande de lutar contra o materialismo japonês.

1.Peoples Temple


O reverendo Jim Jones começou a Peoples Temple para ajudar os sem-teto, deempregados e doentes de todas as raças, mas ex-membros afirmaram que abusos eram comuns dentro do grupo. Para remover este grupo do olhar examinador da sociedade, Jim começou uma colônia nas selvas da Guyana, onde esperava construir uma utipia tropical.


Quando um congressista visitou a comunidade juntamente com três jornalistas para investigar alegações de abuso eles foram mortos quando tentavam deixar o local. Depois deste tiroteio 913 membros da comunidade beberam cianureto com suco, em um suicídio em massa. Há registros de audio e vídeo do evento e muitas pessoas foram forçadas a beber o veneno, incluindo centenas de crianças.



Fonte: Revista HypeScience

Travessia do Mar Vermelho, Documentário feito por arqueólogo apresenta provas

Travessia do Mar Vermelho, Documentário feito por arqueólogo apresenta provas | Notícias Evangélicas Gospel Cristãs

Um documentário lançado pelo professor de hebraico antigo e arqueólogo Michael Rood promete trazer uma revolução ao entendimento do relato bíblico da travessia do Mar Vermelho, relatada no livro de Êxodo. O filme de aproximadamente duas horas, foi lançado em DVD e Blu-Ray, e por enquanto só está disponível em inglês.

O documentário é fruto de um trabalho de Michael Rood e uma equipe internacional de cientistas e exploradores, que durante meses documentaram os achados arqueológicos que consideram um dos mais importantes da história da raça humana. De acordo com o Ark Discovery eles vasculharam o antigo “Yam Soph” (o moderno “Golfo de Aqaba” também conhecido como “Mar Vermelho”), usando câmeras submarinas robóticas que mostram um grande campo de batalha submarino, onde o que sobrou do exército de Faraó ainda permanece incrustado no fundo do mar.

“Ateus zombaram da simples menção disso, religiosos modernos negam sua veracidade, especialistas afirmam que os locais tradicionais estão errados. Mas você verá [em vídeo] as evidências científicas e arqueológicas que ficaram preservadas em corais e pedras como testemunho para esta geração da travessia do Mar Vermelho e dos eventos no verdadeiro Monte Sinai”, afirmou o professor.

As gravações de vídeo subaquáticas foram realizadas no local historicamente identificado como o ponto de travessia, e Rood afirma ter encontrado formações de corais que se parecem com as rodas das carruagens egípcias, além de ossos humanos e outras evidências que serviriam para comprovar o relato do Antigo Testamento.

Provas da Travessia do Mar Vermelho



Fonte: Gospel Mais | Divulgação: Midia Gospel

quinta-feira, 24 de maio de 2012

DESAFIO MISSIONÁRIO: Pesquisa mostra que número de religiões no mundo passa de 10 mil


Segundo a pesquisa, considerando a porcentagem da população mundial, o cristianismo no início do século passado era 34,5% da população mundial, mas perdeu terreno e agora está em 33,1%.O Boletim Internacional de Pesquisa Missionária, preparado por David Barrett, lança um olhar detalhado sobre a situação religiosa no mundo a cada ano. Barret é um conhecido professor de “missiometria” da Universidade Regent. Ou seja, ele se especializou em analisar dados sobre as religiões do mundo, em especial do trabalho missionário cristão.

Embora saibam que é impossível ter precisão absoluta, Barrett e sua equipe mantém um banco de dados atualizado constantemente e fazem projeções usando a metodologia de especialistas em estatística. Anualmente, usam os dados que dispõe para atualizar seu relatório e fazer projeções para o futuro próximo.

A religião cristã, por exemplo, era praticamente fixa no século XX. Havia apenas 558 milhões de cristãos no mundo em 1900. Em contraste, chegamos a cerca de 2 bilhões de cristãos na metade de 2012.

No entanto, se considerarmos a porcentagem da população mundial, o cristianismo perdeu terreno. No início do século passado os cristãos eram 34,5% da população mundial, mas apenas 33,1% agora.Metade dos 2 bilhões de cristãos no mundo são católicos. O segundo maior “megabloco” são os cristãos afiliados a “igrejas independentes”, que têm cerca de 400 milhões de membros. Ou seja, quase o dobro dos 217 milhões de fiéis ortodoxos em todo o mundo.

Barrett contabilizou 350 milhões de protestantes, divididos em centenas de denominações e mais 80 milhões pertencestes à comunhão Anglicana, que para muitos são um híbrido de católicos e protestantes. A tendência é que as posições desses “megablocos” dentro cristianismo mundial permaneça constante ao longo dos próximos vinte anos.

O que mais chama atenção é como a vida cristã mudou radicalmente no século XX.Os cristãos reuniam-se em 400 000 congregações em 1900. Hoje, podem ser encontrados cerca de 3,5 milhões de templos em todo o mundo. Em 1900 havia 300 000 livros publicados sobre o cristianismo.

Em 2012, chegaremos a 5,1 milhões de títulos relacionados ao tema.

Os 3500 revistas cristãs publicadas em 1900 são uma pequena fração das 35 000 publicações cristãs impressas que circulam hoje. Em 2002, a previsão é que o número de Bíblias distribuídas seria dez vezes maior que em 1900. Em um século passamos de 5.5 milhões para 59 milhões de exemplares anuais das Escrituras ou de parte delas.

Talvez o mais surpreendente seja o número de denominações cristãs, eram 1.900 um século atrás, e agora chegam a 35.500. O cristianismo tornou-se muito mais um fenômeno urbano do século 20. Em 1900, apenas 28% dos cristãos do mundo viviam em cidades. Este ano, mais de 58% da população cristã vive em áreas urbanas.

A revolução das comunicações também teve um impacto dramático sobre a vida cristã. Em 1970, as organizações cristãs utilizam cerca de 1000 computadores. Hoje são 332 milhões de computadores.Atualmente, 2,5 bilhões de pessoas assistem e ouvem programas cristãos de rádio e TV todo mês, um número que deverá subir em 2025 para 3,8 bilhões. Trinta anos atrás, apenas 750 milhões tinham acesso a programas cristãos. Isso sem contar a internet, cuja audiência não pode ser medida.

Mesmo assim, o Islã é a religião que mais cresce no mundo hoje. Dos 200 milhões de seguidores em 1900, os muçulmanos cresceram mais de 500% durante o século 20.

As mudanças demográficas nos últimos trinta anos chama a atenção. Em 1970, havia 554 milhões de muçulmanos no mundo e 666 milhões de católicos. No ano 2000, o Islã chegou a 1,2 bilhão de seguidores, enquanto o catolicismo contabilizava 1,1 bilhão. Isso significa que, em 2025, devemos ter 1,3 bilhão de católicos em um mundo habitado por 1,8 bilhão de muçulmanos.

O total do que Barrett chama de “religiões diferentes” cresceu de 1000, no ano de 1900, para 10 500 hoje, e deve chegar a 15 000 nos próximos 25 anos. Embora este crescimento pareça absurdo, o surgimento das novas religiões mostra que o mundo moderno não é tão ateu nem rejeita tanto assim a religiosidade quanto se pensa.

Essas novas religiões misturam elementos da fé de cristãos, budistas, hindus, muçulmanos e outras menos expressivas. Por exemplo, a Dai Viet Nam mistura budismo, confucionismo e taoísmo, usando ao mesmo tempo a Bíblia e o Alcorão, e tendo um líder com status de “Papa”. Outro exemplo são os muçulmanos Ahmadi, os quais afirmam que Jesus escapou da cruz e morreu na Índia com 120 anos.


Fonte: creio.com.br

Cristianismo Hoje entrevista Caio Fábio



Depois de vários anos sumido do noticiário nacional, o pastor Caio Fábio D’Araújo Filho voltou às manchetes no fim do ano passado. Réu na ação movida contra ele por conta do episódio conhecido como Dossiê Caimã – conjunto de documentos falsos que, pouco antes da eleição presidencial de 1998, acusava altas figuras do governo de ter contas secretas naquele paraíso fiscal –, Caio foi condenado por uma juíza federal a pouco mais de três anos de reclusão. Cabe recurso, e o pastor já avisou que vai até às últimas instâncias. “A juíza quer aparecer”, ataca, sustentando a mesma versão que conta desde o início do imbróglio: a de que foi envolvido inocentemente numa conspiração política. Essa parte de seu passado, bem como muitas outras, já não são conhecidas pelas novas gerações de crentes. Contudo, os evangélicos mais maduros sabem que Caio foi a mais destacada liderança evangélica já surgida no país, cuja visibilidade, catapultada por uma ação ministerial intensa – como a criação da organização Visão Nacional de Evangelização, a Vinde, e da Fábrica de Esperança, megaprojeto social que atendeu centenas de milhares de carentes num conjunto de favelas do Rio –, marcou época entre os anos 1970 e 90.

Hoje, Caio olha para esse passado com serenidade. Ele diz que não repudia nada do que fez, mas que não quer mais saber de ser a figura pública, aclamada e requisitada de outrora. “Esse tempo acabou definitivamente para mim. Minha alma não tolera mais a possibilidade dessa vida itinerante”, diz, em sua casa em Brasília. Cercado de árvores, jardins e recantos, é dali que ele grava os programas que exibe pela internet, parte importante das atividades do Caminho da Graça, ministério que hoje capitaneia. Tida como uma igreja de perfil alternativo, o grupo reúne-se em várias cidades brasileiras e, segundo Caio Fábio, procura restaurar o sentido da comunhão cristã. “Ele é um movimento conduzido pela Palavra e pelo Espírito Santo. Queremos que  invada a massa, abranja tudo e se torne incontrolável como o vento que sopra onde quer”, diz, com a retórica privilegiada que conquistou milhões de admiradores e fez sucesso em mais de 100 livros publicados. De certas experiências do passado, ele não esconde a dor – como a separação de sua primeira mulher, Alda Fernandes, com quem teve quatro filhos, e a trágica morte de Lukkas, o terceiro deles.  Contudo, embora muito criticado e contestado ao longo desses anos todos, ele assegura, “diante de Deus”, que não sente mágoa de ninguém. Aos 57 anos de idade, casado com Adriana Ribeiro, Caio Fábio D’Araújo Filho se diz em paz. “Eu sou livre. Sou nascido do Evangelho, nascido de Jesus. Hoje, sirvo ao Senhor e não preciso perder o meu ser, a minha saúde, a minha paz, o meu convívio familiar. Isso é graça de Deus para mim!”
 

CRISTIANISMO HOJE – Recentemente, o senhor voltou ao noticiário com a notícia de sua condenação no processo que investiga o episódio do Dossiê Caimã. Como ficou esse processo?

CAIO FÁBIO D’ARAÚJO FILHO – Meu advogado entrou com recurso e eu ganhei. Agora, deve seguir para outra instância. Esse processo é uma loucura inominável. Até o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que seria o maior prejudicado se a história fosse verdadeira, já veio a público me isentar de qualquer culpa.

Se sua inocência é tão óbvia como diz, por que um assunto praticamente esquecido pela opinião pública foi trazido novamente à tona?

Por iniciativa de uma juíza federal que gosta de aparecer. Como o episódio foi um fato histórico que envolveu até a Presidência da República, ela quis ser a mulher que decretou a prisão do indivíduo que seria o boi de piranha daquele negócio todo. Um grupo de advogados amigos de São Paulo queria até entrar com uma representação contra ela perante os conselhos de Magistratura, porque acharam que ela passou dos limites. Mas o advogado que me representa nos autos não deixou.
A quem interessaria uma condenação sua?

Ah, interessaria a muitos religiosos. O próprio pessoal da imprensa que me ligou disse que isso é uma coisa surreal, que aquela mulher é doida. Ninguém acredita em nada daquilo. Só a Folha de São Paulo é que deu com um destaque maior por uma razão política que eu não vou dizer aqui. E a TV Record [ligada à Igreja Universal do Reino de Deus], por razões óbvias. Estou junto como réu ao lado de Paulo Maluf e Lafayette Coutinho. No entanto, só eu fui condenado! Mas olha, se, por algum motivo totalmente inexplicável, esse negócio chegar ao Superior Tribunal de Justiça, será liquidado lá. E, se por alguma insanidade passar e for ao Supremo, vai morrer na praia.
O senhor trabalha com a hipótese de uma condenação definitiva?

Se, por alguma conjunção cósmica totalmente irracional, eu for mesmo condenado a prestar serviço comunitário ou fazer ação social, eu vou dar um grande “aleluia”, porque estarei sendo condenado a ser eu mesmo, a fazer o que sempre fiz esses anos todos, por minha total iniciativa.

O senhor concebeu e liderou um dos maiores projetos de cunho social de iniciativa de evangélicos já feitos neste país, a Fábrica da Esperança, considerado o maior do gênero na América Latina. Com esta credencial, como o senhor avalia a relativamente pequena atuação da Igreja brasileira na área social, ainda mais evidenciada quando consideramos as altíssimas somas de dinheiro arrecadadas pelos grandes ministérios e denominações?

Não existe nenhum grupo mais ególatra dentre todos os movimentos religiosos planetários do que o movimento evangélico. Isso por causa da semente dele – a semente é má, é de divisão. A semente original, de protesto contra a Igreja Católica, transformou-se numa semente de protesto existencial contra tudo. Essa divisão criou a ênfase no dogma doutrinário. Isso divide, qualquer que seja o desencontro, em qualquer nível na escala de valores. Falta tolerância naquilo que não tem significado para a salvação, no que não altera o DNA do Evangelho. Esse tipo de tolerância no olhar nunca existiu. O que se instituiu foi a prevalência do existencialismo espiritual, e esse não lida com as categorias objetivas de valor. E logo o chamado movimento protestante virou esse guarda-chuva evangélico, sob o qual cabem todas as coisas. Quando é que pode haver unidade e serviço ao próximo se, no meio evangélico a unção para nada serve senão para erigir egos? A unção do Espírito Santo deve redundar no amor, na compaixão, na misericórdia, no serviço – mas a “unção” que vemos aí só tem poder para criar lúciferes com purpurina na cara, que atuam em palcos com luzes.

Em função deste e de vários outros projetos e iniciativas, o senhor levantou muito mais recursos do que o de diversos líderes de hoje, que estão até comprando aviões particulares.  À época, o senhor teve o seu?

Nunca tive avião ou helicóptero. Faz parte da minha filosofia não adquirir nada. Nem esta casa onde vivo eu comprei, ela me foi alugada a um valor simbólico por três senhoras amigas. Eu nunca comprei coisa nenhuma, nunca acreditei em compra de nada. O Caminho da Graça nunca vai comprar nada. Creio que imobilizar dinheiro do povo de Deus com patrimônio físico é pecado. Quem diz que a nossa pátria está nos céus e faz aquisições poderosas ou erige templos salomônicos está pecando contra o espírito do Evangelho. Tudo o que eu construí e mantive era alugado. Passei 25 anos declarando que não tinha o menor compromisso com a manutenção de coisa alguma que virasse um fim em si mesmo. Quando você é dono de propriedades, você acaba vivendo para fazer a manutenção de tudo e as coisas perdem a finalidade.

E o senhor vive de quê?

Sempre vivi exclusivamente do ministério. Todos os direitos autorais dos meus livros e a renda obtida com nossas atividades no passado – TV, rádio, revista, editora – era voltada para a atividade missionária, social, evangelizadora e de treinamento. Era tudo reinvestido naquilo que fazíamos. E continua sendo assim hoje.

Quem o ouve falar percebe que o senhor faz questão de traçar uma linha divisória entre o que é hoje e o que fez, em especial em relação ao seu passado institucional, quando era uma figura pública dentro e fora da Igreja. Há algo que o senhor repudia em seu passado?

Não. Eu nunca rechacei meu passado. Só não faria de novo. Naquela época, contudo, foi necessário. Só de uma coisa me arrependo no meu passado institucional: ter aceitado a imposição de ter sido feito presidente da Associação Evangélica Brasileira [AEVB], pela qual eu mesmo trabalhei muito para ver criada. Eu não queria a função, mas fui eleito por aclamação. Praticamente me obrigaram a aceitar, porque a entidade surgiu com o patrocínio da Vinde. Noventa por cento da AEVB estavam ligados aos ministérios que eu dirigia. Eu não queria e nem precisava presidir a AEVB. Pelo contrário – eu é que dei mídia para ela.
Mas a AEVB não cumpriu um papel importante na época? Afinal, ela esteve à frente de movimentos marcantes dos anos 90, como o Celebrando a Deus como Planeta Terra, o Rio Desarme-se e o Reage Rio, entre outras mobilizações que contaram com o apoio dos evangélicos.

Quando se criou a AEVB, a gente já havia perdido tempo demais discutindo o sexo dos anjos. Já estávamos correndo no vácuo do prejuízo. Esperamos muitos anos num processo lento, de muita conversa infrutífera. A AEVB só surgiu em 1991, depois que o [bispo Edir] Macedo já havia começado a dar as cartas do neopentecostalismo brasileiro. A AEVB foi criada com apoio desse pessoal que agora fundou a Aliança Cristã Evangélica Brasileira e de outros, mas ninguém botava dinheiro, ninguém se mobilizava para fazer nada.

O senhor foi convidado a participar da Aliança?

Não fui convidado, e mesmo se fosse, não iria, porque não acredito mais nisso. Todos esses irmãos queridos que estão lá sabem que eu sempre quis ser livre para dizer o que eu queria.  Esse tipo de iniciativa tinha que ser criada bem antes, lá no início dos anos 1980, quando havia muita gente séria, respeitável, de corações generosos. Isso tinha de ser criado logo depois do Congresso Brasileiro de Evangelização, em 1983, que para mim foi o maior evento representativo da história da Igreja brasileira. Ali ocorreu a grande oportunidade de unidade. As almas ainda estavam ingênuas, puras, sinceras. A teologia da prosperidade não existia por aqui, o que prevalecia era a teologia da missão integral. Havia uma quantidade enorme de pastores piedosos e desejosos de ver o melhor de Deus acontecer neste país. Creio que, àquela altura, ainda dava tempo de a Igreja ter um papel de relevância e significado, Ainda dava para virar as coisas e não perder os significados do termo evangélico.
A sua separação foi um acontecimento público, que envolveu adultério. Naquela época, isso ganhou enorme peso perante a Igreja. No entanto, já àquele tempo diversas denominações já ordenavam pastores divorciados e encaravam a questão de forma liberal. Também são muitos os exemplos de pastores famosos – alguns, líderes de denominações – que se divorciaram em condições semelhantes às suas, mas a repercussão em nada se aproximou do tratamento que lhe foi concedido. Por que o seu caso, até hoje, suscita tanto escândalo? O senhor se considera perseguido?

Eu daria três razões para este tratamento especial e a grande comoção que o episódio causou. Em primeiro lugar, a minha situação para essa moçada toda foi insuportável. Ministerialmente, eu funcionava como uma espécie de foice, rodando em cima de cabeças conceituais. Toda vez que aparecia um maluco – e eu nunca precisei nominar os malucos, apenas expunha seus erros e dizia que o Evangelho era de outro jeito –, essa foice cortava logo aquela cabeça, o cara virava herege. Por isso, todo mundo tinha medo de que minha opinião conceitual colocasse alguém em situação difícil. Eu tenho certeza absoluta da quantidade enorme de gente que torcia por uma fragilidade de minha parte justamente por causa desse papel que eu exercia. E esse não foi um papel que eu pleiteasse ou buscasse; ele aconteceu espontaneamente. Foi Deus que fez isso por sua graça, eu só estava pregando o Evangelho, que, aliás, é o que eu sempre fiz.

Então, o senhor acredita que parte desta liderança que ai está não teria o espaço que tem se não fosse a sua saída do cenário? Seu espólio foi negociado?

Com certeza. Não preciso falar nada. Basta ver até 1998 quem era quem e o que aconteceu de 2000 em diante. Quer ver uma coisa? Logo depois do que aconteceu, diante daquela comoção toda sobre o que tinha acontecido comigo, houve uma reunião de 300 pastores em São Paulo especificamente para tratar sobre quem ia ficar com qual parte do meu despojo, para saber quais eram os espaços que eu havia deixado abertos e quem deveria ocupá-los. E foram milhares que também fizeram isso. Não quero nem falar de traição, porque no meu coração já estão todos perdoados, mas se eu abrisse a boca ninguém ficava em pé.  Esta foi uma razão. Em que pese o fato de que eu cometi um ato pecaminoso de traição e infidelidade, isso está longe de ser a causa principal da grande comoção. Sabe qual foi a causa? Eu ter tomado a iniciativa de contar tudo, ou seja, por minha vontade expor tudo em verdade, sem que qualquer coisa tivesse sido descoberta por ninguém. E eu que ouvia a confissão de tantos deles e sabia de suas fraquezas, das promiscuidades… E, depois, estes mesmos iam à TV bater em mim confiando na minha integridade, pois sabiam que eu não os exporia.

E a terceira razão foi que, naquele momento, eu aproveitei a oportunidade e pulei fora do barco. Este foi o elemento mais doído de todos. A Igreja Presbiteriana me propôs uma discipina como condição para minha restauração. Eu respondi que não estava pleiteando nada, e que estava me desligando da denominação unilateralmente. Eu não queria mais ser parte daquilo. Escrevi três cartas e eles não aceitaram nenhuma.  Pensei: “Meu Deus, isso aí não é a máfia, da qual o camarada só sai morto”! Depois me propuseram dar o tempo que eu julgasse necessário e que, depois, se eu quisesse voltar, seria restaurado e estava tudo certo. Mas eu disse que não queria.

O que passava pela sua cabeça naquele momento. O que o senhor desejava? Para onde queria ir?

Eu queria vir para cá! Queria voltar aos meus 18 anos... Eu nunca quis ser pastor ordenado. Eu sabia quem eu era e que Deus tinha me ungido. Sabia que isso tinha vindo do céu, e que não dependia de ninguém. Foi a Igreja Presbiteriana que disse que não era possível que eu, aos 19 anos, em Manaus,  fosse considerado pastor pela cidade inteira,  pregasse a Palavra sem ser ordenado pastor e sem aceitar ir para ao seminário.

Então a questão crucial foi a rejeição?

Sim. Eles agiram passionalmente. Era como se dissessem: “Nós amávamos esse cara e ele decidiu não ser mais parte do nosso grupo”. E, conquanto eu estivesse fazendo aquilo sem que, na minha mente, quisesse ofender nenhum daqueles irmãos, o que eu não queria era, depois do acontecido, ter de me curvar a nenhum tipo de restauração humana, mentirosa, hipócrita e plástica que queriam me oferecer. Eu sabia que o único a me restaurar era o Senhor. Eu não aceitaria nada que não viesse daquele que me ungiu e sabendo que entrar naquele esquema era vender a minha alma. Então, eles aproveitaram essa minha atitude para vender ao povão a ideia de que eu estava rebelado contra a comunhão dos santos e o amor dos irmãos.

Ao longo dos anos, foram construídos certos mitos a seu respeito e que o rotulam como extremamente liberal e até antibíblico. Um deles é de que o senhor, devido ao que lhe aconteceu, seria um incentivador de divórcios, em especial de pastores. O que o senhor tem a dizer sobre isso?

Isso é uma suposição absurda. Já haviam acontecido milhares de separações de pastores antes da minha. E muita dessa gente vinha me contar os dramas conjugais e chorar as mazelas comigo. Então, é hipocrisia dizer que o que me aconteceu é que abriu as portas para que outros pastores adulterassem ou largassem da mulher. Essa percepção a meu respeito é suscitada pelo diabo na cabeça de muita gente doida. Eu nunca defendi o divórcio. Defendo que continuem casados aqueles que se amam, mas que todos aqueles que se fazem mal, que se machucam, que se ferem e se odeiam, não deveriam estar casados, pelo bem de suas almas. Sempre aconselhei todo mundo a não adulterar, a não trair a mulher. Quando cheguei aqui em Brasília, no meu primeiro ano o que eu mais fiz foi atender pastores e mulheres de pastores que queriam se divorciar e vinham me pedir aconselhamento. Gente de tudo quanto é igreja – batistas, assembleianos, presbiterianos, pentecostais. Na medida do possível, ajudei esse pessoal todo a não se divorciar. Eu dizia a quem me procurava com casos extraconjugais: “Sai dessa, você vai se estrepar com essa amante”. O que Deus uniu, que o homem não separe; e o que Deus não uniu, que não se ajunte, porque vira uma desgraça. O que me aconteceu foi, isso sim, um ato pecaminoso, de traição e de infidelidade. Um pecado diante de Deus e perante a mãe dos meus filhos. Mas o que me aconteceu não teria derrubado nada que já não estivesse demolido. É ridículo dizer que meu caso serviu de legitimação para os atos de quem quer que seja.
Por falar nisso, como é sua relação com Alda Fernandes, sua ex-mulher?

Ela é minha amiga. Passamos o último Natal juntos. Estamos sempre com nossos filhos e netos.
Quando seu filho Lukkas morreu atropelado, em 2004, houve quem atribuísse a tragédia e um juízo de Deus sobre sua vida. O que o senhor sentiu na época e como lida hoje com as pessoas que o criticam?

Só tive coração para a dor e a saudade pela partida do meu filho. Nada do que soube que disseram teve poder de gerar qualquer coisa ruim em mim. O que senti naquele momento foi paz, e se todos os meus filhos morressem, a minha resposta seria a mesma. E tem mais uma coisa – não existe ninguém, nenhum ser humano, que eu não tenha perdoado. Digo isso diante do Deus vivo e dos principados e potestades malignas. Meu coração nunca dormiu com ira em relação a ninguém, eu não tenho ódio nenhum para contar. Não tenho inimizades contra pessoas. Por outro lado, tenho opiniões a dar sobre ideias e conceitos equivocados de quem quer que seja. Não é por causa do fato de eu não ter inimizade pessoal por um indivíduo que vou deixar que a vandalização do Evangelho aconteça sem que eu me una a Paulo na luta comum da defesa do Evangelho, como todo aquele que carrega o temor de Jesus no coração.
Esse seu discurso costuma ser extremamente crítico em relação ao que chama de “igrejas institucionalizadas” e “sistema religioso”. Na sua opinião, as igrejas não têm nada de bom?

Mas é claro que têm coisas boas! Elas têm gente boa, e gente é o que existe de melhor em qualquer lugar. Ministério, para mim, é gente, só é bom se for feito por gente e para gente. Está cheio de gente boa de Deus nas igrejas. Mesmo quando há um pastor paspalhão lá na frente, os bancos estão repletos de gente boa, que sente até pena daquele indivíduo lá na frente, que faz negócios para todos os lados e com quem apareça. Tem gente que suporta o púlpito muito mais para não perder os relacionamentos de comunhão e o convívio de anos com os irmãos. Eles sabem que aqueles caras lá na frente vão passar, as modas vão passar, mas eles vão continuar ali. Existe gente maravilhosa nos ministérios. Veja aquele pessoal da Juvep [Juventude Evangélica da Paraíba, entidade que atua de maneira missionária no sertão nordestino], por exemplo. Eles perseveram há anos na mesma purezinha de alma, na mesma ideia de serviço ao próximo. Há também a Jocum [Jovens com uma Missão, movimento missionário internacional], com seus tantos braços de ação penetrados nos lugares mais distantes, em favelas, em comunidades miseráveis, em bolsões de carência no mundo todo.
O Caminho da Graça é uma espécie de reinvenção da igreja?

Não, ele é simplesmente a sequência de um caminho que eu sempre trilhei. O Caminho da Graça é a expressão de visibilidade de uma coisa subversiva que eu incito. Eu tento fazer com que o Caminho seja apenas, com muita leveza, um elemento de visibilidade mínima da possibilidade de uma comunhão cristã sem que uns mordam e devorem uns aos outros. Por isso, não tenho aquele desejo de fazê-lo crescer, ter expansão numérica simplesmente – quero que o que cresça seja essa coisa que ninguém nomeia, um movimento conduzido pela Palavra e pelo Espírito Santo que invade a massa, abranja tudo e se torne incontrolável como o vento que sopra onde quer.
O senhor diz que o Caminho da Graça é um movimento não institucionalizado, mas recentemente nomeou presbíteros e diáconos para sua sede em Brasília. Isso não vai acabar tornando o ministério como uma das igrejas que o senhor tanto critica?

Nós funcionamos baseados em dons, e não em hierarquias. Nas igrejas convencionais, o diácono é mais do que o membro e o presbítero é mais do que o diácono. Aqui no Caminho, essas funções expressam simplesmente dons de serviço. O presbítero, o mentor, não é um sujeito mais elevado na hierarquia, não tem poderes ou prerrogativas especiais. Ele é simplesmente o cara que surge pela observação dos outros: “Puxa, quanta sabedoria fulano tem recebido e manifestado”. Essas funções surgem por opiniões múltiplas, não existe reunião de concílio ou votação para escolher ninguém. E tem outra coisa: se, algum dia, lá na frente, o Caminho da Graça deixar de ser o que nasceu para ser, é a coisa mais simples do mundo – acaba tudo e começa outra vez. O problema do pessoal é que eles querem se eternizar. Querem que o grão de trigo dure para sempre, mas se o grão não morrer, não há fruto. Eu não quero perenizar nada. Eu só tenho o compromisso de servir à minha geração, não quero deixar nenhum legado, nenhum império. É preciso reconhecer que a vida é cíclica. Eu já acabei com muita coisa que tinha começado no curso da minha vida. E que ninguém duvide que, se eu tiver vida longa e alguma coisa que estou fazendo hoje se corromper lá na frente, eu mesmo vou lá e termino com tudo, não espero, não.
A manutenção do Caminho da Graça e dos ministérios a ele ligados é feita através de dízimos e ofertas?

A gente recolhe ofertas. A espontaneidade da dádiva tem que ser baseada no amor, na alegria de dar. Quem pode dar mais, dá mais; quem pode dar menos, dá menos; e quem não pode dar nada não dá nada, recebe. Paulo ensinou que é justo que aqueles que recebem bens daqueles que lhes ministram os galardoem e ajudem com bens. Mesmo com toda a capacidade que Jesus tinha de multiplicar pães e peixes e de transformar água em vinho, ele era sustentado pelas ofertas práticas e objetivas das mulheres que o serviam e de outras pessoas. O princípio espiritual da doação era operativo na vida e no ensino de Jesus e no Novo Testamento como um todo.

E quanto ao dízimo? Nesta ótica, ele seria antibíblico?

O que as igrejas ensinam é lei, é obrigatoriedade. A Igreja tornou-se uma espécie de agente substitutivo do antigo templo de Jerusalém, uma espécie de “receita federal” de Deus. É uma coletora de impostos. O dízimo é esse imposto, e ainda dizem que quem não pagar vai sofrer as desgraças descritas no capítulo 3 de Malaquias. Como a Igreja não ensina a obediência ao Evangelho como resultado do amor de Cristo constrangendo nosso coração, como Paulo ensina em II Coríntios 5, as pessoas não veem a questão da doação como algo inerente à generosidade.

Se um homossexual assumido quiser frequentar o Caminho nesta condição, como ele será tratado?

Nunca ninguém chegou no Caminho da Graça dizendo para mim que é gay praticante e que quer ficar ali. Mas não sou persecutório e nem homofóbico acerca de nenhum ser humano. Se ele quiser ficar, ouvirá o Evangelho e saberá que esse Evangelho pode criar um espaço de generosidade misericordiosa para ele ouvir a Palavra de Deus e crescer – mas nunca ouvirá uma única palavra de incentivo a qualquer relação sexual que não seja heterossexual.  Se eu fizesse isso, estaria estabelecendo um paradigma que não encontro nenhum precedente para estabelecer.

Logo, ainda que solicitado, o senhor não celebraria um casamento gay?

Eu não faço esse tipo de casamento, até porque a união estável entre homossexuais não é casamento, é uma relação societária, uma empresa limitada. O Estado tem o dever de defender essa relação no que se refere ao respeito à propriedade, aos bens. Se dois gays que construíram uma vida juntos, com aquisição de bens e tudo o mais, resolvem não mais viver em comum, que se divida o que têm, e cada um leva a sua parte. Isso é uma questão de Estado, não tem nada a ver com a Igreja. Mas não estimulo nenhum tipo de união estável, a não ser aquela estabelecida entre homem e mulher que se amem.

Sua maneira de falar e até as roupas que o senhor tem usado provocam muitos comentários. A esta altura da vida, o senhor sente-se livre para dizer e fazer o que quer?

Pelo amor de Deus, você não pode mais ser o que é? Eu me visto desse jeito porque gosto. Eu sou só um carinha que deseja viver. Quem não gosta do meu jeito é livre para viver da maneira que quiser. Eu sou livre como o Evangelho. Sou nascido do Evangelho, nascido de Jesus. Sou como o vento, nascido do Espírito Santo. Quem não suporta minhas declarações, minha sinceridade e a propriedade do que digo que vá dormir com esse barulho.


Fonte: Por Danilo Fernandes

terça-feira, 22 de maio de 2012

A salvação não é exclusividade do cristianismo, afirmam Ricardo Gondim e Jumg Mo Sung. Assista o vídeo

A salvação não é exclusividade do cristianismo, afirmam Ricardo Gondim e Jumg Mo Sung. Assista o vídeo | Notícias Evangélicas Gospel Cristãs
Nos últimos dias circulou na internet um vídeo no qual o pastor da Igreja Betesda, Ricardo Gondim, fala sobre o conceito de salvação e questiona as definições do termo adotadas pela igreja evangélica atual. Produzida em 2008, a entrevista voltou a circular na internet na última semana e tem causado polêmica em sites e blogs.

No vídeo, Gondim questiona a visão de salvação defendida pelas igrejas evangélicas afirmando: “Essa expressão salvação está muito desgastada. O que estamos entendendo como salvação? Carimbar o passaporte de todo mundo de que vai pro céu? E poupar as pessoas de arder no caldeirão de enxofre por toda a eternidade? Eu acho que essa visão medieval de salvação precisa ser repensada pela igreja evangélica”. Afirmando que outras religiões também podem promover salvação, o pastor completou: “Eu não descarto que existem outras formas de promover vida no mundo, e o cristianismo deve acolher essas formas”.

O teólogo Jung Mo Sung, professor da Universidade Metodista de São Paulo, também é entrevistado no vídeo e dá sua opinião sobre o tema: “A teologia cristã, a fé cristã, diz que a salvação é uma graça de Deus e que o espírito de Deus sopra onde quer. Então, a minha fé cristã me diz que a salvação não pode ser exclusiva do cristianismo. Primeiro porque não é cristianismo que oferece salvação, é Deus que oferece salvação”. O professor completa afirmando: “Minha fé me diz que salvação vai além da minha religião”.

Renato Vargens, do blog Púlpito Cristão, foi um dos blogueiros que comentou as entrevistas veiculadas através do polêmico vídeo. Segundo ele “o vídeo relativiza um dos principais assuntos das Escrituras”. Vargens dá sua opinião sobre o tema afirmando: “Ao contrário de Gondim que considera o tema medieval, acredito que a salvação é um tema extremamente atual. Acredito também, por intermédio das Escrituras que a salvação vem por Jesus, através de Jesus e mediante Jesus e que não se é possível ser salvo, fora de Cristo, portanto, o budismo, o espiritismo, e qualquer outro ismo não possuem poder para redimir o homem de seus delitos e pecados”.

Vargens diz ainda que “salvação é o principal assunto da Bíblia”. E que “do Gênesis ao Apocalipse as Escrituras apontam para a salvador da humanidade”.

Em seu blog, Gondim comentou sobre as constantes críticas que recebe por causa de seus questionamentos e afirmanções. Afirmando ser constantemente bombardeado, o pastor desabafa: “Perguntas, inquietações, constrangimentos se amontoam. Quase todos os dias alguém chega para contar que ‘pastor fulano acabou com você no sermão do domingo,. Não passa uma semana sem que recadinhos desaforados entulhem os contatos do site. Já me xingaram com todos os predicados que a piedosa linguagem gospel permite”.

O pastor diz ainda que segue em busca daquilo que faz sentido para ele, e afirma: “Alio-me a pessoas que não se acovardam naquilo que pensam, sentem, refletem”.

Ricardo Gondim e Jung Mo Sung: Salvação Não É Exclusividade do Cristianismo! Ou seja, 'traduzindo', NÃO É SÓ JESUS CRISTO QUE SALVA


Fonte: Gospel Mais

terça-feira, 15 de maio de 2012

Pastor Hernandes Dias Lopes questiona crescimento da igreja evangélica e afirma: “Precisamos de um avivamento e não de histeria coletiva”

Pastor Herandes Dias Lopes questiona crescimento da igreja evangélica e afirma: “Precisamos de um avivamento e não de histeria coletiva”
Entre os dias 7 a 11 de maio aconteceu em Águas de Lindóia, SP, o 39° Encontro da Sepal (Servindo Pastores e Líderes). O evento contou com a participação de vários preletores, entre eles Bill Hybels, pastor da megaigreja americana, Willow Creek, o tradutor da SBB e pastor Vilson Scholz, o professor e pastor Luiz Sayão, o missionário da Sepal e Diretor de Lausanne para a América Latina, Marcos Amado e o pastor presbiteriano Hernandes Dias Lopes, que em sua palestra denominada “O Derramamento do Espírito”, falou sobre o crescimento da igreja evangélica no Brasil, o avivamento, entre outros assuntos.

As pesquisas e estatísticas mostram um rápido crescimento da população evangélica no país, e o pastor levantou uma série de questionamentos sobre a validade e a relevância desse crescimento.

Segundo dados da pesquisa divulgada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) no “Novo Mapa das Religiões”, a população evangélica cresceu em 13,13% entre 2003 e 2009, representando 20,23% da população em 2009. De acordo com a SEPAL, a projeção da população evangélica para o ano de 2011 é de 57,4 milhões e há ainda previsão de que em 2020 a população evangélica represente mais de 50% da população brasileira.

Diante desse números, Lopes questiona se os que estão crescendo, são realmente verdadeiros cristãos evangélicos, questionando não o número de cristãos declarados, mas se eles são cristãos verdadeiros. Ele aponta ainda algumas falhas na igreja evangélica brasileira como a pregação de um Evangelho “híbrido”, “sincrético”, ou seja, “um outro Evangelho”. “Eu tenho dúvida se são os evangélicos que estão crescendo”, afirma Hernandes Dias Lopes, de acordo com o The Christian Post.

“Precisamos de um avivamento e não de histeria coletiva. Tem muita histeria coletiva hoje em nome do avivamento. O avivamento não é um emocionalismo histérico, o avivamento é de Deus…”, afirmou Lopes.


Fonte: Gospel+

sexta-feira, 11 de maio de 2012

A DÁDIVA DE SER MÃE!



Todavia, será preservada através de sua missão de mãe, se elas permanecerem em fé e amor e santificação, com bom senso.” I Timóteo 2:15

Neste segundo domingo de maio comemoramos o Dia das Mães. É uma linda e merecida comemoração àquela que tanto sofreu para trazer ao mundo seus filhos. É bem verdade que milhares de filhos não tem tal privilégio, muitos sequer conheceram sua mãe. Outros a tiveram, mas ela já não está mais neste mundo. Muitos a possuem, porem, estão privados da liberdade ou pela distância, impedindo, assim uma comemoração em família.

Mãe é a expressão do Amor de Deus. Ser mãe é uma dádiva de Deus. Ser mãe é receber de Deus um sublime dom. (Gera posteridade)

Ser mãe é receber um singelo dom. (Pois não existe outra forma de gerar o homem a não ser do ventre de uma mãe)

Ser mãe é receber um perpétuo dom. (Ela concebe um ser que nasce para ser eterno, nunca morrerá)

Dizem que cada criança que nasce é um telegrama de Deus anunciando que ainda ama o homem.
Por 289 vezes a palavra “mãe” ou “mães” aparece na Bíblia. Lendo-as, notamos que o princípio segundo o qual as mães devem ser honradas (Êxodo 20.12), junto com os pais, é repetido várias vezes, no Antigo e no Novo Testamento.

 
Elas devem ser honradas por serem mães, mesmo que seus conselhos ou práticas não devem ser seguidos. Temos na Bíblia histórias de mães magníficas e outras nem tanto. Devemos, logo, afirmar que, embora haja uma imensa influência delas sobre os seus filhos, elas não são responsáveis pelas escolhas que eles fazem.


A MISSÃO DE SER MÃE

“Talvez um dos papéis mais preponderantes da mulher destacado na bíblia, seja o de mãe, embora todos os papéis sejam igualmente reconhecidos. Esse papel de mãe era tão importante nos tempos bíblicos que a esterilidade feminina chegava a ser considerada uma maldição divina, porquanto furtava a mulher de uma de suas funções mais importante na vida. Há casos destacados com especialidade como o de Sara( Gn 17:15), Raquel (Gn30), e Ana (I Sm 1:2). R. C.
Muitas noites acordadas, cansaços físicos, renúncias, ingratidões, uma tarefa difícil, árdua.

Porém é extremamente gratificante para a mãe ver o filho que ela amamentou crescido, criado, formado, bem encaminhado na vida.

É honroso para a mãe ver em seus filhos suas próprias virtudes. É alentador para a mãe ser reconhecida por seus filhos como aquela que esteve ao seu lado nos momentos mais difíceis, educando, corrigindo, formando, protegendo, consolando, animando.

Todo e qualquer investimento, afim de que seja próspero tem que ter uma boa mão de que o cuida. Assim é a mãe, para que seu filho seja prospero durante sua vida.


As Ás várias funções da Mãe:


Gerar (conceber). Alimentar. Consolar. Dar amor. Proteção. Educar. (ensinar, edificar, exortar, corrigir, repreender). “ Ensina a criança no caminho que deve andar e ainda quando for velho não se desviará dele” Pv 22:6 “ Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o aprendeste. E que desde a infância sabes as sagrada letras que podem tornar-te sábio para a salvação pela fé em Jesus Cristo.” II Tm 3:14,15


AS VÁRIAS MÃES DA BÍBLIA

1. Estamos hoje homenageando as mães, um tributo necessário àquelas que podem ser consideradas mães de verdade! Sabemos que muitas mulheres não são dignas de serem chamadas de mães, pois abortam seus filhos, os assassinam filhos, jogam-nos na lata de lixo. Há também mães que impõem sobre seus filhos torturas, castigos extremos, sofrimento, abandono, etc., sem falar naquelas que desonram seus filhos pelo comportamento pecaminoso que exercem, quando descambam para a prostituição, drogas.

2. Porém a grande maioria das mulheres, honram de fato a posição de mães que ocupam. Fazem de tudo para que seus filhos possam vir a ser vidas honradas na sociedade em que vivem. Muitas delas dão até mesmo a própria vida pelos seus filhos, fazendo de tudo para que possam crescer e ocupar espaços de destaque no mundo em que vivemos. Há exemplos de mães que, até mesmo, passaram privações, fome, para que seus filhos se formassem numa faculdade.

Na Escritura encontramos vários exemplos de mães, os quais queremos trazer nesta noite. Vejamos:

ALGUNS EXEMPLOS NEGATIVOS E POSITIVOS DE MÃES

A – EXEMPLOS NEGATIVOS:

I – AGAR – A MÃE DISPLICENTE

Gn 21.13-18, “13 Mas também do filho da serva farei uma grande nação, por ser ele teu descendente. 14 Levantou-se, pois, Abraão de madrugada, tomou pão e um odre de água, pô-los às costas de Agar, deu-lhe o menino e a despediu. Ela saiu, andando errante pelo deserto de Berseba. 15 Tendo-se acabado a água do odre, colocou ela o menino debaixo de um dos arbustos 16 e, afastando-se, foi sentar-se defronte, à distância de um tiro de arco; porque dizia: Assim, não verei morrer o menino; e, sentando-se em frente dele, levantou a voz e chorou. 17 Deus, porém, ouviu a voz do menino; e o Anjo de Deus chamou do céu a Agar e lhe disse: Que tens, Agar? Não temas, porque Deus ouviu a voz do menino, daí onde está. 18 Ergue-te, levanta o rapaz, segura-o pela mão, porque eu farei dele um grande povo”.

1.. Agar vem do hebraico “rgh” – Hagar – significado “vôo”.

2. Notem que Agar, mesmo sabendo da parte de Deus, que Ismael seria pai de muitas nações, abandonou o seu filho achando que o menino ia morrer. Foi incrédula e displicente! Parece que Agar era de fato era “avoada”, conforme nos indica seu nome.

II – REBECA – A MÃE PARCIAL
Gn 25.28, “Isaque amava a Esaú, porque se saboreava de sua caça; Rebeca, porém, amava a Jacó”.

1. Nome “Rebeca” – Hebraico “hqbr” – Ribqah – significado “amarrar firme”, “corda com laçada para amarrar animais pequenos”.

2. Todos nós sabemos da trama familiar montada por Rebeca, motivando e incentivando Jacó a enganar seu irmão Esaú, e que em virtude desta trama recebeu a bênção da primogenitura de seu pai Isaque, em lugar de seu irmão.
Tal posição de Rebeca motivou uma intriga familiar muito séria – ódio e ameaça de assassinato. De seu nome podemos deduzir que ela apenas “se amarrou” apenas Jacó, quando de fato era mãe também de Esaú.

B – EXEMPLOS POSITIVOS:

I – EVA – A MÃE A DE TODA HUMANIDADE
Gn 3.20, “E deu o homem o nome de Eva a sua mulher, por ser a mãe de todos os seres humanos”.

-. A palavra “Eva” – “hwx” – Chavvah – significa “vida”, “vivendo”.

-. A primeira mulher recebeu este nome por ser a mãe de todos os seres humanos. Como seu próprio nome indica, Eva deu origem ao processo de “vida” dos seres humanos a partir dela, recebendo o privilégio de ser chamada a “mãe de toda a humanidade”.


II- SARA – A MÃE SÍMBOLO DE FÉ
Hb 11.11-12, “11 Pela fé, também, a própria Sara recebeu poder para ser mãe, não obstante o avançado de sua idade, pois teve por fiel aquele que lhe havia feito a promessa. 12 Por isso, também de um, aliás já amortecido, saiu uma posteridade tão numerosa como as estrelas do céu e inumerável como a areia que está na praia do mar”.

-. Nome “Sara” – Hebraico “hr s” – Sarah – significado “nobre”, “magnífica”, “princesa”.

-. Sara é um exemplo de fé para todas as mães, uma vez que mesmo sendo impossível gerar um filho pela sua idade avançada, creu nas promessas divinas e Deus a tornou fértil. Assim ela gerou Isaque, que seria o continuador da descendência de Abraão. Vemos nela de fato uma “princesa da fé”, podendo ser exemplo para todas as mães. Sua fé é inigualável e deve ser copiada por todas as mães.


III – JOQUEBEDE – A MÃE “AMA DE CRIAÇÃO” DE SEU PRÓPRIO FILHO
Êx 2.1-9, “1 Foi-se um homem da casa de Levi e casou com uma descendente de Levi. 2 E a mulher concebeu e deu à luz um filho; e, vendo que era formoso, escondeu-o por três meses. 3 Não podendo, porém, escondê-lo por mais tempo, tomou um cesto de junco, calafetou-o com betume e piche e, pondo nele o menino, largou-o no carriçal à beira do rio. 4 A irmã do menino ficou de longe, para observar o que lhe haveria de suceder. 5 Desceu a filha de Faraó para se banhar no rio, e as suas donzelas passeavam pela beira do rio; vendo ela o cesto no carriçal, enviou a sua criada e o tomou. 6 Abrindo-o, viu a criança; e eis que o menino chorava. Teve compaixão dele e disse: Este é menino dos hebreus. 7 Então, disse sua irmã à filha de Faraó: Queres que eu vá chamar uma das hebréias que sirva de ama e te crie a criança? 8 Respondeu-lhe a filha de Faraó: Vai. Saiu, pois, a moça e chamou a mãe do menino. 9 Então, lhe disse a filha de Faraó: Leva este menino e cria-mo; pagar-te-ei o teu salário. A mulher tomou o menino e o criou”.

-. Nome “Joquebede”, Hebraico “dbkwy” – Yowkebed – significado “Javé é a glória”.

-. Sabemos que Joquebede foi a ama de seu próprio filho, Moisés. Quando a criança, para escapar da morte, foi colocada sobre o leito do rio e apanhada pela filha de Faraó, Joquebede foi chamada para ser-lhe “ama de criação”.
Isto aconteceu porque Joquebede colocou Miriã, sua filha mais velha, para vigiar a criança que deslizava no leito do rio. Foi Miriã que ofereceu à filha de Faraó, os serviços de sua mãe como “babá”, o que foi aceito pela princesa. De fato seu nome indica que Joquebede foi uma promotora da “glória” de Javé.


IV – ANA – A MÃE SUPLICANTE
1 Sm 1.10-18, “10 levantou-se Ana, e, com amargura de alma, orou ao SENHOR, e chorou abundantemente. 11 E fez um voto, dizendo: SENHOR dos Exércitos, se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva te não esqueceres, e lhe deres um filho varão, ao SENHOR o darei por todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha. 12 Demorando-se ela no orar perante o SENHOR, passou Eli a observar-lhe o movimento dos lábios, 13 porquanto Ana só no coração falava; seus lábios se moviam, porém não se lhe ouvia voz nenhuma; por isso, Eli a teve por embriagada 14 e lhe disse: Até quando estarás tu embriagada? Aparta de ti esse vinho! 15 Porém Ana respondeu: Não, senhor meu! Eu sou mulher atribulada de espírito; não bebi nem vinho nem bebida forte; porém venho derramando a minha alma perante o SENHOR. 16 Não tenhas, pois, a tua serva por filha de Belial; porque pelo excesso da minha ansiedade e da minha aflição é que tenho falado até agora. 17 Então, lhe respondeu Eli: Vai-te em paz, e o Deus de Israel te conceda a petição que lhe fizeste.18 E disse ela: Ache a tua serva mercê diante de ti. Assim, a mulher se foi seu caminho e comeu, e o seu semblante já não era triste”.

-. Nome “Ana”, Hebraico “hnx” – Channah, significado “graça”.

-. Ana foi a mãe de um dos maiores sacerdotes-profetas do Velho Testamento.
Porém, sabemos as dificuldades que ela enfrentou devido à sua esterilidade, que a motivou “chorar” na presença de Deus, junto ao templo. Vimos que até mesmo o sacerdote Eli a teve por embriagada. Em seu pedido suplicante, ela ofereceu seu filho para o serviço de Deus, cumprindo seu voto mais adiante.

Note que em sua súplica, Ana achou “graça” diante do Senhor.


V- Rispa, a mãe modelo, mãe amorosa, não abandonou seus filhos nem quando morreram; passando aproximadamente seis meses enxotando as aves de rapina para que não comessem os corpos de seus dois filhos expostos na terra. Foi honrada por rei Davi, enterrando seus filhos nas sepulturas dos reis de Israel. (2 Sm. 21:8-14).

Quantas mães já abandonaram seus filhos, mesmo vivos? Uma tristeza.

-Rispa, foi uma mãe virtuosa que entendeu e aceitou a missão de ser mãe. Uma mãe verdadeiramente convertida aos seus filhos. ( Malaquias 4:6) Mesmo em face ao sofrimento, e morte, não abandonou seus filhos nem de dia e noite ficava perto de seus corpos não deixando as aves devorar seus corpos.

Quantas mães já desistiram de seus filhos deixando que as aves das drogas, dos traficantes, prostituições, más compainhas, os pecados diversos, filmes e revistas pornográficas, namoros fornicares, namorados dormirem na casa.

Enxote essas aves de seus filhos, mande embora, mas não perca seus filhos.


VI – MARIA – A MÃE AGRACIADA E SOFREDORA
Lc 1.30-33, “30 Mas o anjo lhe disse: Maria, não temas; porque achaste graça diante de Deus. 31 Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus. 32 Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai; 33 ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim”.

Lc 2.34-35, “34 Simeão os abençoou e disse a Maria, mãe do menino: Eis que este menino está destinado tanto para ruína como para levantamento de muitos em Israel e para ser alvo de contradição 35 (também uma espada traspassará a tua própria alma), para que se manifestem os pensamentos de muitos corações”.

1. Nome “Maria” – Grego – “Maria” – Maria; Hebraico – “Myrm” – Miryam – significado “rebelião”.

2. Maria hospedou em seu ventre o Filho de Deus, o Deus Encarnado, para depois vê-lo ser sacrificado em prol dos pecados humanos, 1 Co 15.3, “Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras”. Certamente Maria, agonizou junto à cruz de seu filho. Talvez, esta mulher de Deus, seja a única das mães citadas, cujo nome não faz juz ao seu significado, uma vez que jamais foi “rebelde”. A vida de Maria se resume no seguinte ato de obediência: “Cumpra-se em mim segundo a sua palavra”, Lc 1.38.

AS BÊNCÃOS DA MÃE VIRTUOSA

Será sempre lembrada em suas virtudes . Não será esquecida nem quando morrer. Será sempre amada. Seu caráter estará evidente em seus filhos e na sua posteridade. Deus a honrará como honrou a Rispa.

O amor de Deus representado simbolicamente pelo amor de mãe: “ Mas Sião diz: O Senhor me desamparou, o Senhor se esqueceu de mim. Acaso pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que se compadece do filho do seu ventre? Mas ainda que essa viesse esquecer-se dele, eu, todavia , não me esqueceria de ti” Is 49:14,15

“ Quando Israel era menino, eu o amei; e do Egito chamei o meu filho… Todavia eu ensinei a andar a Efraim; tomei-os nos meus braços, mas não atinaram que eu os curava. Atrai-os com cordas humanas, com laços de amor, e fui para com eles como quem alivia o jugo de sobre as suas queixadas, e me inclinei para dar-lhes de comer.” Os 11:1,3,4

Deus abençoe cada dia as mães. Para que compreendendo a sua missão na terra, nunca desfaleça, nunca desista, nunca desanime, pois estará plantando uma semente, regando com amor, paciência e oração.