terça-feira, 19 de outubro de 2010

Analisando currículos de candidatos ao ministério

Autor desconhecido

O que se segue é um relatório confidencial sobre vários candidatos sendo considerados para o pastorado.


*Adão*: Bom homem, mas com problemas com a esposa.

Também houve uma informação de que ele e a esposa se comprazem em caminhar nus pela mata.


*Noé*: Pastorado anterior de 120 anos, sem obter sequer um converso. Dado a projetos de edificação extravagantes.


*Abraão*: Embora tenha havido informações sobre prática de troca de esposas, os fatos parecem indicar que nunca dormiu com a esposa de outro homem, mas ele ofereceu compartilhar sua própria esposa com outro homem.


*José*: Um grande pensador, mas um tanto convencido que acredita em sonhos, pondo-se a interpretá-los. Tem registro de passagem pela prisão.


*Moisés*: Homem modesto e manso, mas um pobre comunicador, chegando às vezes a gaguejar. Houve ocasiões em que perdeu a paciência e agiu de modo rude. Há quem diga que deixou uma igreja anterior sob acusação de assassinato.


*Davi*: O líder mais promissor de todos, até que descobrimos um caso que teve com a esposa de um vizinho.


*Salomão*: Grande pregador, mas nossa casa pastoral não teria espaço para aquelas tantas esposas dele.


*Elias*: Dado à depressão. Entra em pânico sob pressão.


*Eliseu*: Há relatos de que morou com uma viúva sozinha, numa igreja anterior.


*Oséias*: Um pastor terno e amorável, mas nosso pessoal não terá como lidar com a ocupação da esposa.


*Débora*: Forte líder e parece ser ungida, mas é mulher. . .


*Jeremias*: Emocionalmente instável, alarmista, negativista, sempre lamentando coisas. Relata-se que fez uma longa viagem para sepultar roupas íntimas às margens de um rio.


*Isaías*: Reivindica ter visto anjos na igreja. Tem problemas com a linguagem.


*Jonas*: Recusou o chamado de Deus ao ministério até ser forçado a obedecer, sendo engolido por um grande peixe. Ele nos disse que o peixe mais tarde o vomitou numa praia perto daqui. Deixamos em suspenso.


*Amós*: Muito atrasado e sem polimento. Com alguma instrução no seminário poderia oferecer alguma promessa, mas se encrenca com pessoas ricas. Poderia adequar-se melhor a congregações mais humildes.


*Melquisedeque*: Grandes credenciais no atual local de trabalho, mas de onde procede esse sujeito? Não há informação em seu "Currículo" a respeito de ocupações anteriores. Todos os espaços a respeito de seus pais foram deixados em branco e ele se recusa a fornecer a data de nascimento.


*João*: Diz que é batista, mas definitivamente não se veste como alguém que o seja. Dormia por meses ao ar livre, e emprega um regime alimentar esquisito, além de provocar líderes denominacionais.


*Pedro*: Muito proletário. Tem um mau temperamento, e soube-se que chegou até a xingar. Teve um "entrevero" com Paulo em Antioquia. Agressivo, mas um grande coração.


*Paulo*: Líder poderoso, do tipo Alto Executivo, e pregador fascinante. Contudo, tem pouco tato, é implacável com jovens ministros, muito severo e soube-se que prega a noite toda. Também tem problemas nos olhos, o que lhe afeta a visão até para escrever.


*Tiago e João*: Pacote vantajoso de pregador e associado que a princípio parecia bom, mas descobriu-se que tinham um problema de ego com respeito a colegas de trabalho e posições. Ameaçaram uma cidade inteira após um insulto. Também sabe-se que tentaram desanimar obreiros que não se dispunham a acompanhá-los.


*Timóteo*: Muito jovem!


*Matusalém*: Demasiadamente velho. . . BEM velho mesmo!


*Jesus*: Tem tido ocasiões de popularidade, mas uma vez sua igreja alcançou 5.000 e ele conseguiu ofender essa gente toda. Daí a igreja diminuiu para doze pessoas. Raramente permanece num só lugar por muito tempo. E, logicamente, há o problema de ser solteiro.


*Judas Iscariotes*: Suas referências são sólidas. Um grande planejador. Conservador. Tem boas ligações. Sabe como lidar com finanças. Estamos convidando-o para pregar neste sábado. Vemos possibilidades aqui.

O Evangelho dos Evangélicos


Por Ed Rene Kivitz

“Nem todo aquele que me diz Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.” [Jesus Cristo]

Estou convencido de que um é o evangelho dos evangélicos, outro é o evangelho do reino de Deus. Registro que uso o termo “evangélico” para me referir à face hegemônica da chamada igreja evangélica, como se apresenta na mídia radiofônica e televisiva.

O evangelho dos evangélicos é estratificado. Tem a base e tem a cúpula. Precisamos falar com muito cuidado da base, o povo simples, fiel e crédulo. Mas precisamos igualmente discernir e denunciar a cúpula. A base é movida pela ingenuidade e singeleza da fé; a cúpula, muita vez é oportunista, mal intencionada, e age de má fé. A base transita livremente entre o catolicismo, o protestantismo e as religiões afro. A base vai à missa no domingo, faz cirurgia em centro espírita, leva a filha em benzedeira, e pede oração para a tia que é evangélica. Assim é o povo crédulo e religioso. Uma das palavras chave desta estratificação é “clericalismo”: os do palco manipulando os da platéia, os auto-instituídos guias espirituais tirando vantagem do povo simples, interesseiro, ignorante e crédulo.

A cúpula é pragmática, e aproveita esse imaginário religioso como fator de crescimento da pessoa jurídica, e enriquecimento da pessoa física. Outra palavra chave é “sincretismo”. A medir por sua cúpula, a igreja evangélica virou uma mistura de macumba, protestantismo e catolicismo. Tem igreja que se diz evangélica promovendo “marcha do sal”: você atravessa um tapete de sal grosso, sob a bênção dos pastores, e se livra de mal olhado, dívida, e tudo que é tipo de doença. Já vi igreja que se diz evangélica distribuir cajado com água do Jordão (i.é, um canudo de bic com água de pia), para quem desejasse ungir o seu negócio, isto é, o seu business. Lembro de assistir a um programa de TV onde o apresentador prometia que Deus liberaria a unção da casa própria para quem se tornasse um mantenedor financeiro de sua igreja.

O povo religioso é supersticioso e cheio de crendices. Assim como o Brasil. Somos filhos de portugueses, índios, africanos, e muitos imigrantes de todo canto do planeta. Falar em espíritos na cultura brasileira é normal. Crescemos cheios de crendices: não se pode passar por baixo de escada; gato preto dá azar; caiu a colher, vem visita mulher, caiu garfo, vem visita homem; e outras tantas idéias sem fundamento. Somos assim, o povo religioso é assim. Tem professor de universidade federal dando aula com cristal na mão para se energizar enquanto fala de filosofia.

E a cúpula evangélica aproveita a onda e pratica um estelionato religioso: oferece uma proposta ritualística que aprisiona, promove a culpa e, principalmente, ilude, porque promete o que não entrega. Aliás, os jornais começam a noticiar que os fiéis estão reivindicando indenizações e processando igrejas por propaganda enganosa.

O evangelho dos evangélicos é estratificado. A base é movida pela ingenuidade e singeleza da fé, e a cúpula é oportunista. A base transita entre o catolicismo, o protestantismo e as religiões-afro, e a cúpula é pragmática. A base é cheia de crendices e a cúpula pratica o estelionato religioso.

O evangelho dos evangélicos é mercantilista, de lógica neoliberal. Nasce a partir dos pressupostos capitalistas, como, por exemplo, a supremacia do lucro, a tirania das relações custo-benefício, a ênfase no enriquecimento pessoal, a meritocracia – quem não tem competência não se estabelece. Palavra chave: prosperidade. Desenvolve-se no terreno do egocentrismo, disfarçado no respeito às liberdades individuais. Palavra chave: egoísmo. Promove a desconsideração de toda e qualquer autoridade reguladora dos investimentos privados, onde tudo o que interessa é o lucro e a prosperidade do empreendedor ou investidor. Palavra chave: individualismo. Expande-se a partir da mentalidade de mercado. Tanto dos líderes quanto dos fiéis. Os líderes entram com as técnicas de vendas, as franquias, as pirâmides, o planejamento de faturamento, comissões, marketing, tudo em favor da construção de impérios religiosos. Enquanto os fiéis entram com a busca de produtos e serviços religiosos, estando dispostos inclusive a pagar financeiramente pela sua satisfação. Em síntese, a religião na versão evangélica hegemônica é um negócio.

O sujeito abre sua micro-empresa religiosa, navega no sincretismo popular, promete mundos e fundos, cria mecanismos de vinculação e amarração simbólicas, utiliza leis da sociologia e da psicologia, e encontra um povo desesperado, que está disposto a pagar caro pelo alívio do seu sofrimento ou pela recompensa da sua ganância.

Em terceiro lugar, o evangelho dos evangélicos é mágico. Promove a infantilização em detrimento da maturidade, a dependência em detrimento da emancipação, e a acomodação em detrimento do trabalho.

Pra ser evangélico você não precisa amadurecer, não precisa assumir responsabilidades, não precisa agir. Não precisa agregar virtudes ao seu caráter ou ao processo de sua vida. Primeiro porque Deus resolve. Segundo porque se Deus não resolver, o bispo ou o apóstolo resolvem. Observe a expressão: “Estou liberando a unção”. Pensando como isso pode funcionar, imaginei que seria algo como o apóstolo ou bispo dizendo ao Espírito Santo: “Não faça nada por enquanto, eles não contribuíram ainda, e eu não vou liberar a unção”.

Existe, por exemplo, a unção da superação da crise doméstica. Como isso pode acontecer? A pessoa passa trinta anos arrebentando com o seu casamento, e basta se colocar sob as mãos ungidas do apóstolo, que libera a unção, e o casamento se resolve. Quem não quer isso? Mágica pura.

O sujeito é mau-caráter, incompetente para gerenciar o seu negócio, e não gosta de trabalhar. Mas basta ir ao culto, dar uma boa oferta financeira, e levar para casa um vidrinho de óleo de cozinha para ungir a empresa e resolver todos os problemas financeiros.

Essa postura de não assumir responsabilidades, de não agir com caráter, e esperar que Deus resolva, ou que o apóstolo ou bispo liberem a unção tem mais a ver com pensamento mágico do que com fé.

Em quarto lugar, o evangelho dos evangélicos tem espírito fundamentalista. Peço licença para citar Frei Beto: “O fundamentalismo interpreta e aplica literalmente os textos religiosos, não sabe que a linguagem simbólica da Bíblia, rica em metáforas, recorre a lendas e mitos para traduzir o ensinamento religioso.” O espírito fundamentalista é literalista, e o mais grave é que o espírito fundamentalista se julga o portador da verdade, não admite críticas, considerações ou contribuições de outras correntes religiosas ou científicas.

Quem tem o espírito fundamentalista não dialoga, pois considera infiéis, heréticos, ou, na melhor das hipóteses, equivocados sinceros, todos os que não concordam com seus postulados, que não são do mesmo time, e não têm a mesma etiqueta. Quem tem o espírito fundamentalista se considera paradigma universal. Dialoga por gentileza, não por interesse em aprender. Ouve para munir-se de mais argumentos contra o interlocutor. Finge-se de tolerante para reforçar sua convicção de que o outro merece ser queimado nas fogueiras da inquisição. Está convencido de que só sua verdade há de prevalecer.

Mais uma vez Frei Beto: “o fundamentalista desconhece que o amor consiste em não fazer da diferença, divergência”. Por causa do espírito fundamentalista, o evangelho dos evangélicos é sectário, intolerante, altamente desconectado da realidade. O evangelho dos que têm o espírito do fundamentalismo é dogmático, hermético, fechado a influências, e, portanto, é burro e incoerente.

Em quinto lugar, o evangelho dos evangélicos é um simulacro. Simulacro é a fotografia mais bonita que o sanduíche. Não me iludo, o evangelho dos evangélicos é mais bonito na televisão do que na vida. As promessas dos líderes espirituais são mais garantidas pela sua prepotência do que pela sua fé. Temos muitos profetas na igreja evangélica, mas acredito que tenhamos muito mais falsos-profetas. Os testemunhos dos abençoados são mais espetaculares do que a realidade dos cristãos comuns. De vez em quando (isso faz parte da dimensão masoquista da minha personalidade) fico assistindo estes programas, e penso que é jogada de marketing, testemunho falso. Mas o fato é que podem ser testemunhos por amostragem. Isto é, entre os muitos que faliram, há sempre dois ou três que deram certo. O testemunho é vendido como regra, mas na verdade é apenas exceção.

A aparência de integridade dos líderes espirituais é mais convincente na TV e no rádio do que na realidade de suas negociatas. A igreja evangélica esta envolvida nos boatos com tráficos de armas, lavagem de dinheiro, acordos políticos, vendas de igrejas e rebanhos, imoralidade sexual, falsificação de testemunho, inadimplência, calotes, corrupção, venda de votos.

A integridade do palco é mais atraente do que a integridade na vida. A fé expressa no palco, e nas celebrações coletivas é mais triunfante, do que a fé vivida no dia a dia. Os ideais éticos, e os princípios de vida são mais vivos nos nossos guias de estudos bíblicos e sermões do que nas experiências cotidianas dos nossos fiéis. Os gabinetes pastorais que o digam: no ambiente reservado do aconselhamento espiritual a verdade mostra sua cara.


Estratificado, mágico, mercantilista, fundamentalista, e simulacro. Eis o evangelho dos “evangélicos”.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

O DEUS DE ELIAS


(2Rs 2.11)

Elias, o homem de Deus

1) Era um homem de oração, (Tg 5.17).

2) Era um profeta obediente, ((1Rs 17.5).

3) Era um homem que falava e avançava de acor com as ordens de Deus, (1Rs 17.25).

4) Era um homem que andava na presença do Senhor, (1Rs 17.1)

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A FÉ DO CENTURIÃO


Texto: (Lucas 7.10).

I. INTELIGENTE, (v.8).

Ele encontrava em sua própria experiencia militar, elementos para crer que Jesus podia curar o seu servo à distancia.

II. GRANDE, (v.10).

Observe que o próprio Jesus é que avalia a fé exibida pelo centurião. Existem pessoas de fé bem pequena e sem vigor.

III. VITORIOSA, (v.13).

"Vai e, como creste, te seja feito". "Senhor, acrescenta-no a fé".

Conselhos para sobreviver ao mundo gospel.

Ricardo Gondim.

O mundo gospel se torna cada dia mais patético; distante do protestantismo; em rota de colisão com o cristianismo apostólico; transformado numa gozação perigosa; adoecendo e enlouquecendo milhares que são moídos numa engrenagem que condena a um duplo inferno.

Não consigo responder a todas as mensagens que entopem minha caixa postal. Milhares pedem socorro. Eu precisaria ter uma equipe de especialistas, todos me ajudando a atender os que me perguntam: “ a maldição do pastor vai pegar mesmo?”; “é preciso aceitar as patadas que recebo do púlpito?”; “em nome da evangelização, devo aturar esses sermões ralos?”.

Realmente não dá mais. A grande mídia propaga o que há de pior entre os evangélicos com petição de dinheiro, venda de “Bíblias fantásticas”, milagres no atacado e simplismos hermenêuticos. As bobagens alcançaram níveis intoleráveis.

O que fazer? Tenho algumas idéias.

Aconselho que os crentes parem de consumir produtos evangélicos por um tempo. Não compre Cd de música ou de pregação - inclusive os meus. Deixe os livros evangélicos encalharem nas prateleiras - idem, para os meus. Depois que baixar a poeira do prejuízo, ficará notória a diferença entre os que fazem missão e os que só negociam.

Não vá a congressos - inclusive o que eu promovo. Passe ao largo dos "louvorzões". Não sintonize o rádio. Boicote todos os programas na televisão. Não comente, nem critique, a pregação de pastores, bispos, evangelistas e apóstolos. Afaste-se! Silencie! Desintoxique mente, alma e espírito da linguagem, pressupostos e lógicas da "teologia da prosperidade". Volte a ler a Bíblia sem nenhum comentário de rodapé. Alimente seu interior em pequenos grupos. Reúna-se com gente de bom senso.

Estanque seus dízimos e ofertas imediatamente. Repense com absoluta isenção onde vai dar dinheiro. Mas prepare-se; no instante em que diminuírem as entradas, os lobos vestidos de pastor subirão o tom das intimidações. Não tenha medo.

Faça essa simples auditoria antes de investir o seu suor em qualquer igreja ou ministério:

• Quanto tempo é gasto no culto para pedir dinheiro?
A hora do ofertório vem acompanhada de uma linguagem com “maldição, gafanhoto ou licença legal para ataques do diabo”?

Prometem-se “prosperidade, colheita abundante, bênção, riqueza”, para os que forem fiéis?
Existe alguma suspeita na administração dos recursos arrecadados? – Lembre-se que há dois níveis de integridade: o ético e o contábil. Não basta manter os livros em ordem; o dinheiro também só pode ser gasto no que foi arrecadado.

Se a resposta para alguma dessas perguntas for sim, ninguém deve se sentir culpado quando não der oferta.

So haverá arrependimento no dia em que os auditórios se esvaziarem junto com uma crise financeira - o monumental ufanismo evangélico precisa deflacionar.
Concordo, ninguém agüenta o jeito como as coisas estão.

Soli Deo Gloria.